Parte do Programa de Pós-Graduação em Meteorologia, o Grupo de Modelagem Atmosférica de Santa Maria (GruMA/UFSM) visa simular fenômenos atmosféricos, desenvolver técnicas de meteorologia aplicada a importantes setores econômicos como agricultura, energia e proteção civil, também simula o ambiente e protocolos operacionais aplicados a centros de previsão de Tempo.
Criado em 2006, iniciou seus trabalhos com modelos meteorológicos aplicados, inicialmente para realizar a previsão numérica de tempo. Posteriormente, o GruMA evoluiu para outras técnicas de meteorologia aplicada ao estudo de tempestades severas, microexplosões e ciclones extratropicais. O Grupo é composto por professores, alunos da pós-graduação (mestrado e doutorado) e alunos da iniciação científica.
Atualmente, para subsidiar a avaliação das técnicas de previsão desenvolvidas, o grupo realiza uma previsão cotidiana (chuvas, temperatura máxima), previsão de tempestades severas, processos que ocorrem nas camadas de ar mais próximas ao solo (camada limite planetária), entre outros. Os modelos utilizados pelo Grupo tratam os fenômenos atmosféricos nas mais variadas escalas, desde a micrometeorologia até modelar os fenômenos físicos que resultam num tornado, num ciclone extratropical, num furacão.
O GruMA gera produtos que são disponibilizados em seu site para a população em geral. Entre os produtos desenvolvidos estão: previsão do tempo simples de Santa Maria; mapas com panoramas gerais do tempo (para três dias) do Sul da América Latina; meteogramas; diagramas termodinâmicos; imagens de satélite e textos sobre fenômenos ocorridos e/ou previstos.
Confira aqui a previsão do tempo de hoje e dos próximos dias.
Todos estes produtos são realizados a partir da modelagem atmosférica, que segundo o professor e coordenador do grupo, Vagner Anabor, é um conjuto de equações físicas matemáticas que tentam descrever a natureza. “Usamos equações para a atmosfera, de conservação de energia e de conservação de massa. Estas equações têm termos que medem fluxos de calor, fluxos de energia e, a partir delas, modelamos matematicamente o problema”, explica.
Como o grande foco do grupo é a modelagem atmosférica da região Sul da América Latina, principalmente do Rio Grande do Sul, uma região onde se encontram montanhas e planícies, plantações, florestas, campos e grandes áreas alagadas, seu trabalho apresenta um maior desafio para a aplicação de modelos atmosféricos de baixa resolução. Por este motivo, o GruMA utiliza uma previsão de tempo regional (chamada previsão do tempo em mesoescala), na qual se leva em conta dados observados na região, mapas topográficos, de cobertura vegetal e umidade do solo, suficientemente detalhados para representar a variabilidade temporal e espacial das condições atmosféricas no Estado.
Para explicar a previsão de tempo regional o professor Vagner ressalta como são realizadas as previsões nos grandes centros meteorológicos. “O maior detalhamento feito atualmente é o cálculo dos problemas atmosféricos a cada 25 km”. No Brasil, o melhor computador disponível realiza a modelagem a cada 40 km, esta distância é utilizada pelos grandes centros em função dos custos. Porém, esta escala não compreende a toda a diversidade geográfica do Rio Grande do Sul. Assim sendo, o Grupo realiza um detalhamento menor, utilizando uma escala de 12 a 4 km.
“Da estrada que vai da UFSM, em Camobi, até o Centro de Santa Maria, o nosso modelo realiza várias modelagens atmosféricas. Então, podemos escrever espacialmente variações de temperaturas no interior da região central do Estado. Mas fazemos mais: temos um supercomputador que disponibiliza um domínio desde o Oceano Pacífico até o Atlântico”, explica o coordenador sobre o trabalho que engloba além do Sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e metade do estado de São Paulo), Chile, Argentina, e outras regiões.
Ademais, o GruMA disponibiliza as pesquisas para uso nos mais variados setores da sociedade: defesa civil, agricultura, gerenciamento de recursos hídricos, indústria, aviação, comércio, entre outros. “Temos projetos que prevem ondas de calor e temperaturas mínimas, capazes de prejudicar algumas culturas e também a criação de animais”, ressaltou Vagner sobre as pesquisas desenvolvidas pelo Grupo.
O GruMA está localizado na sala 1066 do Prédio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no Campus da UFSM. Telefone: 55 3220-8616. E-mail: gruma@ufsm.br.
Texto e imagens elaboradas por Camila Lourenci Jardim – Núcleo de Divulgação Institucional do CCNE