Entre os dias 19 e 21 de novembro, o Grupo de Trabalho CHEGA do Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE) promove o evento “Intelectuais Negras e Negros nas Ciências Naturais e Exatas: abordando uma ciência contra-hegemônica”. Em celebração ao mês da Consciência Negra, o evento faz parte da programação institucional do Novembro Negro organizada pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) e tem como objetivo difundir os estudos étnico-raciais da UFSM e demais instituições de ensino, bem como fazer com que exista uma unidade nas representações negras aqui existentes.
De acordo com representantes do GT CHEGA, as ações deste evento “justificam-se pela urgência dos debates étnico-raciais que emergem de uma sociedade de passado escravocrata, como é a brasileira, e reverberam nas instituições de ensino”.
A fisioterapeuta Sandra Aires, palestrante convidada do evento, reforça a influência dos mais de 300 anos de escravidão que vigoraram no país sobre a sociedade atual e fala que “nunca devemos esquecer as comemorações de 20 de novembro, que marca a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra no Brasil”. Além disso, as ações deste evento buscam corresponder ao Desafio 3 – Inclusão Social do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFSM, já que se trata de uma oportunidade para a construção de uma formação acadêmica que abarque os aspectos de inclusão e diversidade.
Com o propósito de aproximar os diálogos, pesquisas e ser um espaço de compartilhamento teórico entre pesquisadores das mais diversas áreas de estudo, o evento contará com a participação de palestrantes de instituições como Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) e Universidade Franciscana (UFN), além dos palestrantes vinculados à UFSM ou à cidade de Santa Maria/RS.
O GT CHEGA salienta que “todos os palestrantes foram convidados a partir de seu protagonismo, não apenas na comunidade acadêmica, como também nas comunidades em que estão inseridos”. Neste sentido, esse evento cumpre um importante papel na contribuição para a sociedade e ciência, pois além de dar visibilidade para pesquisas e ações étnico-raciais, desenvolvidas dentro e fora da UFSM, valoriza a negritude e quebra o paradigma de uma ciência hegemônica. Para Victor de Carli Lopes, mestrando da UFSM e também convidado do evento, essa atividade “fornece importantes ferramentas para seguirmos combatendo de forma cada vez mais capaz aos racismos epistêmicos que permeiam a nossa academia.”
Texto por: J. Antônio de S. Buere Filho, acadêmico de Comunicação Social – Produção Editorial e bolsista do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE
Edição: Wellington Gonçalves, relações públicas do Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE