Na última quinta-feira (4), os alunos das disciplinas de Engenharia de Tráfego I e II, do curso de Engenharia de Transportes e Logística da UFSM-CS, apresentaram os resultados preliminares da pesquisa realizada a partir do levantamento de dados feitos na interseção conhecida como “5 esquinas”. Além dos estudantes e professores do curso, esteve presente nas apresentações a arquiteta da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul, Márcia Gonçalves Heck.
Este levantamento de dados, realizado durante os dias 07, 17 e 18 de maio e 13 e 19 de junho de 2019, faz parte de ações do projeto de extensão “Planejamento colaborativo da Mobilidade Urbana” e do projeto de ensino “Project-based learning – Desenvolvimento de atividades práticas em ambiente lúdico/real/didático”, assim como das disciplinas de Engenharia de Tráfego I e II. Os acadêmicos realizaram contagens de tráfego e medições da velocidade, durante 12 horas em cada dia, das 7h às 19h, com o objetivo principal de conhecer a demanda horária de veículos e pedestres na interseção, assim como definir as horas de pico de diferentes dias da semana. Auxiliaram no processo, militares do 3º Batalhão de Engenharia de Combate, pesquisadores docentes do Laboratório de Mobilidade e Logística (LAMOT) da UFSM-CS e acadêmicos voluntários dos outros quatro cursos do campus.
A atividade atende a um pedido da Prefeitura Municipal que solicitou ao LAMOT uma análise dos problemas de trânsito e mobilidade desta importante interseção da cidade. Com os dados coletados e os conceitos adquiridos nas disciplinas, os grupos elaboraram um relatório de diagnóstico da interseção estudada e propostas de melhorias para a mesma. A ideia é que agora a equipe do projeto de “Planejamento colaborativo da Mobilidade Urbana” reúna os quatro relatórios entregues pelos alunos das disciplinas, complemente o que for necessário e crie um relatório final de diagnóstico e propostas, que será entregue ao Prefeito Sérgio Ghignatti até o final do mês de agosto.
Levantamento de dados analisou diversas questões relativas à interseção
Para realizar o diagnóstico e propor melhorias, foi necessário realizar a coletas de dados na própria interseção, durante 12 horas corridas ou longo de três dias. Para ter êxito, foram necessários 64 voluntários, que se revezaram em 18 grupos de seis pessoas, atuando cada um deles por duas horas ininterruptas.
Além dessa contagem geral, as coletas dos outros dois dias buscaram, entre outras informações, encontrar os fluxos de saturação, ou seja, a quantidade máxima de veículos que podem passar pela interseção, nos seus horários de pico. A partir disso, são procurados os headways, que correspondem à distância de tempo de passagem do eixo traseiro de um veículo até a passagem do eixo traseiro do veículo subconsequente. Assim é possível determinar se o semáforo está funcionando de forma eficaz, por exemplo. “Com estes dados obtidos, conseguimos, por exemplo, definir se os veículos estão conexos, ou seja, se eles estão em ‘pelotão’. Se eles não estão em ‘pelotão’ isso quer dizer que eles estão dispersos. Caso haja a dispersão, não formando fila no semáforo, há a necessidade de reduzir o tempo do semáforo. Já no caso do ‘pelotão’ ir até o final e veículos passarem no sinal amarelo ou vermelho, isso quer dizer que o semáforo está saturado, precisando aumentar o tempo para que os veículos escoem até o final do tempo de sinal verde”, explica o estudante Augusto Henrique Draghetti, da turma de Engenharia de Tráfego II.
Durante o levantamento também foram analisadas questões envolvendo os pedestres, a visibilidade, a sinalização, entre outras.
Entre algumas ações propostas pelos estudantes para melhorar o tráfego do local está a instalação de semáforos para pedestres, a regularização da iluminação pública no local para dar mais visibilidade na interseção durante a noite, a troca dos semáforos convencionais por semáforos de led, a introdução de faixas de pedestres no sistema viário, o aumento da distância de estacionamento desde a linha de retenção, a melhoria da sinalização horizontal e vertical, a colocação de tachas na via para uma melhor sinalização, a otimização do tempo de ciclo dos semáforos, bem como a melhoria da pavimentação.
Atividades de ensino associadas à prática são incentivadas pelos docentes e alunos da UFSM-CS
Atividades que tragam a prática para dentro da sala de aula são sempre bem-vindas na UFSM. Trazer a realidade profissional em atividades de ensino costuma motivar os estudantes. Este é o caso deste estudo realizado pelos alunos e docentes do campus da UFSM em Cachoeira do Sul.
Partindo de uma solicitação da própria Prefeitura Municipal, além de envolver projetos de extensão e ensino e o Laboratório de Pesquisa em Mobilidade e Logística (LAMOT), o estudo envolveu estudantes das disciplinas de Engenharia de Tráfego I e II, do curso de Engenharia de Transportes e Logística da UFSM-CS.
O professor Alejandro Ruiz Padillo explica que a ideia é permitir que os alunos já atuem diretamente em casos reais de acordo com o que futuramente irão encontrar em sua vida profissional. “Assim ele [o estudante] já consegue desenvolver atitudes relacionadas com a disciplina e se motivam a ver que são casos reais como neste caso da solicitação da Prefeitura. Conseguimos fazer com que os alunos enxerguem a credibilidade do seu estudo, melhorando, desta forma, os conhecimentos adquiridos e o seu desempenho”, acrescenta o docente.
Para o estudante Augusto Henrique Draghetti, este tipo de atividade é muito motivadora, pois, além de ser possível vislumbrar o seu futuro profissional na função de Engenheiro de Transportes, não se trata de um simples trabalho acadêmico, mas sim de uma real parceria com a Prefeitura. “Com isso vivenciamos a realidade de uma tratativa, vemos como é um estudo de caso, fazemos um dimensionamento, uma contagem. Além disso, tivemos o desafio de executar o projeto em um curto período de tempo, com a expectativa de que ocorresse tudo certo, como foi o que aconteceu. E isso nos transporta para o futuro que será nossa realidade, entregar resultados e propostas, com conhecimento e responsabilidade, em um tempo curto, para que as melhorias ocorram e sempre visando o melhor para o cidadão”, complementa Augusto.
Alunos e professores do curso de Engenharia de Transportes e Logística recebem reconhecimento por seu trabalho
No dia 13 de maio, a Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul apresentou a alunos e docentes do curso de Engenharia de Transportes e Logística da UFSM-CS uma “Moção de Cumprimentos”, parabenizando-lhes pelos estudos realizados para promover melhorias no trânsito da cidade.