No Brasil, todos os dias, 31 crianças e adolescentes morrem assassinados.
O Núcleo de Ações Performativas do Curso de Dança-Licenciatura realiza na próxima quinta-feira, 26 de setembro, a performance Jardim das Infâncias, que discute a necropolítica, conceito do filósofo camaronês Achile Mbembe. As ações ocorrem em duas ocasiões, às 11h30, no pátio central do Descubra UFSM e às 12h15 no Restaurante Universitário próximo à Biblioteca Central.
Criado pela professora Neila Baldi, de forma virtual, o núcleo reúne estudantes dos cursos de Dança e Educação Física interessados em realizar performances artísticas. Por meio das redes sociais, eles discutem a ação performativa a ser realizada. A primeira delas ocorreu no dia 14 de março, intitulada #ParemDeNosMatar, que refletia sobre os feminicídios no país.
Em Jardim das Infâncias os artistas irão mostrar que no Brasil atual há políticas de morte para o controle das populações – necropolítica – como o caso de ações policiais na quais inocentes são fuzilados e como nos açoites ocorridos contra populações negras recentemente. O raciscmo estrutural também é compreendido como uma necropolítica.
A performance desta quinta-feira faz uma alusão direta às cinco crianças mortas durante confronto da polícia do Rio de Janeiro com traficantes. O caso mais recente foi o de Ágatha Félix, de oito anos, fuzilada no sábado, 21 de setembro no Complexo do Alemão. No país, todos os dias, 31 crianças e adolescentes morrem assassinados, segundo dados da UNICEF.
O Jardim das Infâncias é, ao mesmo tempo, a representação destas crianças, que deveriam ser protegidas pelo Estado, e o Jardim Marielle Franco, inaugurado em Paris no final de semana. Assim como a vereadora carioca, as crianças morrreram baleadas. Mas diferente de Marielle, nem tiveram tempo de chegar à vida adulta. Seus futuros foram abreviados por balas vindas de ações policiais contra o tráfico de drogas.
A ação desta quinta-feira conta com a presença da professora Neila Baldi, do estudante de Educação Física, Douglas Mateus, e da acadêmica de Dança, Esther Ávila.