Agora é possível acompanhar os impactos do novo coronavírus no cenário socioeconômico do Rio Grande do Sul, das microrregiões brasileiras e da economia brasileira apenas com um click. O Observatório Socioeconômico da Covid-19, projeto de pesquisa aprovado em abril pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (Fapergs) e coordenado pelos professores do Programa de Pós-Graduação em Gestão de Organizações Públicas (PPGOP) da UFSM Nelson Pinto e Daniel Arruda Coronel, teve, na sexta-feira (5), a inauguração do seu site, que já pode ser consultado pelo público.
O lançamento ocorreu por meio de uma transmissão online no Facebook do PPGOP que contou com a participação do reitor, Paulo Afonso Burmann, do vice-reitor, Luciano Schuch, e do diretor-presidente da Fapergs, Odir Dellagostin.
O objetivo geral do site, segundo os professores responsáveis pela ideia, é verificar os impactos socioeconômicos causados pela pandemia. “Queremos mostrar a realidade e possíveis políticas de recuperação. Sem inovação, sem ciência, não teremos desenvolvimento”, explicou Daniel.
De acordo com o diretor-presidente da Fapergs, foram 215 projetos inscritos no edital, e o Observatório ficou entre os 36 contemplados. “Pude perceber a relevância das informações contidas nos gráficos e tabelas. Isso vai ser muito importante para muitas pessoas, desde pesquisadores a gestores que precisam dessas informações para tomadas de decisões”, destacou Odir Dellagostin.
“É uma contribuição extraordinária para este momento. Era uma lacuna que precisava ser preenchida na nossa região e no nosso estado”, destacou Burmann. “Nossa Universidade é feita por pesquisadores, pessoas com iniciativa e que fazem transformações”, completou Schuch.
Site analisa impactos negativos e estima cenários de recuperação
Além de analisar os impactos negativos do vírus, a intenção do Observatório Socioeconômico da Covid-19 é também estimar cenários de recuperação para as economias e realidades sociais de cada localidade. Na página, é possível consultar dados da conjuntura socioeconômica do Brasil e do Rio Grande do Sul, análises dos impactos da doença, textos oficiais e artigos para discussão.
Os gráficos e tabelas reúnem dados de diferentes assuntos. Inflação, salário mínimo, desemprego, leitos de UTI e PIB são algumas das análises especificadas no observatório. Os artigos contidos na seção “Textos para discussão” são de autoria de professores de diferentes áreas que acabam se relacionando com o tema proposto. “O observatório é da sociedade. A ideia é dar espaço para essas vozes que acabam se convergindo”, explicou o professor Nelson.
Com a intenção de também combater as fakenews, tentando redirecionar o público para informações oficiais, o site traz uma aba chamada “Textos oficiais”, com decretos de interesse da população e determinados por autoridades, como o Ministério da Saúde. “Temos uma situação sanitária nesse momento e o Observatório não tem a pretensão de competir com dados relacionados a vítimas, a vacinas ou número de infectados. Tentamos olhar por outro lado. A população quer ter acesso a essa questão socioeconômica, sobre economia. O observatório quer informar e reunir alguns aspectos”, afirmou Nelson.
O site deve ficar disponível, no mínimo, até 2022. Um aplicativo que armazene os dados está sendo pensado como um projeto futuro. “A partir de agora nossas atividades vão ter outro patamar. Na sequência já temos programados outros textos. Colocaremos dados sobre municípios do RS, base de dados sobre criminalidade, principalmente sobre violência doméstica”, comentou o professor Daniel.
A pretensão é trabalhar a internacionalização do projeto, além de outras ideias que favoreçam o Observatório Socioeconômico. “Já temos parcerias com a Universidade de Lisboa. Queremos fazer um seminário na Universidade de Viçosa. Queremos reunir esses textos para discussão em formato de livro, divulgando os resultados. Queremos fazer lives como esta, ter economistas de cunho desenvolvimentista’’, contou Daniel.
Agência de Notícias UFSM
Texto: Eloíze Moraes, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista da Agência de Notícias da UFSM