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Matéria Especial: Dia Nacional das Artes



A RELAÇÃO ENTRE EDUCAÇÃO E MÚSICA

Luciane Wilke Freitas Garbosa
Claudia Ribeiro Bellochio

Laboratório de Educação Musical – LEM/CE/UFSM A música é fenômeno humano (PENNA, 2008) e uma importante manifestação expressiva para a/da criança. “É uma expressão humana constituída por organização estético-sonoras multifacetadas que ganham forma, sentido e significado nas interações sociais, sendo resultado de conceitos, valores e saberes diversos estabelecidos no âmbito de cada cultura” (Queiroz, 2021, p. 163).

Na educação escolar, é uma das linguagens artísticas que se faz presente a partir de formas sonoras e gestos musicais. A música pode expressar e comunicar sensações, produzir conhecimentos e potencializar o desenvolvimento de habilidades musicais e para além da própria música, criando relações interdisciplinares no e ao processo de desenvolvimento humano. Presente em todas as culturas, em todos os tempos, a música desempenha inúmeras funções e relações com a sociedade e cultura na qual está manifesta. Desse modo, constitui-se em potencial para o desenvolvimento e apropriação de princípios fundamentais da vida humana em sociedade, da vida produzida em/entre diferentes culturas. Seja criando, ouvindo, movimentando-se, tocando ou cantando, a música como linguagem expressiva que articula sons e silêncios é uma parte importante da vida das pessoas, justificando sua presença como educação musical no contexto escolar. Também é importante reconhecer que nas relações entre educação e música “é fundamental pensarmos a pluralidade de saberes e conhecimentos que nos circundam, expressam e difundem sonoridades e musicalidades tão pertinentes à formação humana” (Batista, 2018, p. 121).

Na escola de educação básica, a música soma-se à educação em geral para promover o desenvolvimento integral dos estudantes, resultando no processo de educação musical escolar. A música e seu ensino na escola podem fornecer aprendizagens essenciais para o amplo desenvolvimento do estudante, envolvendo as dimensões intelectual, emocional, física e estética. Em vista disso, a música em seus diferentes estilos, gêneros, tempos e espaços, considerando produções locais, regionais, nacionais e mundiais, deve integrar o processo formativo de crianças e jovens, desde a educação infantil. A despeito das evidências apresentadas, as Artes de modo geral e a Música em particular têm ficado à margem das discussões e, sobretudo, de muitas práticas escolarizadas na educação brasileira. Seja em virtude da ausência de políticas específicas mais contundentes, da implantação de políticas públicas existentes, ou de concursos para professores com formação na área, as quatro linguagens artísticas têm sido, tradicionalmente, vistas como periféricas ou menos centrais, mesmo que tal concepção vá de encontro a descobertas recentes nas neurociências que mostram os significativos impactos da música no desenvolvimento cerebral dos indivíduos (Gouk, 2018).

Para o desenvolvimento de ações efetivas da música na educação, a formação na área é essencial. Neste sentido, o profissional com formação especifica é o Licenciado em Música, cujos saberes envolvem formação pedagógica e pedagógico-musical. O professor de educação musical trabalha com música, mobilizando aprendizados de tocar, cantar, ler e grafar música. Esses aprendizados envolvem o movimentar, o criar e o apreciar, o que requer formação e preparação para lidar com as situações cotidianas da área e para responder às necessidades do mundo escolar e seus desafios. Importante destacar que as relações da música na educação envolvem abordagens criativas ao professor, com a ideia de que “pensar em múltiplas criatividades, enquanto práticas musicais contextualizadas, pode contribuir com a educação musical, à medida que ampliamos as possibilidades de trabalho em sala de aula quando levamos em conta as criatividades que fundamentam as práticas musicais” (Beineke, 2023, p. 18).


Nas primeiras etapas de escolarização, abrangendo a educação infantil e os anos iniciais, a prática pedagógica do professor uni docente, o pedagogo, em colaboração com o professor de música, se apresenta como uma potente proposta para promover o acesso e a democratização da música na formação das crianças. A construção de parcerias de trabalho entre professores formados em cursos de Pedagogia e o professor de Música permite a constituição de estratégias de operacionalização da educação musical escolar, sistemáticas, longitudinais e qualificadas.

Referências
BEINEKE, Viviane. Criatividades musicais em projeto. In: Educação Musical em projetos: criatividade
na escolar. São Paulo. Hucitec, 2023. p. 10-27.
BATISTA, Leonardo Moraes. Educação Musical, relações etnico-raciais e decoloneidade. Tensões,
perspectivas e interações para a educação básica. Orfeu, Florianópolis, v.3, n.2, -p. 11-113, 2018.
GOUK, Penelope; KENNAWAY, James; PRINS, Jacomien; THORMÄHLEN, Wiebke. The Routledge
Companion to Music, Mind, and Well-being. Routledge, 2018.
PENNA, Maura. Dó, ré, mi, fá e muito mais: discutindo o que é música. In: Músicas e seu ensino,
PENNA, Maura (Org). Porto Alegre: Sulina, 2008. Pp.17-26.
QUEIROZ, Luis Ricardo. Diversidades, música e formação musical: amálgamas da contemporaneidade.
In: MOURA, Eduardo; CALLADO, Maria Amélia; DURÕES, Nelcira (org). 10 anos de Seminário de Pesquisa
em Artes. Montes Claros: Editora Unimontes, 2021, p. 158-202.

 

Fonte: Profª Cláudia Bellochio e Luciane Garbosa.

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