Café Conilon: uma das riquezas do Brasil
Espécie de grande importância no Brasil e difundida no Espírito Santo e outros Estados.
O Brasil é o maior produtor mundial de café por séculos. Desde sua chegada ao país, foi o maior gerador de riquezas e um produto importante da história nacional. Atualmente, o café brasileiro (Arábica e Conilon/Robusta) responde por aproximadamente um terço da produção mundial.
(Crédito da imagen: Fábio Luiz Partelli)
É nesse mercado gigantesco que encontramos a cultura do café Conilon – o Coffea canephora. O Espírito Santo é o maior produtor de Conilon do Brasil, sendo responsável por aproximadamente 70% da produção nacional. A espécie consiste em um café que tem como características mais sólidos solúveis, mais corpo e maiores teores de cafeína.
Para o professor Fábio Luiz Partelli, engenheiro agrônomo e coordenador do Núcleo de Excelência de Pesquisa em Café Conilon, o cultivo e comercialização da espécie se expandiu no Brasil no início da década de 1970, no Norte do Estado do Espírito Santo. A produção de Conilon/Robusta representa cerca de 30% do índice mundial.
O Núcleo de Excelência de Pesquisa em Café Conilon é formado por profissionais que se dedicam à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico do café Conilon. Fazem parte do grupo professores e pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação de diversas universidades. O núcleo já fez várias pesquisas sobre o melhoramento, fisiologia, nutrição e manejo de forma geral do café. O núcleo tem sua base no Laboratório de Pesquisas Cafeeiras da Universidade Federal do Espírito Santo no Campus de São Mateus e, conta com diversos apoios como a FAPES, CAPES, CNPq e agricultores. Atualmente, é o grupo que mais produz pesquisas sobre o Café Conilon/Robusta no Mundo.
As primeiras sementes do café Arábica chegaram ao Brasil no Estado do Pará, no início de 1727. Elas vieram da Guiana Francesa. Segundo Partelli, em 1830, o café era produzido com mão de obra de 600 mil escravos e representava 25% das exportações
Foi no período regencial que o café passou liderou as exportações e se difundiu nos
Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Assim, em 1870, o café representava mais que 50% das exportações.
Partelli explica que a fecundação da espécie Conilon é cruzada, não tolera frio e tem maior capacidade de suportar altas temperaturas, comparado ao café arábica. O café tende a florescer algumas vezes ao ano, no inverno e cresce de forma bem mais rápida nos meses mais quentes do ano. Outro ponto que vale a pena citar é sobre o potencial produtivo do café Conilon, que e maior,quando comparado ao arábica.
(Crédito da imagen: Fábio Luiz Partelli)
O Conilon é o responsável principalmente pela produção dos cafés instantâneos (solúveis). Também é muito utilizado na composição dos Blends de cafés expressos o que proporciona mais corpo e creme na bebida. Ele deixa a bebida mais robusta, sendo mais intenso e cremoso. Em função dessas qualidades e menor valor de marcado o Conilon/Robusta também tem sido muito usado em cafés torrado e moído. Vales destacar que a cada dia o Conilon/robuta tem ganhado o mercado consumidor, inclusive estando presentes em Blends ou puro de cafés especiais.
Maiores informações sobre pesquisas e plantio de Conilon, podem ser encontradas em www.cofeconilon.com
Tayline Alves
Bolsista de comunicação da Ciência Rural
05 de abril de 2023.