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Corpo docente de Arquitetura e Urbanismo reformula a estrutura avaliativa do primeiro semestre

Preocupação com sobrecarga e oportunidade de otimizar tarefas foi o que levou o grupo a repensar o processo avaliativo



 

Trabalhar em plantas, maquetes e projetos de diferentes disciplinas simultâneas é rotineiro para estudantes do Curso de Arquitetura e Urbanismo (CAU) do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria. Essas tarefas não passaram despercebidas para os docentes que ministram aulas para o primeiro semestre, que preocuparam-se com a sobrecarga dos discentes. Neste contexto teve início a discussão e implementação de um projeto de ensino colaborativo entre os professores do CAU.

Visando diminuir o volume de trabalhos e potencializar as atividades que às vezes acabavam por não serem entregues com a qualidade desejada, devido a essa alta demanda de tarefas, o corpo docente buscou integrar exercícios entre disciplinas. Assim, iniciaram por Ateliê I, Composição e Forma, Expressão Gráfica I, Modelagem I e Sistemas e Tecnologias, expandindo gradualmente para outras disciplinas como Desenho Técnico I, Introdução à Arquitetura e Urbanismo e Teoria e História da Arte¹.

Os professores se reúnem de acordo com as demandas e mantêm um diálogo constante. Eles observam as apresentações dos alunos e procuram identificar como as disciplinas contribuem para essas apresentações. Ao longo do semestre, os docentes fizeram ajustes nas datas e atividades, levando em consideração possíveis atrasos ou conflitos de horários. O diálogo e a flexibilidade são essenciais para o funcionamento do projeto e avaliação de possíveis melhorias.

Testando a Metodologia

A ação iniciou em agosto do ano passado, no final do primeiro semestre, no qual foi discutido e criado estratégias entre os docentes para neste primeiro semestre dos calouros de 2023 implementar o projeto de ensino como teste para avaliar seu funcionamento. A docente de Ateliê I, Josicler Orbem Alberton, destaca a importância desse período de testes: “Para mim potencializou, foi mais tranquilo porque a gente vê que o resultado das atividades que eles faziam está sendo potencializado e o resultado está muito bom. Com três meses de arquitetura eles já conseguem espacializar uma ideia de projeto em duas maquetes realizadas nesses projetos de integração. Eles se sentem valorizados e demonstram alegria e cuidado com o trabalho”. Alberton ainda ressalta a continuidade do projeto para os próximos semestres: “Temos que continuar aplicando a metodologia para analisar se foi uma situação específica de uma turma ou se a qualidade vai se manter a partir dessa nova metodologia”.

Com a nova avaliação vigente, os estudantes já puderam sentir a diferença em suas tarefas e rotinas. “Nossos veteranos nos assustaram bastante contando que tinham muitas atividades, que viraram noites e, no final, foram mais de 50 trabalhos. Entramos achando que ia ser muito desgastante e realmente, ao juntarem disciplinas e realizarem trabalhos interdisciplinares, diminuíram a quantidade de tarefas. Foi cansativo mas não tanto quanto seria.”, avalia Yasmin Miron, discente do primeiro semestre. Já Natália Barchet, também do primeiro semestre, pensa que a diminuição de tarefas é benéfica também para o processo criativo: “Eu acho que teria trancado o curso se tivesse que fazer mais do que já estou fazendo, não ia dar. Essa ideia foi muito benéfica para nossa saúde mental, prestamos mais atenção nos nossos trabalhos e criamos com mais qualidade”.

O processo de integração durante este primeiro semestre foi destacado por Anthonio Saraiva, no qual avalia que o diálogo constante entre os docentes para dar continuidade na iniciativa só traz benefícios: “Com toda certeza essa integração funcionou, acho que os professores estão testando ainda para ver o que funciona melhor, às vezes algumas coisas não funcionam mas a integração em si foi essencial”. Valentina Ceretta ainda complementa ao afirmar que gostaria que essa proposta tivesse continuidade para outros semestres além do primeiro. “Esperamos que sigam dando continuidade nessa integração e reformulem os próximos semestres também, porque é algo que não se compara o tempo que tu se dedica fora de aula também”.

Projeto 1: Exercício Projetual – Um Espaço de Convivência no Campus

O primeiro projeto de integração foi: “Exercício projetual, um espaço de convivência no campus: projeto e releitura – O primeiro projeto do resto das suas vidas!”. No dia 15 de junho foi realizada a entrega das maquetes de modo integrado, contemplando as disciplinas de Ateliê I, Modelagem I e Composição e Forma. Os trabalhos ficaram expostos no átrio do CAU até o dia 29 junho.

Confira as maquetes no Instagram do curso de Arquitetura e Urbanismo.

Projeto 2: Exercício Projetual – Instalações Artísticas na Escala 1:1

Já o segundo projeto de integração foi: “Exercício Projetual: Instalações artísticas na escala 1:1 – O espaço dentro do espaço!”. No dia 7 de julho foi inaugurada a exposição das instalações artísticas em escala 1:1, realizada de modo integrado com todas as disciplinas do primeiro semestre de 2023, e ficou disponível até o dia 13 de julho no átrio do CAU.

Acompanhe os trabalhos realizados pelos discentes do primeiro semestre, que obrigatoriamente deveriam incluir dois materiais (determinados por sorteio) na realização da unidade em maquete e na unidade em objeto real.

Espaço Místico – Gabriel Fies, Julia Lubschinski, Rafaela Lima e Raissa Barreto – Cerâmica e Metal – O metal estava presente em uma parede vertical com folhagens verdes e a cerâmica na decoração. O buda, o suporte para incenso e os materiais estavam alinhados diretamente com a busca por um lugar de relaxamento. Conforme o grupo se propôs, um espaço para meditar, se sentir bem, com tranquilidade e paz, tentando aflorar o lado espiritual de quem entrasse no ambiente.

Jardim da Natureza Morta – Anthonio Saraiva, Caetano Vianna, Joele Wagner, Laura Moro, Valentina Ceretta e Yasmin Miron – Madeira e Plástico – Para o grupo foi gratificante receber esses materiais e a partir deles veio o pensamento do projeto baseado em uma crítica social visando o tema poluição: a transição da floresta em madeira para floresta em plástico. Para materializar isso os alunos utilizaram árvores que foram cedidas das podas que estavam sendo realizadas no terreno baldio na frente do CAU. O plástico estava presente espalhado no espaço, em torno de tocos de árvores. Dessa forma, o projeto referenciou a situação de praças bonitas e confortáveis que acabam sendo abandonadas sem o cuidado de seus usuários e a devida manutenção. 

A.CON.TECIDO – Clara Pivetta, Livia Bier, Mariana Brum, Nicole Dias e Sofia Couto – Concreto e Tecido – O título convida a entender o projeto ambientando em dois locais diferentes e o contraste dos materiais. Portanto, com o concreto trazer o desconforto, a vulnerabilidade social composta por corpos de prova de concreto, um local escuro, fechado e irregularidade na estrutura. Enquanto com o tecido, o conforto, a invulnerabilidade social composta pelo aconchego do tecido, das almofadas e do ambiente bem iluminado. Com isso, o objetivo do grupo foi que, ao entrar no projeto na parte “ruim”, sentir-se a necessidade de um local confortável, e provocar a finalidade social da Arquitetura.

Reflexão – Bruno Hoffer, Gabriel Porto, Luiz Tura e Vítor Trindade – Madeira e Vidro – A madeira foi vista pelo grupo como mais fácil de moldar e foi colocada nos painéis e pallets da estrutura do projeto. Os vidros foram colocados em um ângulo de 90° graus um em frente ao outro no ambiente escuro com uma luz ultravioleta para a reflexão. Tentando causar um sentimento de estranheza em quem se olhasse para sentir a experiência de sua própria percepção em um objeto de uso diário, a crítica buscava demonstrar que às vezes se esquece que o reflexo não é verdade absoluta e que pode ser facilmente distorcida com uma luz e a imersão no ambiente escuro, fechado, hostil e claustrofóbico.

Hominis Interitus – A decadência do homem –  Bruno Rocha, Camila Angelo, Luisa Balk, Maria Eduarda Nora e Nicole Spall- Concreto e Metal – Ao receber os materiais o grupo percebeu que eles são muito frios e não eram adaptáveis a uma sensação de conforto que os outros grupos estavam trabalhando. Decorrente a isso decidiram inovar na realização do projeto com o tema fim do mundo. Toda a estrutura foi composta de metal, a decoração também continha peças desse material e foram espalhados corpos de prova de concreto inteiros e triturados pelo chão do ambiente. Luisa Balk, explica que o grupo tentou entender as condições que estariam sendo vivenciadas em uma situação apocalíptica, onde a sensação de desespero prevalece.

Pause – Emili Graciele,  Mikael Saldanha, Natália Barchet , Tahire Schmengler  e William Nagel – Plástico e Vidro Para o grupo no curso de  Arquitetura e Urbanismo a pressão é constante durante a graduação e a mobilização do seu projeto é promover um ambiente de pausa dentro desse percurso exaustivo. A ideia de estimular o descanso e sossego se traduziu num espaço com jogos, livros, filmes, séries e pinturas. Os vidros dos espelhos propõem se olhar e se entender, que só é possível quando se tem tempo de reflexão. O plástico foi utilizado nas decorações recicláveis tentando trazer um maior conforto e proximidade com o espaço.

Clique e confira mais fotos: https://photos.app.goo.gl/CJocWWzriUUcr7vc6

¹ Conheça o Projeto Pedagógico do CAU.


Texto e imagens por: Marina dos Santos – Bolsista de Jornalismo da Subdivisão de Comunicação do CT-UFSM

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