A Universidade Federal de Santa Maria foi contemplada com uma verba de R$ 1 milhão para investir em ações que tenham como foco a inovação e o empreendedorismo. O valor será destinado para a universidade em razão da UFSM ter sido avaliada como a 9ª universidade mais empreendedora do país. O anúncio foi feito pela Secretaria de Educação Superior (Sesu), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC).
O recurso será utilizado para incentivar três projetos principais: criação de salas coworking nas 14 unidades de ensino, nos quatro campi da instituição; revitalização da Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM) e reforma das instalações da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec).
De acordo com o vice-reitor, Luciano Schuch, nos últimos anos, a UFSM ampliou as iniciativas com foco na disseminação da cultura e educação empreendedora e fortaleceu e potencializou a transferência de tecnologia e conhecimento. Dessa ampliação, surgiu a necessidade de qualificar a estrutura de apoio a esses projetos e aumentar o número de estudantes e pesquisadores que desejam empreender.
“O nosso grande objetivo com o uso desse recurso é estimular processos criativos e incentivar os alunos a pensarem de forma inovadora, para além dos padrões convencionais e, com isso, fomentar, também, a cultura do empreendedorismo. Esses espaços diferenciados auxiliam na concepção de novas ideias, que podem ser potenciais negócios e, a partir daí, contar com o suporte da ITSM ou Agittec.”, explica o vice-reitor.
Os três projetos possuem suporte da Pró-Reitoria de Infraestrutura da instituição. Conforme Ísis Portolan do Santos, pró-reitora substituta do setor, ações almejam criar ambientes propícios para a criatividade e a inovação, através de alterações estruturais, estimulando professores e alunos a desenvolverem novos projetos em um ambiente qualificado e estruturado. “No entanto, devemos lembrar que apenas a estrutura física não garante que isso ocorra. Quem faz acontecer são as pessoas, que agora poderão utilizar desses espaços para impulsionar suas ideias”, comenta Ísis.
Após a submissão do projeto para o Ministério da Educação, que deve ocorrer ainda nesta semana, a expectativa é que o recurso seja liberado no início do próximo ano. A partir daí, serão executadas as licitações necessárias e a execução dos serviços. “Se tudo ocorrer conforme o nosso planejamento, o prazo para conclusão dessas obras é no segundo semestre de 2020”, informa a pró-reitora substituta.
Os projetos
Um dos projetos contempla a criação de espaços dinâmico-interativos em todas as unidades de ensino, nos quatro campi da UFSM. A proposta envolve criar espaços diferenciados de coworking para fomentar a criatividade. O recurso previsto para a criação desses locais é de cerca de R$ 600 mil do valor disponibilizado pelo MEC.
A proposta foi desenvolvida por Nadiane Joris e Rhaíssa Porto, alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo do campus de Cachoeira do Sul, sob orientação da professora Renata Zampieri. Para a professora, o grande desafio foi criar uma sala que pudesse abrigar diferentes conformações de atividades, para diversos tipos de uso, desde um arranjo mais formal de mesas e cadeiras, um espaço de auditório, um local para grupos de pesquisa e discussão ou até para rodas de conversas, atividades lúdicas e apresentações variadas. As salas de coworking vão contar com equipamentos multimídia (projetor, televisão, caixa de som), painéis, sofás, almofadas, mesas dobráveis e cadeiras empilháveis, que facilitem diferentes configurações no mobiliário.
Para Renata Zampieri, uma estrutura qualificada para o ensino e formação de alunos e professores é um grande ganho não só em termos acadêmicos. “É muito bom poder usufruir de um espaço diferenciado, que não seja padronizado, mas sim pensado com foco no usuário. Isso é motivador e gera um sentimento de pertença à UFSM. Além de propiciar um local adaptável às diversas necessidades, a ideia é que se tenha um ambiente do qual as pessoas se orgulhem e se sintam especiais por poder usufruir dele”, salienta a professora.
O segundo projeto propõe a reestruturação do ambiente da Incubadora Tecnológica de Santa Maria, que foi desenvolvido por Maurício Picetti, aluno do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo da UFSM em parceria com a Proinfra. Serão investidos cerca de 300 mil reais para a execução.
De acordo com Ísis Portolan, a reforma visa, principalmente, alterações na fachada do prédio com a instalação de brises, dispositivos que, além de contribuírem com a estética da construção, escondendo os aparelhos de ar-condicionado existentes, impedem a incidência direta de radiação solar nos interior da estrutura, diminuindo a insolação do ambiente e proporcionando que ele tenha um melhor condicionamento térmico sem o uso do aparelho. Além disso, o acesso ao local também será alterado, já que, por estar muito próximo ao solo, em casos de chuva intensa, ocorrem alagamentos.
O terceiro projeto é a reestruturação dos ambientes da Agência de Inovação e Transferência Tecnológica, que objetiva principalmente, alterações na estrutura interna da Agittec. A proposta é que se crie um espaço mais adequado para o fomento à inovação e ao empreendedorismo, além de possibilitar o desenvolvimento de mais atividades na área.
Serão investidos R$ 100 mil para a reorganização interna da estrutura física do prédio, contemplando a colocação de divisórias e a criação de novas salas e espaços com capacidade para acolher mais projetos, gerar mais startups e abrigar um maior número de empresas incubadas.
Conforme Silon Procath, Coordenador de Empreendedorismo da Agittec, essa melhoria na estrutura física da Agência e na ambiência da ITSM é importante para deixar os espaços de trabalho mais agradáveis, o que, por consequência, melhora a produtividade. “Sabe-se que ter espaços adequados é extremamente importante não apenas no sentido físico da qualificação do local de trabalho mas, estar em ambientes bonitos, seguros, confortáveis e funcionais faz com que as pessoas consigam focar mais em suas ideias, propiciando a inovação”, explica o Coordenador.
A expectativa é que as reformas no prédio potencializem ações que já são desenvolvidas pela Agittec, como a realização de cursos, eventos, palestras e até possibilite com que disciplinas sejam ministradas ou realizem atividades no ambiente da Agência. Outro aspecto importante é que, com a organização física mais adequada, a transferência de tecnologia fica facilitada. “É muito mais fácil transferir tecnologia para uma empresa que está ao lado do que para uma que está distante e isso é fundamental no crescimento das empresas incubadas. Além disso, após sair da incubação, as startups tornam-se parceiras das universidades na qual foram incubadas. E isso é fundamental para as instituições”, finaliza Silon.
Texto: Mariana Henriques com colaboração de Laura Coelho / Assessoria de Comunicação do Gabinete do Reitor
Imagens do projeto disponibilizadas por Renata Zampieri