Na última sexta-feira, 19, o Campus da Universidade Federal de Santa Maria em Frederico Westphalen realizou a primeira formatura do curso de Licenciatura em Educação Indígina EaD. A cerimônia solene aconteceu no auditório do Instituto Federal Farroupilha, IFFAR/FW. A UFSM/FW formou 25 professores, todos pertencentes ao povo da etnia Kaingang.
O curso foi criado em 2019, na modalidade de Ensino à Distância, mas a ideia vinha sendo debatida desde de 2012, pela demanda de formação de professores indígenas. O objetivo era levar às aldeias uma formação acadêmica, completa, diferenciada, de qualidade e gratuita, sem deixar que as tradições dos povos fossem esquecidas. O curso atingia três polos: em Palmeira das Missões, em Tapejara e em Três Passos.
Além deste curso, a instituição está em preparação para ofertar o curso em nova formatação. A próxima turma de Licenciatura em Educação Indígena será oferecida pelo PARFOR – Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, na modalidade presencial. As aulas e as atividades acontecerão no Campus e nas aldeias, para as quais serão oferecidas 100 vagas também para os Kaingang.
Os Kaingang estão presentes em quatro estados diferentes do país, sendo eles São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, devido ao seu alto número populacional. De acordo com dados do PIB Socioambiental, eles vivem em mais de 30 Terras Indígenas, o que representa uma redução territorial em relação aos seus territórios tradicionais. Apesar disso, sua estrutura social e os seus princípios cosmológicos ainda são conservados.
Texto: Beatriz Vieira