Em parceria com a UFSM, o Colégio Politécnico e o projeto “Galinhas Livres de Gaiolas da Região Central”, a Boutique da Colônia, propriedade situada em Arroio Lobato, no Distrito de Arroio Grande – vinculada à Polifeira do Agricultor – inaugurou em janeiro a Casa do Ovo. A iniciativa busca valorizar a produção local de ovos coloniais, promovendo um modelo mais sustentável e garantindo maior autonomia para pequenos avicultores.

Com a nova estrutura, a produção e comercialização dos ovos passaram a ser realizadas diretamente na propriedade, sem a necessidade de transporte para outras unidades de inspeção. Antes, os produtos precisavam passar por um entreposto, um centro que recebe ovos de diferentes granjas para seleção, classificação e embalagem antes da distribuição comercial. Embora essa estrutura facilite a comercialização em larga escala, ela pode gerar custos extras e burocracias para pequenos produtores. A Casa do Ovo, por outro lado, permite que todo o processo seja feito no próprio local, mantendo a rastreabilidade e a qualidade dos produtos sem intermediários.

Atualmente, a Boutique da Colônia tem uma produção diária de 60 dúzias de ovos, mas esse número deve crescer nos próximos meses. “Comecei com 300 aves, agora estou com 850 e estamos construindo um novo galpão para receber mais galinhas no início de março”, conta Jusane, responsável pelo negócio. Apesar dos desafios, como o aumento dos custos de produção e o impacto das altas temperaturas sobre as aves, a expectativa é expandir ainda mais a atividade.

A Casa do Ovo representa um avanço para a agricultura familiar na região, garantindo maior controle sobre a produção e um modelo de comercialização direta, que fortalece a relação entre produtor e consumidor. “O projeto foi essencial para que eu entendesse como funciona o processo e tomasse a decisão de estruturar minha própria unidade. Agora, consigo fazer a inspeção e vender diretamente, sem precisar levar os ovos para outro local”, explica Jusane.

Além de proporcionar mais autonomia, a estrutura contribui para a sustentabilidade da atividade, já que os ovos são produzidos em um sistema que respeita o bem-estar animal. A expectativa é que, com a ampliação do plantel, a oferta aumente e os consumidores tenham acesso a um produto fresco e de qualidade, fortalecendo o mercado local.

Diferença entre Entreposto e Casa do Ovo

Texto: Ana Bacovis, bolsista de comunicação do projeto Polifeira do Agricultor
Revisão: Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico da UFSM
Imagens: banco de dados Polifeira do Agricultor