A Universidade Federal de Santa Maria, campus Palmeira das Missões, participou, nesta quarta-feira (14), do 1º Fórum Brasil-China de Saúde, organizado pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. O evento, foi realizado no formato híbrido, de forma presencial e também on-line através da plataforma Zoom.
O Fórum reuniu universidades e empresas chinesas e autoridades do governo chinês. Participaram do Fórum o Reitor da UFSM, professor Luciano Schuch, o diretor da UFSM-PM, professor Luiz Anildo Anacleto da Silva, o vice-diretor, professor Daniel Graichen, e a professora Tanea Maria Bisognin Garlet, bióloga, com atuação na área de Botânica e Fisiologia Vegetal. Por se tratar de uma ação internacional, a Secretaria de Apoio Internacional (SAI) da UFSM, também estava presente através dos professores Paulo Bayard e Júlio Rodriguez.
De acordo com o vice-diretor da UFSM-PM, professor Daniel Graichen, a instituição foi convidada para participar do fórum por conta da relevância estratégica em saúde no que diz respeito à produção de plantas medicinais. “A participação da UFSM-PM neste evento foi um marco na cooperação em saúde entre Brasil e China. Fomos convidados pelo movimento dos agricultores familiares, na pessoa do senhor Romário Rossetto. O objetivo da atuação da UFSM-PM neste grupo é firmar uma cooperação para transferência de tecnologia, intercâmbio, produção e estudos na área de plantas medicinais ”, afirma Graichen.
A base do diálogo do evento foi o desafio no sistema de saúde mundial que se agravou após a pandemia de Covid-19. A pandemia de Covid-19 aproximou chineses e brasileiros nas parcerias de equipamentos (EPIs), vacinas, pesquisas, profissionais, entre muitas áreas de intercâmbio. É sabido que o setor de saúde é estratégico e gera emprego e renda, além de novas oportunidades em tecnologia e desenvolvimento. Dessa forma, o evento foi uma iniciativa da Puyi Global, empresa sino-brasileira, liderada por Patrícia Zhao Chengcheng, formada em Física pela USP, com pós-graduação em Gestão de Serviços Hospitalares pelo hospital Albert Einstein. Patrícia é CEO da Puyi Global, instituição privada de saúde voltada para comunidade chinesa no Brasil e com um modelo inovador de atenção multicultural e digital, que tem como foco a saúde inteligente.
Um dos objetivos da empresa, que foi discutido no Fórum, é criar, em solo brasileiro, o primeiro Hospital Digital Brasil-China, reunindo as técnicas ocidentais e chinesas. Esse modelo de hospital visa tornar mais célere o diagnóstico, por meio de tecnologia, além de tornar mais acessível o tratamento, com redução de custos para governos e a iniciativa privada, com a diminuição das internações, entre outros.
Patrícia Zhao tem atuado como ponte entre a China e o Brasil na área de saúde, tendo participado de seminários, encontros, eventos do governo chinês e de governo/entidades do Brasil, em especial durante a fase mais aguda da pandemia de Covid-19. Esta experiência serviu de inspiração para a criação do 1ª Fórum Brasil-China de Saúde, que teve como foco aproximar os dois países na busca de soluções conjuntas e intercâmbio direto neste setor, que gera emprego e renda, mas também é fator chave para o combate à pobreza extrema e base da busca pela igualdade entre os povos. E a saúde deve ser prioridade. “Brasil e China já são grandes parceiros, mas podem avançar muito no setor de saúde, principalmente, no combate à pobreza e na qualidade e bem estar de vida de seus povos”, destaca Patrícia Zhao Chengcheng. Ela ressalta ainda que “desta forma, é estratégico pensar nas perspectivas do setor de saúde nos próximos anos, com foco no Brasil e na China, mas de uma forma transversal com o mundo, em curto, médio e longo prazo, a partir de um diálogo construtivo envolvendo autoridades, profissionais, especialistas, empresários, gestores públicos e privados, lideranças, empreendedores, entre outros, para debater as oportunidades do setor que mais cresce no mundo”.
Novo Cenário – Há mais de 15 anos, a China é a maior parceira comercial e de investimentos do Brasil. Desde 2018, antes da pandemia, a China já havia mudado seu foco de investimento e desenvolvimento com o Brasil, apostando nas startups e setores de alta tecnologia. Este novo cenário de pandemia “não totalmente controlada” obriga soluções perenes e inteligentes, o que abre portas para novas parcerias, principalmente, em áreas de comércio digital e produtos manufaturados. Mas também para o setor de Saúde, que é um grande gargalo, principalmente, em diagnóstico, na prevenção e oferta de equipamentos. E as novas tecnologias, como os hospitais digitais, e os tratamentos naturais, como os remédios fitoterápicos, com a expansão de sua produção, são uma realidade, que baixa custos e universaliza o atendimento. “O Brasil e a China possuem grandes populações e estão em desenvolvimento, com muitas prioridades, mas é sabido que se estiverem juntos podem ajudar seus povos, gerando mais negócios, mais oportunidades, mais vidas saudáveis. O primeiro passo na saúde é o diagnóstico, mas ele sozinho não resolve. Há uma emergência e uma urgência para esse desafio. E só a força coletiva é possível caminhar e inovar nas soluções”, finaliza Patrícia Zhao Chengcheng.
Em sua fala durante o Fórum, o vice-diretor da UFSM-PM, professor Daniel Graichen, contextualizou aos participantes do evento a região onde a instituição está inserida, uma região forte no agronegócio, mas também com milhares de pequenos produtores rurais e que possui a maior população indígena do Rio Grande do Sul. O pesquisador frisou a honra em participar do evento e ainda explicou o quanto a instituição é voltada para a área da saúde, possuindo cursos de Enfermagem, Nutrição e Biologia. “Esta vocação foi potencializada no momento da pandemia, onde o nosso campus aqui em Palmeira das Missões, organizou um processo de checagem e triagem e de testagem de Covid-19 para mais de 50 municípios da região”, lembrou Graichen.
Em termos de cooperação futura, o vice-diretor salientou que um projeto foi enviado ao Ministério da Saúde para que a cidade de Palmeira das Missões se torne um polo de produção de difusão do conhecimento para o consumo de Plantas Medicinais. “Aqui no campus temos a professora Tanea Garlet, especialista em plantas medicinais, que tem estudado o assunto há mais de 30 anos e tem sido uma importante difusora do uso destas práticas em comunidades locais, regionais e nacionais. Em termos de estrutura para que possamos avançar na consolidação deste projeto, além do corpo técnico disponível, a UFSM apresenta a estrutura já implantada para este fim, como o Jardim Medicinal; um horto florestal para produção de plantas medicinais, em fase de implantação; laboratório de análise e de qualidade, em fase de implementação; e a disponibilidade da área física para que possamos, a partir de uma experiência bem sucedida, disseminar as plantas medicinais testadas para que sejam consumidas com segurança por várias populações que assim desejarem”, explicou.
O docente ainda salientou que a instituição está inserida em vários programas, incluindo a Fiocruz, onde a professora Tanea realiza um curso de especialização intitulado Inovação em medicamentos da biodiversidade com ênfase em plantas medicinais e fitoterápicos. “Esperamos que com esta experiência possamos ser um polo que coordene este processo de difusão dessas medicinas alternativas para outras partes do estado e do Brasil. A UFSM-PM quer ser a grande porta de acesso dessas tecnologias para o mercado e para a população brasileira”, finalizou Graichen.
A partir da realização do fórum, grupos específicos de atuação foram criados para que os trabalhos possam iniciar já no começo do próximo ano, concretizando o objetivo do fórum, que foi de aproximar interesses e gerar oportunidades concretas de intercâmbio e negócios. A UFSM-PM, dessa forma, irá integrar o grupo Produção, comercialização e uso de fitoterápicos.
Assessoria de Comunicação UFSM-PM
(com informações de DINO Agência de Notícias Corporativas)