A PoliFeira do Agricultor tem sua criação diretamente ligada a valorização da agricultura familiar. Desde 2017, a feira busca criar um ambiente propício para a venda, na cidade, de alimentos produzidos no campo e cria também um espaço formativo, de visibilidade e de geração de renda para os agricultores. Desde 2014, no dia 25 de Julho, é comemorado o Dia Mundial da Agricultura Familiar, data criada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) para reconhecer a importância desses produtores.
A relevância da Agricultura Familiar para a sociedade brasileira é confirmada pelos dados. Segundo o último Censo Agropecuário realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse segmento é responsável por 77% dos estabelecimentos agrícolas do Brasil, além de empregar 10 milhões de pessoas, o que corresponde a 67% da força de trabalho ocupada em atividades agropecuárias no país.
Entretanto, a influência da agricultura familiar vai além do aspecto econômico, por ter sua prática associada à preservação ambiental. Isso porque essa modalidade de produção colabora para a preservação da biodiversidade de plantas e animais que habitam as regiões do plantio familiar. Ao redor do mundo, existem diversas iniciativas para dar apoio e visibilidade a esses produtores. Em Santa Maria, na UFSM, a PoliFeira é um desses exemplos. O coordenador da feira, Gustavo Pinto, comenta que o conceito de agricultura familiar adotado pelo projeto é o de produtores que têm sua gestão e domínio voltadas à família. O coordenador explica, ainda, que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) categoriza e certifica os produtores brasileiros por meio da “Declaração de Aptidão”, um documento emitido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e que uma das missões da feira é “justamente tirar a agricultura familiar do anonimato.”
Segundo a agricultora familiar Miraci Sippert Schú, da região de Agudo (RS), as atividades de produção agrícola possuíam grande papel no sustento familiar. “Era a minha fonte de renda quase que total”. A produtora conta que sofreu, em sua região, com as consequências da aplicação irregular de agrotóxicos. “Nós éramos produtores de mel, a gente tinha na propriedade muitas colmeias e por conta da produção de tabaco, a gente acabou perdendo praticamente todas as colmeias, porque a abelha levava o veneno para casa e acabava morrendo”, afirma.
Após a perda da apicultura, Miraci e seu marido João acabaram por diversificar a produção e participar de feiras. “A partir daí surgiu a ideia de participar da feira e de diversificar a produção”, comenta a agricultora. A produtora afirma, ainda, que foi um desafio se reinventar após a perda de parte da sua produção. Atualmente, Miraci comercializa seus produtos na PoliFeira do Agricultor, e é proprietária da banca Sementes do Sol.
COMO PARTICIPAR?
O produtor que deseja participar da Polifeira deve estar atento à abertura de editais na página do Colégio Politécnico e no Instagram da Feira @polifeira. (https://www.instagram.com/polifeira/)
HORÁRIOS:
– PoliFeira do Agricultor no campus sede da UFSM: todas as quintas-feiras no Largo do Planetário, das 13h às 17h30min; todos os domingos no Largo do Planetário, das 14h às 18h.
– PoliFeira do Agricultor na Avenida Roraima: todas as terças-feiras, entre a Faixa Velha e a Faixa Nova de Camobi, das 7h às 12h30min;
Texto: Victor Souza, acadêmico de Jornalismo e bolsista da PoliFeira do Agricultor
Edição: Giuliana Seerig, jornalista da Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico