A sistemática filogenética permite recriar a história evolutiva dos organismos através de hipóteses baseadas em ancestralidade compartilhada. Isto é, os organismos são posicionados em partes de árvores filogenéticas (cladogramas) com base em seu parentesco. Esta abordagem permite que a evolução de determinada linhagem seja estudada, podendo levantar-se informações, como por exemplo, de como certas estruturas mudaram através do tempo e como era a sua condição ancestral. Além disso, quando combinadas com dados de distribuição geográfica, as árvores filogenéticas possibilitam que se reconstruam padrões biogeográficos, tanto para os grupos extintos, como também para os atuais. Desta maneira, pode-se inferir de onde foi que certo grupo de organismos surgiu e como foi que se espalharam.
As árvores filogenéticas podem ser reconstruídas através de dados de DNA. Entretanto, os fósseis geralmente não preservam traços de DNA. Desta maneira, os paleontólogos devem adotar abordagem alternativa para reconstruir as árvores. Geralmente são construídas matrizes de dados com base na anatomia dos organismos, onde a forma das estruturas é traduzida para uma linguagem capaz de ser lida por um computador, que irá processar esses dados e produzir as árvores filogenéticas. Assim, cada estrutura morfológica presente nos organismos é analisada e transferida para essa matriz, a qual irá incluir dados de diversos organismos. Todavia, antes do advento de computadores potentes e programas capazes de processar esses dados, as árvores eram reconstruídas ‘à mão’ pelos paleontólogos. Hoje em dia, muitas das hipóteses reconstruídas antes da era computacional ainda são mantidas.
No CAPPA/UFSM são realizados vários estudos filogenéticos, os quais incluem mamíferos, ancestrais dos mamíferos, anfíbios, dinossauros, parentes dos crocodilos, répteis que viveram antes dos dinossauros, dentre muitos outros.
Texto: Rodrigo T. Müller