O projeto Zelo surgiu no ano de 2014, em uma parceria entre colaboradores do Hospital Veterinário Universitário de SM (HVU), estudantes, docentes e técnicos administrativos em educação. Seu objetivo, desde então, é informar a comunidade acadêmica e local sobre a importância do cuidado com animais, por meio de um conjunto de ações educativas relacionadas à causa.
A professora do Colégio Politécnico e atual coordenadora do projeto, Fabiana Stecca, foi convidada a assumir o cargo em 2018, por conta de seu engajamento com a causa animal. Sua trajetória no Zelo iniciou em 2014, quando juntou-se a um grupo pequeno de pessoas que ajudavam os animais abandonados, por meio de vaquinhas para castração e encaminhamentos para adoção.
Inspirada em ações de outras universidades e aproveitando o bom relacionamento do projeto com a Pró-Reitoria de Extensão, Fabiana, junto a mais dois colegas e voluntários, criou a iniciativa “Cuidados com os Animais em Situação de Abandono no Colégio Politécnico da UFSM”. Assim sendo, assumiu a coordenação também do projeto de extensão que, por ser algo estratégico da Universidade, é fixo e atua, constantemente, junto ao Zelo.
Por meio dele, a equipe cria conteúdos voltados à conscientização, auxilia no processo de adoção responsável e oferece aos animais do campus alimentação e tratamento médico, quando necessário. “É algo que faço com muito carinho e amor. Tudo o que fazemos é pelos animais, não esperamos outra retribuição que não seja vê-los bem e melhorar a situação daqueles que chegaram doentes e foram abandonados”, declara a professora.
Uma das maiores dificuldades é angariar recursos para custear despesas envolvendo abrigo, alimentação e tratamentos. Além disso, os participantes do projeto enfrentam o longo e difícil processo de fazer com que as pessoas entendam que o Zelo, apesar de ter parceria com o HVU, é um cliente como qualquer outro, tendo custos com o atendimento dos animais.
A falta de um abrigo municipal ou apoio para conseguir lares temporários para aqueles que estão em repouso ou pós-operatório também preocupa a associação. Segundo a professora, neste momento, o projeto atende cerca de 80 animais, distribuídos entre a UFSM, lares temporários e propriedades rurais. O número de voluntários é extremamente restrito, mas pretende-se, a partir de campanhas, conseguir captar mais pessoas dispostas a ajudar.
Animais idosos, de porte grande, com comportamento de socialização fora do padrão ou com problemas crônicos e necessidade de tratamento dificilmente são adotados. De acordo com Fabiana, o abandono de bichinhos nessas condições é recorrente em todo o Brasil e, por isso, o projeto leva palestras às turmas do Colégio Politécnico, do ensino médio aos cursos técnicos e, quando há oportunidade, se faz presente nas semanas acadêmicas de qualquer curso.
Escolas e determinados eventos também recebem as exposições. Ainda em abril, serão realizados encontros na UFSM para divulgar um conjunto de ações educativas relacionadas a tais pautas. “Temos muita esperança no público infantil, que sempre nos dá um retorno maravilhoso. Percebemos que as crianças possuem muito mais essa sensibilidade e conscientização de que o animal precisa de nós”, acrescenta a docente sobre as palestras.
O projeto prega a importância de que todos os animais tenham um lar responsável e qualidade de vida. “O Zelo é um ato de amor, que ensina às pessoas como se cuida e mantém um animal. Acima de tudo, ele mostra que fazemos parte da UFSM e que queremos um campus com menos pets abandonados. Lar é uma casa, é um apartamento, é um lugar que tem uma família que dá carinho, atenção e todos os cuidados que o animal precisa”, desabafa a coordenadora.
Bixo que ajuda bicho: campanha de arrecadação de ração
Aproveitando a chegada de novos alunos no Politécnico, o Zelo lançou uma campanha para incentivar ações solidárias em prol dos animais. Embora seja voltada aos calouros, sua validade é contínua e todos podem participar. Os pontos de entrega dos sacos de ração são a portaria do Colégio Politécnico e a CESPOL, localizada no bloco A, ambos com funcionamento do turno da manhã até à noite.
Pode-se, ainda, colaborar financeiramente, por meio da chave Pix fabiana@ufsm.br, pertencente à coordenadora. Contribuições de caixas de transporte, potes de ração, coleiras, entre outros itens destinados aos bichinhos, também são aceitas. Doações de roupas e calçados podem ser enviadas ao brechó Grife do Zelo, único recurso próprio do projeto.
(Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico/ Texto: Kemyllin Dutra, estudante de Jornalismo/ Edição: Giuliana Seerig – Jornalista.)