Durante a infância, em uma época que a internet e as mídias sociais ainda não eram tão populares, Henrique Faccin era uma criança muito curiosa, observadora e metódica. Misturando detergente, sal, erva mate e outros ingredientes especiais, ele conta que desenvolvia seus próprios inseticidas para exterminar as formigas que o picavam enquanto brincava na calçada de sua casa. Morando em Frederico Westphalen, a criança foi crescendo e tomando gosto pelos números e pelas “instalações elétricas” para movimentar motores à pilhas. Terminando o ensino médio, era hora de definir os rumos do futuro e qual seria a faculdade que Henrique faria. Pela afinidade com a matemática, a química, a física e a biologia, o curso de Química Industrial foi o caminho que ele resolveu seguir para poder experimentar um pouco de cada área.
Tendo a oferta de um curso particular na cidade natal de Henrique, sua família não possuía condições de custear a mensalidade da faculdade e ele viu na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) a oportunidade de conquistar seu diploma. Sua irmã já estudava Arquitetura e Urbanismo na Universidade e isso fez com que ele deixasse a ideia de estudar em Porto Alegre de lado e prestasse o vestibular para a UFSM. “Lembro que na época do meu vestibular, minha mãe havia perdido o emprego por restrições orçamentárias do Governo do Rio Grande do Sul e a situação financeira em casa havia apertado ainda mais. Mas, para eu não ser afetado psicologicamente, minha mãe fingiu estar trabalhando para que eu não desistisse de tudo e deixasse de encarar meus estudos na Universidade”, conta o servidor.
Para conseguir se manter na Universidade, Henrique conta que sempre esteve envolvido trabalhando em bolsas oferecidas pela UFSM. O tempo de graduação foi passando, as oportunidades surgindo e ao longo desse período o servidor foi estagiário de pesquisa na Unicamp e também na Universitat de Barcelona (Espanha), graças ao primeiro edital do Programa Ciência sem Fronteiras. No retorno ao Brasil, passou a estagiar numa importante indústria petroquímica brasileira, aliando a Química com a paixão pelos números. Realizou ainda mestrado em Química Analítica, o que reforçou ainda mais o amor pelos dados e informações por trás dos números, dando um novo rumo para sua vida. “Hoje, além de Técnico-Administrativo da UFSM ao longo do dia, à noite e aos finais de semana me dedico à graduação em Estatística, para futuramente avançar num projeto de doutorado que busque interdisciplinarizar a química com a ciência dos dados”, destacou.
Atuando como Técnico Administrativo (TAE) há três anos, Henrique destaca que por estar inserido num meio bastante conhecido, a secretaria do curso de Química Industrial, vê a função de secretário de curso como uma das mais importantes e responsáveis dentro do dia-a-dia da UFSM. Por serem o elo entre discentes e docentes e entre o aparato burocrático do Estado, são os secretários que atendem as mais variadas demandas, tendo que convertê-las em ações junto aos coordenadores de curso e órgãos colegiados. “Muitas vezes a visão da instituição por parte dos discentes e seus familiares e amigos próximos se resume à visão que os acadêmicos têm da sua secretaria de curso, com relação à motivação, atuação, gestão, receptividade, acolhimento e atendimento. Trabalhar essa proximidade é um desafio diário e um legítimo trabalho de formiguinha”, pontuou Henrique.
Envolvido em muitas atividades e a frente de comissões que contribuem para o desenvolvimento do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE), Henrique faz parte, também, de alguns projetos de pesquisa em Química Analítica que já vinham sendo desenvolvidos durante o seu período de mestrado, colaborando na autoria de alguns artigos científicos que ainda envolvem resultados dessa pesquisa. Como discente de Estatística, faz parte da Empresa Júnior do CCNE, a Sigma Jr. e, recentemente, em conjunto com os coordenadores do curso de Química do CCNE, passou a atuar na organização de um projeto que busca desenvolver e estimular a interdisciplinaridade e integração junto aos acadêmicos dos cursos de Química, através da proposição de soluções técnicas para um problema-desafio a ser lançado por um grupo de docentes aos discentes que se inscreverem para participar.
“Sinto que minha contribuição para o desenvolvimento da Universidade é ajudar a todos com o conhecimento que sempre venho buscando, de forma a aplicar tecnicidade ou subsidiar decisões técnicas referentes aos assuntos que competem às coordenações de curso e à vida acadêmica dos discentes”. Além disso, Henrique destaca que seu objetivo enquanto servidor público é atuar de forma a valorizar cada categoria igualmente, sem distinções entre classes docente, TAE e discente. “Para tanto, acredito que devo trabalhar no acesso à informação para todos, pois somente com ela é que podemos combater nossos problemas organizacionais, visando uma melhoria contínua da nossa instituição”, finalizou o servidor.
Texto por: Lucas Zimmermann, acadêmico de Comunicação Social – Relações Públicas e bolsista do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE
Revisão: Wellington Gonçalves, relações públicas do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE