Jovens indígenas que estudam em Universidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina se reuniram na última sexta-feira (23) em uma atividade voltada para a juventude indígena da Terra Guarita, localizada no município de Redentora. O evento fez parte da comemoração do Centenário da demarcação da T.I. Guarita.
Durante todo o dia foram realizados debates sobre os desafios e perspectivas dos jovens indígenas na vida acadêmica. Dentre os assuntos abordados, foi destacada a importância de incentivar os jovens a ingressarem na Universidade para se formar em uma profissão e ajudarem no desenvolvimento das comunidades indígenas. Os participantes também realizaram uma exposição e cada acadêmico falou sobre as especificidades do curso escolhido.
O campus da UFSM de Palmeira das Missões foi representado pelo acadêmico de Administração, Sidinei Gabriel Cristão e pelo Vice-Diretor do campus, Prof. Adriano Lago, que explicaram como funciona o Processo Seletivo Indígena da Instituição e tiraram as principais dúvidas dos presentes quanto aos cursos ofertados pela UFSM.
Para Sidinei, o evento foi essencial, tanto para ele quanto para a comunidade Kaiangan Terra Indígena do Guarita, para mostrar a importância da Universidade na formação de acadêmicos indígenas. “O evento teve como objetivo levar informações dos próprios acadêmicos indígenas, levando nossas experiências aos demais jovens da comunidade. Falamos como é a nossa vida dentro da universidade, os desafios que temos ao ingressar e durante toda a vida acadêmica, o compromisso que temos com a nossa comunidade no quesito de formação e desenvolvimento e a perspectiva de voltar após a formação”.
O acadêmico ainda frisa a importância do papel da Universidade na formação profissional dos indígenas. “É fundamental a participação direta da Universidade com a comunidade Kaingang, pois um dos principais objetivos da comunidade é incentivar futuros jovens acadêmicos para que tenham pensamento e trabalho coletivo para, assim, transformar a realidade, tudo o que é esperado de um acadêmico indígena”.
O Vice-Diretor do campus, Prof. Adriano Lago, ressalta a oportunidade de ter vivenciado as expectativas e demandas em relação à Educação Superior dos jovens universitários indígenas e seu papel no futuro de seu povo. “Participar das comemorações do centenário da demarcação da Terra Indígena Guarita e em especial, ouvir trajetórias de educadores indígenas, as conquistas e desafios vinculados a educação foi uma experiência gratificante. Hoje, as oportunidades conquistadas através do acesso ao Ensino Superior por parte de diversos jovens indígenas, carregam o desafio e a responsabilidade dos mesmos para com o futuro do seu povo e esse foi o tom das falas das lideranças indígenas e dos jovens universitários”.
Texto: Assessoria de Comunicação UFSM-PM