Texto: Maira Trindade e Natália Huber da Silva
Edição: Natália Huber da Silva
Ao ingressar em uma Universidade, muitos são os novos conceitos que passam a compor a rotina dos alunos e, um dos mais famosos deles, é a famosa tríade ensino-pesquisa-extensão. Estes três elementos são constituintes do que uma universidade deve produzir essencialmente e, estes, devem sempre conversar e transitar entre si. No entanto, até hoje, muitas são as dúvidas sobre do que se constitui cada elemento dessa tríade e como são aplicados à realidade das Unidades de Ensino da UFSM e da sociedade. A seguir, explicaremos o que tratam o ensino, a pesquisa e a extensão universitária e como esta tríade atual no contexto do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE).
Começando pelo ensino: o que é e quem o executa no CCNE?
O ensino, basicamente, é todo o processo de construção do saber através da transferência de conhecimento, sendo este adquirido fora ou dentro da universidade, empírico ou científico. Dentro do CCNE é executado pelos 16 cursos de graduação e 20 cursos de pós-graduação, sendo a Unidade de Ensino que mais possui cursos de pós-graduação da UFSM. Nesse momento, aproximadamente 2.200 estudantes estão vinculados aos nossos cursos de graduação e pós-graduação. Em grupos acadêmicos de ensino, são registrados mais de 800 projetos de pesquisa pertencentes ao CCNE e estes são constituídos de estudantes, professores e técnicos administrativos em educação.
Os cursos de licenciatura também atuam na pauta do ensino fora da universidade, através dos estágios obrigatórios e não-obrigatórios, remunerados ou não. Nestes, o estudante graduando se insere nas escolas básicas ou de ensino técnico visando pôr em prática o conhecimento adquirido dentro das paredes da UFSM, bem como adquirir outros saberes através da troca de experiências com professores e estudantes da rede pública e privada de ensino de Santa Maria e região.
A Pesquisa no CCNE
Já, a pesquisa, se constitui na busca e investigação que visa a descoberta de novos conhecimentos, ou seja, através dela – mas não somente desta – temos a construção da ciência. A pesquisa visa não somente o desenvolvimento tecnológico ou científico da sociedade, mas também a melhoria da qualidade de vida da socio-bio-geodiversidade como um todo.
O primeiro contato do estudante com a pesquisa normalmente se dá na graduação, quando tem suas primeiras experiências na iniciação científica. Se estes se interessam e gostariam de dar continuidade e a esta, realizam pós-graduações que são constituídas por um projeto de pesquisa a ser executado em até quatro anos, em cursos de especialização, mestrado ou doutorado.
No CCNE, a pesquisa é desenvolvida de diversas formas, possuindo cerca de 500 projetos de pesquisa em andamento na Unidade. A divulgação desses estudos acontece através de publicações nacionais e internacionais em periódicos científicos e, igualmente, nas revistas científicas produzidas pelo Centro, sendo elas:
- Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental (REGET)
- Revista Monografias Ambientais (REMOA)
- Geografia, Ensino & Pesquisa
- Ciência & Ambiente
- Ciência e Natura
Dentro da tríade ensino-pesquisa-extensão, ainda falta a contextualização sobre esse último elemento: a extensão. Esta é a expressão menos conhecida pela maioria dos ingressantes universitários e a sanaremos a seguir.
O que é a Extensão? O que faz? Onde atua?
A extensão universitária constitui-se de ações que aproximam a Universidade da comunidade, ou seja, através da extensão, conseguimos apresentar o conhecimento adquirido dentro da universidade à sociedade. É um processo de integração da academia com a comunidade em geral, que promove ações em prol do desenvolvimento sustentável, ao mesmo tempo que proporciona uma série de trocas de experiências e vivências tanto para os estudantes, professores, técnicos-administrativos em educação da UFSM como para a comunidade que experencia estes projetos de extensão.
Como integrantes do CCNE, além dos cerca de 1500 projetos de extensão sendo executados em 2021, temos dois órgãos suplementares que destacam-se quando o tema é extensão universitária: o Jardim Botânico e o Centro de Apoio á Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônica – CAPPA. Nestes, há visitação aberta ao público em geral (com exceção durante o período da pandemia, que se encontram fechados), além dos projetos de extensão e oficinas de ensino que promovem à comunidade externa, sendo estes atualmente realizados remotamente.
A Tríade Universitária
A união dos eixos “ensino-pesquisa–extensão” pode ser notada nos Programas de Educação Tutorial – PET, que trabalham com a indissociabilidade da tríade, e são formados por grupos de estudantes a nível de graduação, sob a orientação de um docente. No CCNE, possuímos três grupos PET, dos cursos de Biologia, Física e Matemática.Os resultados de todos os projetos voltados para ensino, pesquisa e extensão da UFSM, são publicados e expostos, anualmente, na Jornada Acadêmica Integrada (JAI), sendo esta uma forma de acompanhar o que estamos produzindo a nível acadêmico (ensino e pesquisa) e também compreender os saberes e ações que estamos construindo fora do campus (ensino e extensão). Neste ano, a JAI acontece em novembro, e é uma boa oportunidade de entender ainda mais sobre esses três conceitos, que são norteadores das atividades desenvolvidas no CCNE e em toda a UFSM.
Para finalizar, além da tríade tão comentada nesta matéria, há outras categorias de projetos institucionais na UFSM: os projetos de prestação de serviços e os projetos de desenvolvimento institucional (Fig. 1). Os projetos de prestação de serviços constituem-se de projetos que recebem retribuição pecuniária através da prestação de serviços de assessoria, tecnologia ou inovação e os projetos de desenvolvimento institucional são projetos internos que visam o crescimento da UFSM como instituição, de acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) em vigência, tendo sempre a participação de estudantes, além de servidores da UFSM.
Deste modo, o Centro de Ciências Naturais e Exatas da UFSM, visa o desenvolvimento sustentável através da contribuição nas áreas da biologia, estatística, física, geografia, meteorologia, matemática e química, com seus mais de 7.200 projetos sendo executados por servidores e estudantes neste ano de 2021.