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Engenharia acústica: uma profissão criada no Brasil, a partir da UFSM

DINARA PAIXÃO | Professora, engenheira e escritora | Coluna Plural do DIÁRIO DE SANTA MARIA, de QUINTA-FEIRA, 3 DE OUTUBRO DE 2024, pág 20



O dia 03 de outubro de 2008 – exatos 16 anos – marcou a a provação do Programa Pedagógico do 1º Curso de Graduação em Engenharia Acústica do Brasil, pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) da Universidade Federal de Santa Maria. Ainda naquele outubro, no dia 30, o Conselho Universitário da UFSM criou, oficialmente, a inédita graduação.

Quase duas décadas! Um tempo considerável, que permite a análise do quanto isso impactou a vida das pessoas, no Brasil e no exterior, embora a graduação e as atividades da profissão sejam pouco conhecidas na cidade – e na própria Universidade – que a criou.

Algumas pessoas parecem não acreditar nesse pioneirismo e que ela continua sendo a única graduação brasileira na área. É fácil consultar o registro de cursos no sistema do MEC e falar com os alunos, de diversos estados brasileiros, que se deslocam para Santa Maria, porque não há outra opção, para quem deseja cursar Engenharia Acústica, no Brasil.

A diversidade de conhecimentos específicos, necessária para a formação desses profissionais, exige que o corpo docente seja qualificado e diferenciado, com formações como: Engenharia Elétrica, Mecânica, Civil, Física, Arquitetura e Urbanismo, Música, além de contar com Engenheiros Acústicos, inclusive formados no exterior. Além disso, há a exigência de equipamentos e laboratórios especiais. Não é uma graduação fácil de ser implementada.

O Centro de Tecnologia da UFSM, além de implementar a graduação, foi o autor do processo que originou a Regulamentação da Profissão, em 24 de agosto de 2016, pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), com atribuições e titulação específica. A 1ª Carteira Profissional foi emitida para o Eng. Acúst. Guilherme Deboni, em 30 de setembro daquele ano, pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Sul (CREA/RS). A 1ª Carteira Profissional de uma Engenheira Acústica é de Raquel Rossato, emitida em 04 de novembro de 2016, pelo CREA de São Paulo. Desde então, conselhos regionais de diversos estados têm emitido as carteiras para os profissionais oriundos da UFSM.

A excelência da formação adquirida na graduação, aliada às atividades em extensão e pesquisa, têm sido reconhecidas em grandes empresas, de diversos países. Muitos egressos chegaram como estagiários e, atualmente, desempenham importantes chefias. A valorização estrangeira tem tornado as oportunidades brasileiras pouco competitivas e atraentes.

Em Santa Maria, infelizmente, não existe uma adequada valorização. Há falta de conhecimento sobre as possibilidades de atuação da Engenharia Acústica. Há exceções. A 1ª empresa santa-mariense a acreditar na Engenharia Acústica foi a Silenkar, que é referência na fabricação de sistemas de exaustão para máquinas agrícolas e off road. Desde que contratou um estagiário, há dez anos, incluiu em sua equipe, permanentemente, profissionais da área. Esse exemplo refere-se a uma indústria santa-mariense com foco em mecânica, mas áreas como a construção civil, a sonorização, o ruído urbano e o industrial ainda não despertaram para as melhorias que podem obter para seus produtos, colaboradores e para a coletividade.

Espero que o Descubra UFSM, recentemente realizado, incentive estudantes de Santa Maria e região. Além disso, que a imprensa de Santa Maria também “descubra” as potencialidades dos profissionais da Engenharia Acústica, converse com os egressos, estudantes e professores para compreender de que forma a comunidade de Santa Maria e região pode se beneficiar. Afinal, Santa Maria é um dos principais centros mundiais de Engenharia Acústica, como pode ser constatado em publicações científicas especializadas.

Texto publicado originalmente na edição impressa do Diário de Santa Maria de 03/10/2024.

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