A pesquisa internacional desempenha, atualmente, um papel crucial na evolução de diferentes áreas do conhecimento, como é o caso da medicina veterinária. Ao se envolver em projetos de pesquisa global, veterinários têm a oportunidade de trabalhar com diferentes populações e condições ambientais, o que enriquece sua experiência e contribui para uma compreensão mais abrangente das questões de saúde animal.
O intercâmbio internacional facilita a troca de metodologias inovadoras e a adaptação de melhores práticas a diferentes contextos, promovendo a melhoria contínua na qualidade dos cuidados oferecidos a animais ao redor do mundo. É o caso da médica veterinária Ingryd Merchioratto. Formada pela Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), conta que começou o primeiro estágio de iniciação científica em laboratórios de virologia.
-Nunca havia cogitado fazer estágio em laboratório, muito menos trabalhar com vírus, mas foi uma oportunidade que apareceu e decidi experimentar. Me apaixonei pela rotina do “mundo microbiológico”. Acredito que esse foi o ponto de partida, ter tido em meu primeiro orientador alguém que sempre incentivou e me aproximou da área acadêmica – conta
Após, realizou o estágio curricular (obrigatório para concluir o curso), na Embrapa, em Concórdia, e outra parte no Setor de Virologia da UFSM.
Depois da Graduação, Ingryd realizou mestrado e doutorado, tendo a última parte deste concluído na Oklahoma State University, nos Estados Unidos.
-A iniciação científica foi meu “berço”na virologia, foi através dela que dei meus primeiros passos, aprendi o básico e essencial. Foi fundamental para passar por todos os laboratórios que passei, e não ter dificuldade, saber o que estava sendo feito e o porque estava sendo feito. Foi essencial para eu decidir seguir para a área acadêmica – afirma.
Realizar estágios em outros países oferece aos profissionais de medicina veterinária a chance de ganhar uma perspectiva global sobre a prática da medicina animal. A experiência adquirida em diferentes contextos culturais e sistemas de saúde pode levar a um aprimoramento significativo das habilidades técnicas e interpessoais.
O domínio do inglês é fundamental para os profissionais de medicina veterinária que desejam expandir suas atividades para o cenário internacional. O inglês, sendo a língua franca da ciência e da pesquisa global, permite que veterinários acessem uma vasta gama de literatura científica, participem de conferências internacionais e publiquem seus próprios estudos em revistas de renome. Além disso, a habilidade de se comunicar eficazmente em inglês abre portas para colaborações e parcerias internacionais, o que pode acelerar o avanço das pesquisas e a disseminação de novas descobertas.
Ingryd foi aprovada recentemente em um concurso para vaga de investigadora em virologia do Instituto Nacional de Investigação Agropecuário (INIA) no Uruguai:
-Atualmente estamos montando laboratório de virologia para pesquisa e diagnóstico investigativo, estamos padronizando técnicas moleculares como PCR em tempo real (qPCR), e iniciando laboratório de cultivo celular e de vírus. O principal papel é auxiliar os produtores a solucionarem problemas que apresentam em suas propriedades, além de instituir pesquisas para trazer melhorias para o campo, como controle de infecções víricas, diagnóstico e entre outras.
Experiências internacionais proporcionam uma imersão em diferentes metodologias de tratamento e abordagens preventivas, ajudando os veterinários a se tornarem mais versáteis e adaptáveis. Esse tipo de vivência também fortalece a capacidade de trabalhar em equipes multiculturais e de enfrentar desafios diversos com soluções criativas e bem-informadas.