O Bioma Cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira depois da Amazônia. Com uma área de 206 milhões de hectares e ao redor de 12% apenas utilizado para culturas agrícolas, essa savana tropical é vista pelo Brasil e pelo mudo como uma importante região para a expansão do Agronegócio e para produção de alimento e energia renovável. Com duas estações climáticas uma chuvosa e uma seca bem definida, desde o início da sua ocupação, o Cerrado Brasileiro tem se destacado na produção agrícola com produtividades de soja e milho que superam a média nacional. O Cerrado Brasileiro também tem despertado atenção do setor sucroalcooleiro, isso por que essas duas estações bem definidas são extremamente importantes para a cultura da cana-de-açúcar, onde o período chuvoso favorece o crescimento vegetativo e o período mias seco o acúmulo de sacarose condição essas ideais para a cultura da cana usada na produção de açúcar e álcool.
Dentro desse cenário do que é e o que representará o bioma Cerrado para o agronegócio brasileiro, é importante o conhecimento das particularidades que envolve toda a produção agrícola nessa região. A atividade agrícola na região do Cerrado Brasileiro é recente quando comparado a outras regiões do Brasil. Dentro deste contexto, essa tem representado uma excelente oportunidade de trabalho para muitos profissionais da Agronomia formados aqui na região Sul, até porque uma grande parcela de produtores que fazem agricultura na região do Cerrado é oriunda da região Sul do Brasil.
Por ter trabalhado por quase seis anos no Cerrado do Brasil e ter conhecido a realidade somente no início da atividade profissional, em 2010, sob iniciativa do Professor Clauidr Basso, foi realizada a 1ª viagem técnica a essa região, buscando mostrar essa realidade desconhecida para a grande maioria dos acadêmicos do Curso de Agronomia da UFSM campus Frederico Westphalen. O objetivo da viagem era mostrar aos estudantes uma realidade vista pelo Brasil e pelo mundo como região com alto potencial para expansão do Agronegócio no Brasil, buscando produção de alimento e energia renovável e, além disso, estimular os alunos a buscarem estágios e a própria colocação profissional nessa região, onde muitos sulistas desenvolvem agricultura.
Nesse ano de 2013, sob Iniciativa e Coordenação do professor Claudir Basso com acompanhamento do professor Antônio Santi, dos dias 10 de junho à 14 de junho, alunos XII semestre desta Instituição estiveram visitando a região do Cerrado Brasileiro. Durante os dias de visitação, várias culturas foram conhecidas de perto e discutidas.
1ª Visita Técnica (10/06/2013) Fazenda Pamplona – Grupo SLC Agrícola – Cristalina – GO
Com uma área cultivada que soma mais de 280.000 hectares em onze fazendas distribuídas em sete estados da Federação, a SLC agrícola é uma das maiores produtores de grãos no Brasil e a maior produtora de algodão. Na fazenda Pamplona, os alunos tiveram a oportunidade de observar e discutir a produção de trigo sob pivô aonde a produtividade média chega facilmente a 100 sc/ha, além disso, café irrigado, algodão em área de sequeiro bem como o benefício do algodão.
2ª Visita Técnica (11/06) Agrícola Wehrmann – região do PADEF- DF
A Agrícola Wehrmann Ltda. é uma empresa brasileira, fundada em 1974, que produz grãos, sementes com foco na produção de hortaliças na região dos cerrados de Goiás, próxima a Brasília. Nessa visita foi visto a produção em grande escala de batata, cebola, alho e cenoura que envolve desde o preparo de solo, plantio e os principais manejos para essas culturas. Além disso, os alunos puderam observar o processo de lavagem e embalagem da cenoura que nesta operação era destinada a rede pão de açúcar.
No dia 12/06/2013 a comitiva se deslocou de Formosa-GO a cidade de Rio Verde-GO, durante a passagem por Brasília os alunos tiveram a oportunidade de visitar alguns pontos turísticos como a Torre de TV (lado do estádio Mané Garrincha), a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional e o Palácio de Planalto.
3ª Visita Técnica (13/06/2013)- Parte da manhã – Fazenda do seu Flavio Faedo – No entorno de Rio Verde-GO
Esse produtor originário de Passo Fundo, RS, cultiva atualmente 2.700 hectares na Região de Rio Verde. A soja precoce e milho safrinha são as principais culturas. Os alunos tiveram a oportunidade de discutir todo o processo produtivo, manejo de solo e das culturas, adubação, doenças, pragas. Foram duas horas de muita informação técnica com uma produtor altamente tecnificado e que profere muitas palestras.
13/06/2013 – Parte da tarde – Palestras – Hotel em Rio Verde-GO
Na parte da tarde no hotel onde a comitiva se encontrava hospedada foram apresentadas duas palestras: a primeira sobre o perfil do Engenheiro Agrônomo que as empresa buscam no mercado, ou seja: o que as empresa querem e não querem num profissional da agronomia ministrada por Henrique Morais (Xecape Rural) empresa que presta consultoria e trabalha com pesquisa para a iniciativa privada. A segunda palestra ministrada por Cleo Hemielewski (CJ Agrícola) foi sobre a experiência de um consultor aqui do RS, já a 16 anos trabalhando com produtores no Brasil Central.
4ª Visita Técnica (14/06/2013) Usina Rio Verde – MG
Nessa visita os alunos tiveram a oportunidade discutir um pouco sobre a produção de cana-de-açúcar para produção de etanol e açúcar. Além disso, tiveram a oportunidade de observar a campo a colheita mecanizada da cana-de-açúcar.
Entendemos que o profissional de agronomia deve ser dotado de elevado senso crítico em relação aos problemas e que consiga observar de forma holística o setor produtivo independente da escala de produção. Para isso, conhecer as diferentes realidades em que está e que poderá estar inserido é parte da sua formação, até por que, cada vez mais será cobrada do profissional da agronomia uma capacitação voltada ao desenvolvimento agrícola, aliando tecnologias para produção, capaz de tronar a agricultura uma atividade ecologicamente sustentável, socialmente justa e economicamente rentável.
O setor do agronegócio tem expandido consideravelmente nos últimos anos no Brasil, não apenas no incremento da produção de produtos primários, mas principalmente na transformação desses produtos em industrializados, e como conseqüência ampliação do número de empresas prestadoras de serviços direta ou indiretamente ligadas ao mesmo setor. A gestão e o desenvolvimento das pessoas, em um ambiente altamente competitivo, têm sido apontados como um dos mais sérios desafios na formação de pessoas e isso talvez justifica a falta de profissionais capacitados em todos os setores da economia inclusive no agronegócio.
Assessoria de Comunicação da Direção do Centro
assessoriacesnors@ufsm.br
