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Relatos de Extensão: Preservação e conservação do acervo do arquivo pessoal Alcides Saldanha



Número: 055744

Nome do projeto: Preservação e conservação do acervo do arquivo pessoal Alcides Saldanha

Coordenação: Sonia Elisabete Constante

Objetivo geral: Contribuir com procedimentos de conservação e restauração para fins de preservação dos documentos para a disponibilização do acervo do arquivo pessoal Alcides José Saldanha.

Linhas de Extensão: Patrimônio Cultural

Período de Realização: 01/05/2021 a 29/02/2024

ODS: 04

O projeto constitui-se em ações de preservação e conservação realizadas por discentes e docentes do curso de Arquivologia da Universidade, para o arquivo pessoal de Alcides Saldanha e o desenvolvimento de um acervo em Caçapava do Sul. A iniciativa começou em 2021 e é coordenada pela docente do Departamento de Arquivologia, Sônia Elisabete Constante.

Alcides José Saldanha foi um advogado e político nascido em 24 de julho de 1937, em Caçapava do Sul – RS. Filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), foi prefeito e vereador de Caçapava do Sul, senador, deputado federal e secretário de Energia do Rio Grande do Sul, além de ministro interino dos Transportes e secretário-executivo no governo de Fernando Henrique Cardoso. Morreu no dia 27 de fevereiro de 2015, em Porto Alegre – RS.

Para saber mais sobre o projeto, entrevistamos a coordenadora Sônia Elisabete Constante:

 

 

Por que foi escolhida a figura de Alcides Saldanha para o desenvolvimento de um projeto de acervo?

O projeto surgiu juntamente com o professor Augusto César Luiz Britto (docente do Departamento de Arquivologia), que é de Caçapava do Sul e conhecia a família dele (Alcides Saldanha). Como político, ele tinha uma grande produção documental, que naturalmente as pessoas vão acumulando sem uma organização. Diante da necessidade de dar um tratamento para toda aquela documentação que ele tinha, a família entrou em contato com o professor Augusto. A partir daí eles trouxeram a documentação, mas ainda precisava de um local para fazer todo o tratamento. Como sou a responsável pelo Laboratório de Restauração, optamos por trabalhar ali. E além disso temos conseguido muita ajuda da própria família na parte de acondicionamento, eles nos dão muito esse retorno.

 

Que tipo de documentação faz parte do acervo?

Tem uma parte que é das atividades da função dele, principalmente como político, e tem uma etapa posterior com fotografias, que aí tem um pouco da família atual dele, como os netos. Então tem o antes, o ele como político e advogado, e o depois, a relação familiar dele. Mas tem toda a sua produção durante a vida, teve um período que ele foi ministro do transporte do FHC, então tem muita documentação, principalmente fotografias, desse período.

 

Quais foram os resultados do projeto até o momento?

Pensando nos acadêmicos da Arquivologia, os documentos do Alcides Saldanha estão servindo para a disciplina de Restauração de Documentos. E a partir disso, nós divulgamos um trabalho no Congresso Nacional de Arquivologia no ano passado. O projeto resultou em dois documentários, um sobre a vida do Saldanha, e outro que resultou do nosso trabalho de desenvolvimento que foi divulgado no evento II Encontro de Arquivos Públicos e Privados do Estado do Ceará. E esse documentário também foi divulgado aqui no repositório de vídeos da UFSM, o Farol, percebemos que tem bastante resultado.

 

Qual a importância do projeto para a formação acadêmica das bolsistas e discentes participantes?

Isso é excelente, tanto para os acadêmicos que participaram com essas ações extensionistas que são importantes para eles, e para as bolsistas porque a experiência de trabalhar em um projeto de extensão é fundamental para o currículo delas, em todos os sentidos. Até pensando no nosso Currículo Lattes que existe essa exigência, e especialmente porque elas apresentaram em eventos, alguns virtuais e outros presenciais, elas tiveram a oportunidade de fazer capítulo de livro.Teve tanto a experiência prática no laboratório como também da escrita, da parte de produção textual. Entendo que é um crescimento muito grande e fundamental para ambas.

 

Qual a previsão para o término do acervo?

Esperamos terminar esse ano, aí provavelmente vamos trabalhar depois para a publicação do instrumento de ensino, seja transformado em um livro ou outra coisa, mas certamente vai ter. Agora para terminar falta um pouquinho da etapa de descrição dos documentos. Por isso, principalmente esse ano, temos como enfoque principal as fotografias, tem a parte da digitalização e a parte da descrição. E a bolsista está trabalhando ali porque a digitalização ela fez, mas agora tem toda a parte da descrição, que é descrever as fotos. Então descrever quem estava na foto, o local, o ano que ocorreu, a gente tenta ser o mais fiel possível, mas demanda um certo tempo.

 

Que ações o projeto pretende realizar após o término do acervo?

Vai sair um resultado final agora, mais simples, para deixar para a Instituição de conservação, mas no futuro queremos produzir um livro mais amplo. Pensando em trazer uma contribuição boa nessa área de conservação, porque estamos notando que existe uma uma demanda bem grande pelos arquivos permanentes, que é o caso do Alcides Saldanha. Para um arquivo permanente é preciso pensar em preservação, e para isso existe a necessidade de ter ações e procedimentos de concentração que começam desde uma simples regionalização e vai indo até chegar na etapa final do acondicionamento. 

 

Qual a importância do acervo de Alcides Saldanha para a Região Sul?

É fundamental, tanto que já falei com outras pessoas e pretendemos fazer um projeto pensando mais em pesquisa e história oral, para ouvir a comunidade sobre o Alcides Saldanha. E o pouco que já ouvimos todos falam muito bem dele como político, que ele era muito cativante, que tinha uma oratória muito boa. E ele foi alguém que representou muito bem a comunidade de lá, conseguiu ter respeito nacional, começou como vereador, depois deputado estadual, federal, e chegou a ser ministro. Então é uma representatividade para a sociedade caçapavana, e esse Centro de Memória só vai existir a partir dessa documentação estando lá, e é isso que estamos trabalhando para levar.

 

Texto por: Giulia Maffi

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