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UFSM e CMPC desenvolvem projeto na área de melhoramento florestal 



A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a empresa CMPC assinaram um acordo de parceria para realizar o projeto “Estratégias para otimização do resgate e propagação in vitro de clones recalcitrantes de Eucalyptus spp”. A pesquisa faz parte da tese de doutorado do aluno Hendrick da Costa de Souza, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da UFSM e orientado pelo professor do Departamento de Ciências Florestais da UFSM, Ezequiel Gasparin, que também é o coordenador do projeto. 

A pesquisa tem como objetivo estudar clones do gênero Eucalyptus, que possuem grande importância comercial, a fim de otimizar a propagação clonal desses materiais genéticos, principalmente os classificados como clones recalcitrantes. Um clone recalcitrante é aquele que apresenta baixo enraizamento adventício na propagação vegetativa, técnica de clonagem que se usa em programas de melhoramento genético e na produção de florestas comerciais. Segundo o coordenador do projeto, geralmente esses clones são adaptados a climas subtropicais, como o Sul do Brasil, onde o inverno apresenta baixas temperaturas e ocorrência de geadas. As causas da recalcitrância são diversas, muitas vezes relacionadas às características do próprio material genético, além de envolver aspectos fisiológicos, nutricionais e ambientais.

“Na pesquisa, estamos estudando três clones de interesse da empresa, através de vários experimentos que estão sendo desenvolvidos”, afirmou Gasparin. Um dos experimentos avalia o efeito da fertilização, ou seja, da nutrição de cepas  no campo, no processo de resgate vegetativo desse material e na produção de mudas em viveiro. Outro estudo conduzido é o desenvolvimento de um protocolo de micropropagação, ou seja, de propagação in vitro, de dois materiais genéticos: um híbrido de Corymbia e um clone de Eucalyptus benthamii.

Como dito pelo professor, a micropropagação é uma técnica da biotecnologia, que inclui as etapas de estabelecimento, multiplicação, enraizamento e aclimatização, até se obter um material rejuvenescido e revigorado, que deve, ao final, apresentar melhores respostas no enraizamento para produção de mudas clonais, além da ausência de doenças. A ideia é formar microjardins clonais no laboratório, para que essas microcepas forneçam propágulos, que chamamos de microestacas, visando a produção de mudas desses materiais que apresentam dificuldades na propagação por métodos convencionais”. Além disso, Gasparin destacou que se busca identificar os fatores limitantes no enraizamento, por meio de análises anatômicas, bioquímicas e genéticas, que serão realizadas ao longo do projeto.

A pesquisa foi motivada principalmente pela demanda da empresa CMPC, na área de melhoramento florestal, coordenada pelo pesquisador Osmarino Pires dos Santos, devido às dificuldades na propagação vegetativa de alguns clones.  A CMPC é a principal empresa do setor de celulose no estado do Rio Grande do Sul, e uma das maiores indústrias do segmento na América Latina. Ela possui um acervo genético vasto, com plantios de diferentes clones de Eucalyptus. Segundo o coordenador, a parceria com a empresa é de longa data: “Desde que eu ingressei na universidade como docente, nós já mantemos essa colaboração. Realizamos viagens técnicas com alunos da graduação e da pós-graduação, tanto por demanda das disciplinas nas aulas práticas quanto por demandas específicas da empresa”. O projeto também visa capacitar discentes de graduação e pós-graduação, já que está vinculado a uma tese de doutorado.

 

A CMPC fornece ao projeto suporte financeiro para a condução da pesquisa, além de suporte logístico. Também disponibiliza o apoio dos colaboradores nas atividades de campo e no viveiro, além de fornecer o material genético, clones de propriedade da empresa. A UFSM, por sua vez, contribui com recursos humanos, alunos de graduação e pós-graduação, tanto de mestrado quanto de doutorado. Também oferece infraestrutura de laboratório, como o Laboratório de Micropropagação Florestal, vinculado ao Laboratório de Silvicultura e  Viveiro Florestal, além do conhecimento técnico e científico.

 

Além da empresa, a pesquisa também conta com o apoio da Fundação de Apoio a Tecnologia e a Ciência (FATEC) e com a parceria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Federal de Lavras (UFLA), onde o doutorando Hendrick esteve recentemente, realizando um treinamento no Laboratório de Cultivo In Vitro de Espécies Florestais da UFLA, com auxílio financeiro da FAPERGS. O projeto também conta com  bolsas de iniciação científica da UFSM, FIPE e FINOVA Tec.

 

Gasparin destacou que as parcerias com o setor privado aproximam a Universidade do mercado de trabalho, além de contribuir para o desenvolvimento do setor florestal. “Isso permite que os alunos tenham contato direto com o dia a dia da empresa, conheçam o programa de melhoramento genético e convivam com pesquisadores e analistas da empresa. Essa troca de experiências é fundamental”, afirmou. Além disso, destacou que os  alunos participam ativamente das atividades, tanto em laboratório quanto em campo, o que contribui para a formação profissional. Eles desenvolvem não só habilidades práticas, mas também competências acadêmicas, como escrita científica, análise de dados e aprofundamento na área de melhoramento genético, gerando resultados que serão publicados em periódicos científicos. Um dos grandes desafios da silvicultura é desenvolver materiais genéticos que sejam cada vez mais tolerantes aos diferentes tipos de estresse, potencializados principalmente por eventos climáticos extremos.

 

Para concluir, o coordenador destacou: “O projeto de pesquisa também tem como expectativa gerar inovações tecnológicas, seja na melhoria de processos produtivos, seja no desenvolvimento de protocolos otimizados para a micropropagação e produção de mudas clonais”. Ao final do projeto, a expectativa é que os resultados possam ser aplicados diretamente no programa de melhoramento genético da empresa, contribuindo para a produção de mudas de qualidade superior e a implantação de florestas com materiais que possuem limitações na propagação clonal.

 

Texto: Gabriela de Almeida, bolsista de jornalismo da Proinova.

Revisão: Debora Seminoti Tamiosso, comunicação Proinova.

Fotos: Hendrick da Costa de Souza

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