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Noz-pecan: uma riqueza a ser explorada



Noz-pecan: uma riqueza a ser explorada


Centro do Estado do RS produz cerca de 965 toneladas por ano, segundo a Emater.

Como grande produtor agrícola, o Rio Grande do Sul encontra na produção de noz-pecan, uma alternativa para cultivar plantas menos atingidas pelas instabilidades climáticas, como a estiagem. Conforme o Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), o RS é o maior produtor de noz-pecan do país, respondendo por mais de 70% da produção nacional. No Estado, são pouco mais de 1,4 mil produtores, responsáveis por cerca de 2,2 mil toneladas colhidas em 5,7 mil hectares plantados.

Conforme a Emater, somente a Região Central do Estado, onde se localiza Santa Maria, tem 250 agricultores, que cultivam nogueiras em 1,7 mil hectares. Isso corresponde a uma produção de 965 toneladas. Dos 35 municípios de abrangência do escritório regional da Emater, 31 deles são produtores de noz-pecan.

A nogueira pecan (Carya illinoinensis (Wangenh.) K. Koch), é nativa da América do Norte, como conta a professora e Doutora em Ciência do Solo, Zaida Inês Antoniolli. A espécie foi introduzida no Brasil pelas sementes, ramos e mudas trazidas pelos primeiros imigrantes, vindos dos Estados Unidos. Esses grupos chegaram ao Estado de São Paulo, mas somente exploraram a espécie como fonte de renda na década de 1960, após implementação de políticas públicas de incentivo à reflorestação.

A produção da espécie é hoje uma “nova e atraente fonte de renda ao produtor, possibilitando o uso da cultura em sistemas integrados, seja eles com pecuária, ou lavoura, como também em áreas de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas”, conta Antoniolli. Para a pesquisadora, isso possibilita o aumento na rentabilidade por área para o produtor. Outro aspecto destacado pela professora, é o longo período produtivo da cultura, que em geral pode durar mais de cem anos. A elevada demanda pelo mercado consumidor pela noz pecan pode configurar um importante fator de estímulo aos produtores rurais e uma nova fonte de renda.

Além disso, as nozes também apresentam efeitos benéficos à saúde humana. Como explica a professora, a espécie possui fenólicos, ácidos graxos mono e poli-insaturados, fito-esteróis, tocoferóis e micronutrientes. Esses compostos reduzem o risco de doenças e podem auxiliar na prevenção do envelhecimento precoce das células, além de fortalecer as defesas do organismo, prevenindo gripes e resfriados.

A professora reforça que pesquisas sobre a nogueira pecan são realizadas para buscar novas alternativas sobre a presença de pragas ou doenças, que afetam a planta. O objetivo de uma delas, foi analisar a presença de nematóides: “o estudo constatou danos severos às mudas de nogueira pecan, causados pela presença destes nematóides, inclusive levando as mudas à morte.”

Outras pesquisas também são realizadas para analisar condições climáticas, especialmente sobre a implantação da truficultura – uma atividade econômica de grande rentabilidade. Zaida explica que a truficultura é o ramo da agricultura que se dedica ao cultivo do fungo ectomicorrízico hipógeo do gênero Tuber, com o principal objetivo de produzir trufas para a alimentação humana. Recentemente, ela conta que foi realizado o relato considerado inédito sobre trufas verdadeiras deste gênero em pomares do estado, que possibilitaram pesquisas sobre a associação simbiótica com a cultura. Ou seja, há um grande potencial econômico a ser explorado pelos produtores, principalmente gaúchos, ainda mais com o aumento nos estudos e informações a respeito da cultura e desta associação simbiótica entre fungos do gênero Tuber e a nogueira pecan.

Tayline Alves
Bolsista de comunicação da Ciência Rural

07 de junho de 2023.

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