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Da Eletromecânica aos Nanopolímeros: Conheça os Grupos Acadêmicos da Física do CCNE



O Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) possui dezenas de grupos acadêmicos organizados em oito áreas temáticas: Biologia, Bioquímica, Educação, Estatística, Física, Geografia, Meteorologia e Química. Em matéria publicada anteriormente, divulgamos três grupos acadêmicos da área de Física (Astrofísica, Informação Quântica e Nanomateriais), e hoje, apresentaremos outros quatro grupos e suas respectivas linhas de pesquisa. 

Laboratório Coulomb de Eletrostática e Mecanoquímica (LCEM)

Estabelecido em 2017 na UFSM, o Laboratório Coulomb de Eletrostática e Mecanoquímica tem se dedicado ao estudo de problemas fundamentais de eletrostática que estão na fronteira da ciência, sob coordenação do Prof. Dr. Thiago Augusto de Lima Burgo. O grupo atua em três grandes linhas de pesquisa, que, eventualmente, se subdividem em projetos menores mais específicos: 1) eletrização de materiais; 2) materiais funcionais para o desenvolvimento de sistemas eletrônicos e; 3) microscopia de força atômica. 

De acordo com o coordenador deste grupo, existem projetos fundamentais sobre a eletrização de superfícies dielétricas, mas uma linha muito forte do laboratório também é a de desenvolvimentos de dispositivos tecnológicos. Há vários projetos e atividades para reaproveitamento de energia (energy harvesting) e sensores que envolvem empresas privadas como o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e também colaborações internacionais para o estudo e desenvolvimento de sistemas de eletrospray (ionização) para limpeza industrial. 

O professor Thiago conta que, desde o início, o recém criado laboratório vem se beneficiando da dinâmica de trabalho da UFSM. A então diretora do CCNE, Sonia Zanini Cechin, disponibilizou o espaço, enquanto alguns docentes da Física cederam equipamentos necessários para dar início ao trabalho. “O alto nível de conhecimento dos alunos de química, física e engenharia química que integram o laboratório, têm sido fundamentais para o nosso desenvolvimento como um grupo de projeção internacional no estudo de sistemas eletrostáticos”, finaliza o professor. 

Recentemente um trabalho do laboratório foi publicado na Energy Environmental Science, uma das revistas de energia mais importantes do mundo. Além disso, em 2021 o professor Thiago Burgo foi convidado pela Royal Society of Chemistry a participar de uma edição especial de “Emerging Investigators Themed Collection” (Coleção temática de investigadores emergentes) da Physical Chemistry Chemical Physics (PCCP) (Física-Química Química-Física), que destacou pesquisas de excelência realizadas por pesquisadores em início de carreira nas áreas de físico-química, física, química, e química biofísica. A notícia foi veiculada no site do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ). 

 

Laboratório de Magnetismo e Materiais Magnéticos (LMMM)

Coordenado pelo Prof. Dr. Lucio Strazzabosco Dorneles, desde 1992 o laboratório realiza pesquisa básica e aplicada em materiais sólidos, em especial através do estudo de suas propriedades estruturais, elétricas e magnéticas. O grupo é composto por nove pesquisadores permanentes e já formou 20 doutores em física experimental, tendo sua produção científica citada em mais de 700 trabalhos científicos (Clarivate Web of Science, 2012 até junho/2021). Além disso, o laboratório também colabora com outros grupos de pesquisa. 

O LMMM tem interesse, principalmente, em materiais magnéticos muito finos (com espessuras de alguns nanômetros), que podem ser produzidos na UFSM. O professor Lucio explica que estes ímãs (ou nano-ímãs) não são como os ímãs usados para colar recados na geladeira: “Eles são muito finos para serem manuseados com as mãos, e são, na verdade, como uma tinta metálica que pode ser usada para cobrir qualquer superfície”. 

Além dos recobrimentos magnéticos, no laboratório também é possível produzir outros recobrimentos metálicos ou cerâmicos. Para estudar estes materiais, as linhas de pesquisa são focadas na produção e caracterização de nanomateriais. 

A lista das publicações do LMMM está disponível no site do grupo

 

Grupo de Teoria da Matéria Condensada 

Coordenado pelo Prof. Dr. Eleonir João Calegari, o Grupo de Teoria da Matéria Condensada tem como foco principal o estudo teórico de sistemas que apresentam interações fortes, ou moderadas, entre as partículas que compõem o sistema. Tais sistemas são encontrados nas classes dos supercondutores de altas temperaturas e sistemas magnéticos. Esses sistemas despertam interesse científico e tecnológico devido às várias possibilidades de aplicações como na área de medicina, por exemplo, onde os supercondutores permitem o desenvolvimento de equipamentos de ressonância magnética mais eficientes.

Em alguns materiais, os momentos magnéticos intrínsecos (spins) dos elétrons podem produzir fenômenos magnéticos macroscópicos. Em geral, o estudo desses fenômenos é realizado através de modelos de spins interagentes. Os pesquisadores do grupo aplicam diferentes métodos numéricos e analíticos para investigar sistemas de spins interagentes, com particular interesse em magnetismo frustrado. Esses modelos também são usados para investigar mecanismos gerais envolvendo transições de fases, que podem estar presentes em outras classes de sistemas físicos. 

 

Laboratório de Espectroscopia e Polímeros (LEPOL)

O laboratório LEPOL, coordenado pelo Prof. Dr Marcos Antonio Villetti, trabalha no desenvolvimento de nanopartículas poliméricas visando o encapsulamento de fármacos para emprego na nanomedicina. Novos nanocarreadores são desenvolvidos a partir de polímeros naturais e sintéticos para incorporação de fármacos hidrofóbicos, tendo por objetivo aumentar sua biodisponibilidade e captura celular, e promover uma liberação controlada.

A universidade é um espaço de aprendizagem de inúmeros saberes, que busca formar profissionais preparados para suas áreas de atuação. Para além disso, a instituição também recebe contribuições dos acadêmicos, que em seus estudos, pesquisas e projetos, ao mesmo tempo que constroem conhecimento, agregam para o desenvolvimento da ciência, da cultura e da tecnologia. Portanto, os grupos acadêmicos estão abertos aos pesquisadores e também aos estudantes, estes que podem participar voluntariamente ou através de bolsas de Iniciação Científica, oferecidas por editais. Acesse o site e as redes sociais do CCNE para ficar por dentro de mais informações.

 


Texto: Jéssica Medeiros

Edição: Natália Huber 

 

 

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