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Territorialidades: grupos acadêmicos da Geografia



A geografia é uma ciência com um amplo campo de estudo, que acompanha as contínuas transformações do espaço geográfico — abrigo dos seres e de todos os elementos relacionados à natureza. Nesta segunda parte da matéria sobre os grupos acadêmicos da área de Geografia do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), você irá conhecer os grupos que estudam as relações humanas com o meio e investigam os impactos gerados pelo homem como agente transformador da superfície terrestre. 

Confira a seguir os Grupos Acadêmicos da Geografia: 

Núcleo de Pesquisa em Geografia da Saúde (NEPGES)

Coordenado pelo professor Rivaldo Faria, o Núcleo de Pesquisa em Geografia da Saúde (NePeGS) é o primeiro grupo de investigação em Geografia da Saúde do estado do Rio Grande do Sul e se desdobra em três linhas de investigação: geografia dos serviços de saúde, geografia do processo saúde-doença e geografia da saúde da população. O NePeGs tem como objetivo desenvolver soluções técnicas e tecnológicas para a saúde da população, seja nas dimensões da vigilância epidemiológica e de saúde ou no planejamento territorial dos serviços. Os trabalhos são desenvolvidos na escala urbana e regional e intercambiam ações de pesquisa e extensão.

Durante a pandemia do coronavírus, o Núcleo contribuiu para o fornecimento de informações ao Observatório de Dados da COVID-19 da UFSM. Sua função foi georreferenciar, geocodificar e especializar dados sobre casos do vírus, mapeando os locais do município de Santa Maria em condições precárias e mais suscetíveis à proliferação do vírus. As informações foram fornecidas ao poder público e à vigilância epidemiológica para que estes pudessem desenvolver estratégias para o combate à pandemia em um contexto de desigualdade social. 

 

Laboratório de Espacialidades Urbanas (LABEU)

Liderado pelo Prof. Dr. Benhur Pinós da Costa (UFSM) e pela Profa. Dra. Claudia Luisa Zeferino Pires (UFRGS), o Laboratório de Espacialidades Urbanas propõe o estudo de espaços urbanos e as complexidades de relações sociais. Espacialidades urbanas são todo resultado da ação e da reflexão sobre o espaço urbano, desde projetos institucionais de intervenção, até construções, representações e percepções de grupos e sujeitos sociais diversos. O grupo tem se dedicado principalmente às atividades de ensino, pesquisa e extensão que tratam das relações espaciais das pluralidades de grupos culturais que se expressam no cotidiano urbano, enfocando os estudos nos grupos geracionais, nas expressões culturais de “tribos urbanas” e nas relações de gênero e sexualidade. 

Um dos projetos em execução, intitulado “Juventudes e Múltiplas Territorialidades”, propõe o estudo das relações entre sociabilidades, juventudes pobres, diferenças socioculturais e de espaços urbanos de metrópoles (Rio de Janeiro e Porto Alegre) e de cidades médias (Campos de Goytacazes, Santa Maria, Presidente Prudente e Ponta Grossa). Para isso, os pesquisadores concentram esforços na produção de pesquisas participativas que permitam a tomada da visibilidade das expressões das diferenças juvenis nestes diferentes contextos urbanos. A expectativa é contribuir para ampliação do diálogo entre as diferenças juvenis e os agentes que conduzem políticas educativas, culturais e de planejamento do espaço urbano destas cidades.

O projeto “Geografias Virtuais e Ciberespaço” busca investigar espacialidades instituídas pelas relações sociais online e em condições de ciberespaço, e organiza três frentes de pesquisa vinculadas: a relação entre sociabilidades gays em ambientes virtuais de interações sociais; as experiências do espaço universitário em modalidades de educação superior à distância; as relações de tribalismos juvenis cotidianos e suas composições identitárias culturais e estéticas. 

 

Grupo de Pesquisa em Educação e Território (GPET)

Coordenado pelo professor César de David e pela professora Carmen Rejane Flores Wisniewsky, o Grupo de Pesquisa em Educação e Território é formado por pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento que desenvolvem suas atividades através de temáticas que articulam a educação e o território, subdivididas em duas linhas de pesquisa: dinâmicas territoriais e educação e sociedade. As pesquisas desenvolvidas investigam as transformações socioespaciais no campo sul-americano, sobretudo as dinâmicas da modernização dos espaços agrários, a tecnologia e a força de trabalho. Também se insere nas discussões a problemática do campesinato, dos movimentos sociais e suas formas de territorialização.

Associado aos territórios rurais, discute-se a educação do campo, tornando-se referência nesta temática, por meio da publicação de livros e artigos e da realização de projetos de extensão junto aos órgãos e instituições de ensino e espaços educacionais diferenciados. O grupo congrega projetos de pesquisa financiados pelos órgãos de fomento, tais como: CNPq (edital universal), FAPERGS (Pesquisador Gaúcho), FIPE/UFSM, FIEX/UFSM, PROLICEN/UFSM, PROEXT/MEC. Além disso, o GPET articula-se à rede de pesquisadores de Agricultura, Desenvolvimento e Transformações Socioespaciais, entre UNESP (Rio Claro e Presidente Prudente), UERJ, USP, UFRGS, UFU, UFSC.

 

Grupo de Estudos Geografia, Trabalho e Ambiente (GEGTA)

O Grupo de Estudos Geografia, Trabalho e Ambiente, coordenado pelo Prof. Dr. Eduardo Schiavone Cardoso, desde 2015 reúne estudos em três linhas de pesquisa: geografia, pesca e aquicultura; geografia e educação; organização espacial e dinâmicas socioeconômicas. Uma das teses de doutorado em andamento, da discente Tuanne Rodrigues, propõe a elaboração de um material didático que irá nortear a prática educativa e a promoção da cosmografia e do seu reconhecimento como uma das bases de compreensão do espaço em uma visão de totalidade, que posteriormente se fragmenta conforme a escala de percepção.

 

Núcleo de Estudos em Geografia, Agricultura e Alimentação (NUGAAL)

Liderado pelos professores Cleder Fontana e Marcelo Cervo Chelotti, o Núcleo de Estudos em Geografia, Agricultura e Alimentação (NUGAAL) agrega pesquisadores e acadêmicos que visam estudar, refletir e propor ações a partir da tradição do saber geográfico institucionalizado, que articulem a relação entre a alimentação e a produção do espaço. Os objetivos do grupo se concentram em cinco linhas de pesquisa: 1) aspectos teórico-metodológicos da Geografia da Alimentação; 2) fome, (in)segurança e soberania alimentar e políticas públicas; 3) alimentos, cultura e território; 4) agricultura orgânica e agroecológica; 5) educação, alimentação e geografia. 

 

Os grupos acadêmicos, apresentados nesta e na primeira parte da matéria, são ligados ao Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO) e estão abertos a acadêmicos de todos os níveis de ensino, que podem participar voluntariamente ou através de bolsas concedidas por entidades de fomento à pesquisa. Acesse o site e as redes sociais do CCNE para ficar por dentro de mais informações e divulgação de editais.

Texto de Jéssica Missias Medeiros, acadêmica de jornalismo

Revisão e Edição: Natália Huber da Silva, chefe da Subdivisão de Comunicação do CCNE

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