Desde abril, a UFSM tem realizado testes para o novo coronavírus em Santa Maria, Palmeira das Missões e região. São vários setores envolvidos no projeto. Em Santa Maria: o Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), o Laboratório de Bacteriologia do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e o Laboratório de Virologia Veterinária do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM. Além disso, em Palmeira da Missões, são mais dois outros laboratórios envolvidos, o Laboratório de Genética Evolutiva e o Laboratório de Microbiologia
No campus de Palmeira, inclusive, foi criado o projeto Detecta UFSM, que já realizou testes em 52 municípios da região. Daniel Graichen, professor do Departamento de Ciências Biológicas, diz que atualmente ele é autofinanciável e, inclusive, capaz de fornecer bolsas para estudantes envolvidos.
Até a última atualização, no dia 4 de outubro, já tinham sido realizados 22.742 testes, dos quais 3.395 foram positivos. Destes, 11.098 (1.456 positivos) em Santa Maria e 11.644 (1.939 positivos) em Palmeira das Missões. É importante ressaltar que os testes realizados pela UFSM na segunda cidade dizem respeito a todos os municípios alcançados pelo projeto.
De acordo com o professor Eduardo Flores, responsável pelo laboratório e pela aplicação dos testes em Santa Maria, foi em agosto o período de maior testagem. Já em Palmeira das Missões, os meses principais foram julho e agosto, de acordo com Graichen. O tipo de teste aplicado tem sido o RT-PCR, que busca identificar o RNA do vírus a partir da coleta de material do nariz ou da garganta do testado.
Para garantir os materiais dos testes, a UFSM, juntamente com o Husm, fechou parcerias para financiamento do projeto com o Ministério Público do Trabalho, com o Ministério Público Federal e também com o Ministério de Ciência e Tecnologia. Já os testes foram recebidos após colaboração da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde. Por este motivo, não é possível a solicitação avulsa de um teste. O público-alvo, ainda segundo Flores, são internados, suspeitos e profissionais da saúde.
“O projeto recebeu doações da comunidade para ser implantado, com a doação de um equipamento de PCR no valor de R$ 150 mil e um extrator de RNA no valor de R$ 120 mil. Além disso, a UFSM colaborou com a aquisição de outros equipamentos e com bolsas para alunos” ressaltou.
Apesar dos números de testes positivos no Brasil seguirem em queda, o professor Eduardo Flores, de Santa Maria, afirmou que existe interesse da UFSM em seguir realizando os testes mesmo quando a pandemia estiver controlada.
Texto: Juan Grings, acadêmico de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Lucas Casali