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Projeto da UFSM foca na engenharia natural para recuperar áreas degradadas pelas chuvas



Amostra de intervenção realizada pela equipe da UFSM no Rio Pardinho, em Santa Cruz do Sul, em parceria com a Corsan

Os eventos climáticos extremos deste ano causaram danos significativos nas áreas ribeirinhas de rios e córregos na região e em outras áreas do Rio Grande do Sul, sendo necessárias ações para mitigar os impactos ambientais e preparar a vegetação ciliar para eventos futuros. Alinhado à proposta da UFSM de desenvolver projetos relacionados ao enfrentamento da crise climática, por meio do Comitê de Apoio para Eventos Extremos e Emergências (CARE), surge o projeto “Engenharia natural: recomposição da vegetação ciliar, otimização hidráulica e controle de erosão nas áreas afetadas pelos eventos meteorológicos extremos no Rio Grande do Sul”.

O coordenador do projeto, Fabricio Sutili, professor do Departamento de Ciências Florestais, explica que a ideia surgiu após as enchentes de abril e maio. A partir de experiências anteriores da UFSM, ele afirma que é possível desenvolver projetos de engenharia natural específicos para revegetar e estabilizar áreas afetadas pelas enchentes.

A engenharia natural utiliza técnicas vegetativas, também chamadas de biotécnicas, para controle da erosão do solo, estabilização de margens fluviais e, até certo ponto, a estabilização de encostas e taludes. Integrando ecologia, biologia e engenharia, a engenharia natural emprega plantas, solo e materiais inertes para criar estruturas sustentáveis e resilientes. Estas soluções são consideradas eficazes e proporcionam um método natural e duradouro para a preservação ambiental e recuperação de áreas degradadas.

Ações serão realizadas durante dois anos

Diversas ações estão previstas para serem desenvolvidas até setembro de 2026. A começar pela elaboração de projetos para a recuperação de áreas afetadas, por meio de levantamentos de dados e topografia, e posterior seleção das técnicas adequadas para cada situação, resultando na elaboração de projetos. Inicialmente, deverão ser contempladas áreas afetadas no Campus Sede da UFSM e na região de abrangência do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável (Condesus) da Quarta Colônia.

Outro objetivo é o treinamento de pessoal para a produção de mudas de espécies nativas ripárias não comuns em viveiros comerciais. Espécies nativas ripárias são plantas que crescem naturalmente nas margens dos rios e córregos. Elas estabilizam o solo, reduzem a erosão, protegem as áreas agrícolas adjacentes, melhoram a qualidade da água e fornecem habitats para a fauna local. “Neste projeto, damos atenção especial às plantas reófilas, um subgrupo de ripárias que são as mais eficazes na estabilização fluvial e oferecem os melhores resultados hidráulicos durante eventos climáticos extremos”, explica Sutili, ressaltando que serão utilizadas exclusivamente espécies nativas. Um outro projeto, focado na produção destas mudas na UFSM e complementar a esta iniciativa, também deverá ser executado por meio do CARE.

Serão oferecidos dois tipos de cursos: capacitação na elaboração, acompanhamento e implantação de projetos de engenharia natural e cursos sobre a produção de mudas de espécies reófilas nativas, um conhecimento ainda pouco difundido entre viveiristas e profissionais da área. As capacitações começarão no segundo semestre deste ano, com datas específicas a serem divulgadas em breve.

O projeto conta atualmente com a parceria de prefeituras do Condesus Quarta Colônia e da Emater. “Temos a intenção de ampliar essa colaboração durante a fase de treinamentos para incluir outros órgãos governamentais, entidades de classe e empresas de engenharia e consultoria ambiental”, afirma Sutili.

Equipe com experiência

Além do professor Sutili, responsável pelo planejamento estratégico e supervisão técnica, a equipe técnica do projeto é composta por Rita S. Souza, especialista em técnicas de engenharia natural, responsável pela seleção de espécies vegetais e técnicas de plantio, elaboração dos projetos e treinamentos técnicos, e Junior Dewes, coordenador de campo, responsável pela implementação das ações e coletas de informações, elaboração dos projetos e treinamentos técnicos.

A equipe tem experiência em projetos de engenharia natural, com capacidade técnica em restauração ecológica e controle de erosão em ambientes fluviais, por meio de projetos já implementados no estado e em outras regiões do país. “A UFSM é pioneira e referência nacional nessa área”, afirma Sutili. Alguns dos projetos já executados foram em parceria com empresas como Petrobras, Transpetro e Corsan.

Iniciativa multidisciplinar

Além de professores e acadêmicos da Engenharia Florestal, o projeto tem potencial para incluir outros cursos no futuro. Inclusive há a intenção de incluir temas ligados à engenharia natural nos currículos de graduação e pós-graduação da UFSM, capacitando os futuros profissionais e pesquisadores. “A combinação de conhecimentos em ecologia, engenharia e gestão ambiental torna o projeto atrativo para profissionais com diferentes formações”, observa o coordenador.

Sutili destaca a urgência na recuperação rápida e sustentável dos ecossistemas afetados, e acredita que a iniciativa será fundamental para isso, aumentando a resiliência tanto ecológica como hidráulica das margens, reduzindo, com isso, a vulnerabilidade das áreas a eventuais futuros eventos climáticos extremos. 

Ele também destaca a importância do vínculo com o CARE/UFSM, que proporciona uma estrutura de apoio e colaboração. “O CARE facilita o diálogo entre os professores e diversas fontes de financiamento. Além disso, serve como um aval oficial da Reitoria, o que confere credibilidade e segurança às iniciativas, potencializando o sucesso e a obtenção de recursos”, afirma.

A Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (ADESM) e o Consórcio de Desenvolvimento Sustentável (Condesus) da Quarta Colônia são algumas das entidades que estão articulando em busca de financiamento para os projetos do CARE/UFSM.

Artes gráficas: Daniel Michelon De Carli/Agência de Notícias

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