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Coletivo Práxis completa 25 anos na luta pela educação popular



No ano de 2024, o Coletivo Práxis Popular completa 25 anos de luta pela democratização do acesso ao ensino superior pelas camadas mais populares da sociedade, atuando como um cursinho pré-vestibular gratuito. Com educadores de diversas áreas do conhecimento, tanto de dentro quanto de fora da UFSM, o coletivo se destaca pela grande diversidade de pessoas e especializações.

O surgimento do Coletivo decorre da percepção da existência de um “apartheid social” nos processos seletivos para o ingresso no ensino superior, considerando-os elitistas e excludentes das camadas mais populares da sociedade, o que faz com que só uma porção mais privilegiada tenha oportunidade de acesso à Universidade. Com esses fatores em mente, o projeto foi proposto por alunos de diversos cursos de graduação da UFSM, com maior destaque para a participação dos estudantes de Licenciatura em História, o que levou o Práxis a se tornar um projeto de extensão vinculado ao Departamento de História da UFSM, e tendo como sua primeira coordenadora geral, a professora Marilú Favarin Marin.

Dessa forma, o projeto começou a se desenvolver com o objetivo de dar oportunidade de acesso à universidade para quem não tinha condições de pagar um cursinho. “Foi uma forma de tentar garantir que essa porção da sociedade pudesse concorrer às vagas com pessoas que possuíam mais privilégios e maior facilidade de acesso”, comenta Laura Kunde, bióloga mestranda na UFSM e participante do Práxis. Além de ser um cursinho pré-vestibular gratuito, outro diferencial que faz o Coletivo ganhar destaque é a sua metodologia. O projeto funciona com o apoio não só de professores para ministrarem as aulas, mas também de alunos, de dentro e fora da UFSM, sendo selecionados a partir das demandas do Práxis e uma conversa para um alinhamento de entendimentos a respeito das bases de funcionamento do Coletivo. “Sempre tentamos fazer com que o Coletivo seja um espaço de acolhimento a qualquer pessoa e que possamos lutar em coletivo pela educação popular e crescer juntos”, explica a professora Laura a respeito dessa metodologia adotada pelo projeto.

Por ser um projeto universitário que funciona gratuitamente, o Coletivo enfrentou dificuldades ao longo desses 25 anos, sendo a falta de apoio financeiro e a redução de bolsas oferecidas pela Universidade os principais desafios. Além disso, o surgimento constante de oposições à existência do Coletivo também é um desafio encarado pelos seus participantes. No entanto, apesar dessas adversidades, o Coletivo sempre manteve o funcionamento e conta com a parceria de outros coletivos que existem na cidade, como a Vila Resistência e o Ateliê Griô, projetos com quem divide a luta e, juntos, conquistam mais espaços dentro da sociedade.

Além das parcerias com outros coletivos, o projeto sempre busca o apoio da comunidade, acadêmica e externa, através da participação, do suporte midiático e da divulgação. “O Práxis sempre precisa de mais mãos(…), dar aula é uma das coisas que faz o Práxis ser o que é. Contudo, a aula não existe no vácuo(…), quando a gente fala de educadores, a gente não tá falando só de quem dá aula, todos aqueles que constroem Práxis são educadores populares – seja dando aula, seja construindo os nossos Grupos de Trabalho”, explica Laura a respeito do apoio mútuo dentro do projeto.

Sempre voltado para o enaltecimento da cultura popular, o projeto também promove ações pedagógicas, oficinas, painéis e debates, com temáticas geralmente relacionadas à arte, música, dança e às mais diversas culturas, sempre alinhadas às questões educacionais e de conscientização popular.

Para o coletivo, a principal razão para que o Práxis se mantivesse vivo durante esses 25 anos foi, e continua sendo, a luta pela educação popular. Com o trabalho e a determinação de todos os participantes em oferecer uma educação de qualidade às camadas mais populares da sociedade, o Coletivo conseguiu superar as dificuldades enfrentadas pela falta de investimentos e pela oposição, tendo construído um legado que deve perdurar por muitos anos.

O Coletivo Práxis, atualmente coordenado pelo professor Diorge Alceno Konrad, está sempre de braços abertos para receber novos membros e integra educadores todo o ano, basta entrar em contato pelo Instagram @praxispopular ou pelo e-mail praxis@ufsm.br.

Texto: Luísa Soccal, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Subdivisão de Comunicação do CCSH.

Fotos: Divulgação Projeto Práxis

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