“Eu só quero brincar, eu gosto de vir aqui”, contou Andiele Rodrigues, aluna da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Sepé. Andiele esteve entre os cerca de 200 inscritos no Festival Paralímpico que aconteceu no Campus Sede da UFSM no sábado (21). Professores, alunos e convidados se reuniram nos ginásios 1 e 2 e na pista de atletismo do Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) para prestigiar o esporte e a inclusão.
O evento, promovido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro e organizado pelo Núcleo de Apoio e Estudos da Educação Física Adaptada (NAEEFA) da UFSM, contou com três esportes paralímpicos: parabadminton, basquete em rodas e atletismo. Todas as atividades aconteceram simultaneamente e foram orientadas por voluntários, em sua maioria alunos do curso de Educação Física da UFSM. Bárbara Müller, acadêmica e voluntária no evento, contou que a experiência no festival contribui para a vida acadêmica: “A experiência é incrível, tira a gente da caixinha que a gente vive”.
A UFSM foi reconhecida como Centro de Referência Paralímpico no dia 31 de janeiro deste ano, o que tornou possível sediar competições oficiais de modalidades inclusivas. O reitor, Luciano Schuch, comentou sobre a importância desta denominação e do festival, “para fazer a inclusão, acabar com o preconceito com pessoas que têm suas limitações e mostrar o potencial da Universidade para os jogos paralímpicos”.
Luciana Palma, coordenadora do NAEEFA, destacou a importância do dia para os educadores: “Além de ser um reconhecimento como profissionais, de que o nosso trabalho é possível, viável e que esse é o caminho, também é de grande aprendizado, porque cada um que está presente aqui nos traz um momento de vida muito especial”.
O Festival Paralímpico costuma ser um momento esperado pelos alunos das Apaes e instituições de ensino especial participantes. Cristiane Valim é coordenadora técnica da Bem Viver – Associação de Pais, Familiares e Amigos das Pessoas com Síndrome de Down e compareceu com seus filhos para participar do evento pelo segundo ano consecutivo. Clara e Artur aproveitaram e aprenderam com o evento. “No ano passado o Artur participou do basquete com rodas e falou: ‘nossa, é muito difícil’, então é para ver que não é por ser adaptado que é mais fácil”, comentou Cristiane.
Com 89 medalhas conquistadas, o Brasil foi quinto lugar no ranking dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Mas as medalhas não são os únicos benefícios do incentivo ao esporte paralímpico. Encorajar a prática de modalidades pode permitir autonomia e melhorias no bem-estar dos praticantes.
Rodinei Santos pratica basquete em rodas no ginásio da UFSM e comenta que o esporte traz diversos benefícios para a saúde e sociabilidade das pessoas com deficiência. “Só de não estar em casa já é uma vantagem muito grande”, disse. Além disso, afirmou que o Festival Paralímpico possibilita “enxergar outras pessoas com deficiência” é serve como incentivo para a prática do esporte.
A próxima edição do Festival Paralímpico acontecerá no dia 7 de dezembro deste ano, em alusão à semana do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Texto: Jessica Mocellin, acadêmica de Jornalismo e bolsista na Agência de Notícias
Fotos: Régis Augusto Albanese Diniz, Subdivisão de Comunicação do CEFD