No dia 25 de Agosto, esta quarta-feira, se comemora o dia do feirante, data em que se homenageia esses profissionais essenciais para a economia regional e nacional. Com produtos frescos, frutas, legumes, verduras ou mesmo objetos para o lar, as feiras livres são parte fundamental de quase todas as cidades no Brasil. Na Universidade Federal de Santa Maria, muitos projetos se relacionam com a atividade do feirante. Profa. Gisele Guimarães, integrante do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural (DEAER), coordena um importante programa de fomento à economia solidária que permite uma proximidade com os produtores rurais que também comercializam seus produtos. “Em Santa Maria, nós temos a experiência do projeto Esperança-Cooesperança, referência mundial em economia solidária, e dentro deste projeto, fazemos a organização do Feirão Colonial”.
O Feirão Colonial conta com 29 anos de existência e acontece todos os sábados pela manhã no terminal de referência de economia solidária Dom Ivo Lorscheiter. Antes da pandemia da Covid-19, ele reunia cerca de dois mil consumidores. Atualmente, o número se reduziu, ao mesmo tempo que a economia solidária foi uma alternativa ao desemprego alarmante que assola o país desde o começo da disseminação do vírus, especialmente na faixa etária de jovens de 25 a 30 anos.
O DEAER trabalha junto aos feirantes vinculados a esta feira. “Todos os feirantes de alimentos, cosméticos, artesanato, medicina alternativa, somam cerca de 120”, destaca Gisele. “O DEAR trabalha formando estes feirantes em organização coletiva, formação para comercialização, qualificação dos produtos, legalização sanitária, organização do espaço. E, atualmente, informamos sobre medidas de prevenção de Covid-19. Estamos lá todo sábado para fazer o controle dos protocolos”.
Em 2021, somou-se aos projetos já consolidados a missão de inserir os feirantes em práticas de e-commerce, auxiliando no meio digital a partir da utilização do pix e mecanismo de vendas pelas redes sociais. “O objetivo final é a construção de uma plataforma de feira virtual. Só que isto só será feito quando os feirantes estiverem bem inseridos no meio digital.” Gisele destaca ainda que as feiras são importantes canais de vendas e se tornam negócios atraentes para a sucessão familiar, permitindo principalmente que jovens e mulheres, que têm difícil inserção no meio rural, continuem com trabalho e renda. Além dos feirantes, os consumidores ganham ao adquirir produtos mais frescos e de melhor qualidade.
Para projetos futuros, destaca-se a realização da Feira Internacional do Cooperativismo no terminal de referência de economia solidária Dom Ivo Lorscheiter. Ela será híbrida e acontecerá do dia 3 até o dia 7 de outubro em modalidades online e presencial. Depois, do dia 8 ao dia 10, passará a ser presencial. Esta feira serve não apenas para a comercialização dos produtos de economia solidária regional, mas também como um espaço de formação através de seminários, palestras e fóruns.
Com o intuito de fortalecer os feirantes que praticam agricultura familiar, a extensão universitária e práticas de alimentação mais saudáveis, a PoliFeira do Agricultor da UFSM, outro projeto de extensão da UFSM realizado no âmbito do Colégio Politécnico, funciona há quatro anos sob a coordenação do Prof. Gustavo Pinto. Englobando hoje 24 famílias, além de um assentamento de reforma agrária e uma cooperativa, o projeto também precisou rearranjar alguns aspectos no contexto da pandemia. Atualmente a PoliFeira ocorre fora do espaço da Universidade, na Avenida Roraima, das 7h às 12h30 de todas as terças. Produtos como frutas, hortaliças, grãos, laticínios, ovos coloniais, salames, cucas, massas, sucos naturais, dentre tantos outros, de produção direta das famílias cadastradas no projeto, estão entre as ofertas semanais.
Um dos aspectos essenciais da PoliFeira é também a assistência técnica aos agricultores e apoio aos feirantes por meio da criação de marcas e produtos inovadores. Desde que começou, no dia 24 de abril de 2017, milhares de pessoas já passaram pelos estandes da feira, que se tornou uma referência de trabalho com agricultura familiar e alimentação saudável não só para a região, mas para outros projetos que extrapolam a região sul do Brasil.
A Polifeira do Agricultor é até então a única feira livre do país que se tem conhecimento que faz monitoramento contínuo da presença de resíduos de pesticidas, e nisto já se somam mais de sete mil resultados com compostos zerados. Prof. Gustavo Pinto destaca que existe hoje uma demanda por parte dos consumidores de alimentos sem resíduos de pesticidas e sem contaminação química. A PoliFeira se destaca por fazer esse trabalho educativo de construção conjunta de sistemas de produção mais sustentáveis, sem um caráter de policiamento, mas buscando sempre fornecer orientação adequada. São nessas ações que o auxílio técnico aos feirantes, muitos deles produtores de seus próprios itens, se concretiza.
Texto: Assessoria de Comunicação do Colégio Politécnico; Assessoria de Comunicação da PoliFeira do Agricultor