O projeto de extensão “Flores para Todos” da UFSM, por exemplo, baseado na floricultura como alternativa de renda e diversificação de culturas para a agricultura familiar, mostra-se preocupada com o atual cenário. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), 7 em cada 10 produtores de flores e plantas ornamentais — a maioria produtores familiares — poderão entrar em falência nas próximas semanas, o que pode desempregar, ao menos, 120 mil trabalhadores.
Tendo em vista esta situação, a UFSM, na tentativa de pensar alternativas para a manutenção de atividades comerciais locais, produziu um material com dicas para impulsionar, a partir de casa, a economia local durante o isolamento social. O conteúdo é composto por dicas, destinadas à comunidade, para fomentar a manutenção do desenvolvimento econômico local.
Confira as recomendações da UFSM:
– Peça tele-entrega/delivery de pequenos restaurantes, lancherias, padarias, fruteiras do bairro. Lembre-se sempre de esterilizar as embalagens, sacolas, frutas e legumes com desinfetante, água sanitária ou água e sabão.
– Divulgue nas suas redes sociais empreendedores locais que estão mantendo os serviços online ou por tele-entrega/delivery.
– Algumas lojas de roupas e acessórios estão atendendo pelo WhatsApp ou Instagram. Que tal adiantar compras ou garantir vale-presentes pra Dia das Mães, Pais, Namorados, aniversários?
PoliFeira do Agricultor fornece entregas como alternativa aos consumidores
Um exemplo de iniciativa tanto para se adaptar à realidade da quarentena quanto para fomentar a economia local é a campanha ”Fique em casa: a PoliFeira vai até você”, elaborada pela PoliFeira do Agricultor, projeto de extensão da UFSM. Por conta da diminuição dos consumidores nas feiras livres, a equipe da PoliFeira desenvolveu um novo método de comercializar os produtos. Com o auxílio da tecnologia, desde a última semana, durante o período que acontece as feiras de terça-feira, os comerciantes recebem pedidos pelo WhatsApp e fazem as entregas dos produtos nas casas dos consumidores.
Para Gustavo Pinto da Silva, coordenador da PoliFeira do Agricultor, a partir da necessidade de encontrar soluções não só para os produtores agrícolas, mas também para os consumidores, diante das atuais condições, surgiu a ideia das entregas domiciliares. “Para os produtores, não continuar com as atividades é romper uma relação com o consumidor que sustenta seu mercado. Existe um consumidor que deseja os alimentos e reconhece a qualidade dos produtos, então precisávamos encontrar maneiras de continuar com as atividades da PoliFeira”, afirma.
O agricultor Élison Abreu, responsável pelas entregas domiciliares da PoliFeira, afirma que a nova forma de atendimento aos consumidores é uma saída para os feirantes. “Se não nos adaptarmos a fazer as entregas, iremos perder todos os produtos, até porque o pessoal não está saindo de casa e nós precisamos manter nosso negócio”, destaca.
Ao fomentar a economia local, estimula-se a geração de renda, a preservação dos empregos da região e a sustentabilidade financeira da comunidade.
Texto: Rubens Guilherme Santos
Revisão: Erica Medeiros