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UFSM-FW 11 anos: histórias, desafios e perspectivas



Tudo começou no ano de 2005, quando, em uma audiência pública, surgiu a oportunidade de instalar-se em Frederico Westphalen uma universidade de ensino gratuito e de qualidade.885716 948469035187804 4174043597146148787 o

Os resultados foram positivos, e em 2006 já estavam abertas as inscrições para o primeiro vestibular da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na região. A UFSM-FW e o campus de Palmeira das Missões, faziam parte do Centro de Educação Superior Norte do Rio Grande do Sul (CESNORS), que era uma unidade de extensão da UFSM. O campus de Frederico Westphalen localizava-se nas dependências do Colégio Agrícola (CAFW) que já pertencia à UFSM.

Os dois campi se desmembraram do centro no ano de 2015, e passaram a ser UFSM campus Frederico Westphalen e UFSM campus Palmeira das Missões. No mesmo ano, o CAFW passou a pertencer ao Instituto Federal Farroupilha (IFFar/FW), desligando-se da UFSM.

A UFSM-FW completa hoje 11 anos de história, e conta com seis cursos de graduação e um curso de pós-graduação. Atualmente, são 962 alunos, 95 professores e 50 técnicos. Durante todo esse tempo, muitas lembranças perduram, muitas pessoas passaram pelo campus e muitos sonhos tornaram-se realidade.

Histórias

Os alunos que fizeram parte das primeiras turmas do campus tiveram que se adaptar às condições oferecidas no início das atividades da Universidade. “Tudo era um desafio, não considero difícil, porque com 16 anos é tudo alegria, não ter sala de aula era motivo de festa. O fato é que muita coisa mudou no campus. Não tínhamos nada, nem carteira, nem professores suficiente”, é o que nos conta a jornalista Heloise Chierentin Santi, que fez parte da primeira turma do curso de Jornalismo.

Heloise é natural da cidade de Palmeira das Missões a 67,8 Km de Frederico Westphalen, ela foi a única, entre cinco filhos, que conseguiu estudar em uma universidade federal. Seus pais eram agricultores, e desfizeram-se de muitas coisas para ajudar os filhos a estudarem. Fazer faculdade em uma cidade distante da família seria sua única alternativa “eis que surge o vestibular extraordinário para ingresso na UFSM/FW, que alegria, poderia ficar perto de casa, dos pais, dos amigos e detalhe, ter um estudo de qualidade sem pagar nada, ou quase nada, por isso”, relata a jornalista.

O CESNORS, nome antigo do campus, estava em construção e as aulas aconteciam nos espaços que eram oferecidos pelo Colégio Agrícola. Segundo a egressa, foi muito interessante acompanhar a construção dos prédios e a chegada de novos alunos, que depois de três anos já eram tantos que era quase impossível conhecer todo mundo. O espaço de convivência era divido com os alunos do ensino médio, assim como o bosque, que às vezes até era utilizado com “sala de aula”.

Apesar de passarem por algumas dificuldades como falta de equipamentos e demais materiais, os alunos que presenciaram a construção da UFSM-FW e fizeram parte desta história desde o início, tem um apreço imenso pelo campus, assim como a Heloise. “A primeira janela que se abriu quando pensei que todas as portas tinham se fechado. Na UFSM tive as melhores experiências de vida, cresci, amadureci, mudei, ali que encontrei meus melhores amigos, minha segunda família, ali aprendi a superar desafios e a enfrentar a vida, os questionamentos e os percalços dela”, acrescenta.

Desafios

Muitas mudanças estruturais e de gestão aconteceram desde o ano de 2005, como por exemplo, a separação dos campi de Frederico Westphalen e Palmeira das Missões e o desmembramento do Colégio Agrícola são exemplos disso.

No ano de 2016, Arci Dirceu Wastowski, professor do curso de Agronomia junto com Igor Senger, professor do curso de Sistemas de Informação, assumiram a direção do campus. Com a nova gestão vieram novos desafios: preservar a assistência estudantil na atual conjuntura política, inaugurar a segunda casa do estudante no campus e conservar a ligação com o IFFar/FW para manter o acesso ao restaurante universitário. “Nós assumimos a direção em um momento conturbado em que o campus desmembrou-se do CAFW e de Palmeira das Missões, aliado a tudo isso, nossa maior preocupação era dar condições de estudo e bem-estar aos acadêmicos”, afirma o diretor.

Foi necessário conciliar as variáveis para que fosse possível manter a qualidade na assistência estudantil, na educação e também na infraestrutura da universidade. Todas essas adversidades estão sendo superadas aos poucos, com a ajuda dos servidores e alunos. Mesmo com as reduções orçamentárias, as atividades da UFSM-FW seguem dando continuidade.

“Vou completar 11 anos de UFSM junto com o campus, estar em frente da gestão e poder acompanhar, ver tudo isso crescer e poder ajudar é muito gratificante. Poder colaborar para continuar mantendo a qualidade em ensino, pesquisa e extensão é o nosso objetivo”, acrescenta Arci.

Perspectivas

2015 certamente foi um ano de grandes mudanças para a UFSM-FW, a Universidade extinguiu o vestibular e o SiSU tornou-se a modalidade de ingresso. Com essa novidade o campus passou a receber alunos de diferentes regiões do país e trouxeram consigo novas culturas e novos hábitos.

Natural de Belo Horizonte-MG, Iully Silvares Jahel é acadêmica do curso de Engenharia Florestal, e conheceu a UFSM-FW pesquisando sobre universidades federais na internet. Iully conta que quando recebeu a notícia de sua aprovação aqui em Frederico Westphalen, sentiu um pouco de medo, já que a distância entre os dois estados é muito grande e, além disso, não conhecia nada da nova cidade. “Foram quase dois dias de ônibus até Santa Maria (onde minha matrícula foi efetuada), e no dia seguinte já seguimos para Frederico Westphalen”, relata a acadêmica. Ela ainda conta que após a correria para colocar tudo em ordem, a ansiedade e o medo ficaram de lado, pois foi muito bem recebida o que a surpreendeu positivamente.

Assim como a Iully, muitos alunos de outros estados que estudam por aqui, trazem um pouquinho da cultura de cada região. A UFSM-FW hoje é um local diverso e plural e, apesar disso, não perde a característica de um campus de interior em que as relações entre os sujeitos da comunidade acadêmica tendem a ser mais próximas. “A UFSM-FW representa uma família, aqui todos se ajudam e se preocupam um com os outros, o corpo docente tem uma relação muito próxima com os alunos e vice e versa. Isso é muito raro de se ver em uma instituição acadêmica e é o que faz a UFSM-FW ter esse ambiente familiar, me sinto à vontade”, afirma Iully.

Hoje, com 11 anos de história, a UFSM-FW possui infraestrutura mais adequada as necessidades de uma Universidade, crescente número de servidores capacitados para atender a comunidade acadêmica, tanto docentes quanto técnico-administrativos.

Mais gratificante que perceber a evolução do campus é poder relembrar os momentos de superação que cada aluno e cada servidor carrega consigo, cada luta vencida para chegar até aqui e alcançar os objetivos de estudar, trabalhar e participar da história de uma universidade federal regionalizada, com ensino gratuito e de qualidade.

Foto e Reportagem: Cíntia Henker – Assessoria de Comunicação UFSM-FW

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