Pela primeira vez no CEHCAB, as apresentações foram em formato de stand. Os estudantes falavam sobre seu homenageado para as pessoas que se aproximavam.
Entre os cientistas pesquisados, estavam alguns de importância mundial, como John Standard, que inovou a geladeira no século XIX em meio ao regime de segregação racial americano; Katherine Johnson, física e matemática da Nasa durante o auge da corrida espacial entre EUA e União Soviética; e Neil deGrasse Tyson, astrofísico americano autor de livros como Morte no buraco negro e célebre pela série de televisão Cosmos: uma odisseia no espaço.
Entre os brasileiros que foram tema de pesquisa, estava Enedina Marques, que se tornou, em 1945, a primeira engenheira negra do país. Ao longo de sua carreira no setor público, teve papel de destaque nos projetos de várias hidrelétricas.
A vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em março no Rio, também foi homenageada por um dos grupos. Formada em sociologia, Marielle foi considerada pelos alunos como uma cientista social.
Foi homenageada também a professora gaúcha Marta Nunes, da Uergs (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul), que possui pós-doutorado em Química pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e, atualmente, cursa mais um pós-doutorado pela Universidade da Califórnia. Marta fez uma palestra no evento antes da apresentação dos trabalhos e comandou um game didático no qual os estudantes do CTISM tentavam responder corretamente a perguntas relacionadas ao tema da edição deste ano do CEHCAB.
O evento também contou com falas da escritora Maria Rita Py Dutra, primeira negra a concluir o doutorado em Educação do CE (Centro de Educação da UFSM), e da professora Roselene Pommer, que organiza o ciclo desde a sua criação.
Durante o evento, foi feito também o lançamento do Caderno de Resumos do ciclo, que reúne sínteses de todos os 17 trabalhos. Ele estará disponível em versão digital em breve.
A professora e pesquisadora Joana Félix, também tema de uma das pesquisas do ciclo, se manifestou no Facebook em agradecimento à homenagem que recebeu. Ela atua na escola técnica professor Carmelino Corrêa Júnior, em Franca, SP, cidade onde nasceu. Doutora em Química, Joana conquistou 82 prêmios ao longo da carreira e recebeu uma bolsa de pós-doutorado na Universidade Harvard, segundo os alunos no Caderno de Resumos do CEHCAB. No stand dedicado a ela no evento, os estudantes exibiram um pano inscrito com frases racistas que Joana ouviu ao longo da vida, como ser chamada de “filhinha de empregada”.
por Rossano Villagrán Dias/NCI
imagens 1, 2 e 3 Rojas de Lima
imagem 4 Reprodução