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UFSM desenvolve projeto que busca a restauração ecológica e a inclusão social no Corredor Ecológico da Quarta Colônia



O Corredor Ecológico da Quarta Colônia, na região central do Rio Grande do Sul, está no centro de um projeto que une conservação ambiental e desenvolvimento social. O projeto, denominado “Restauração ecológica e inclusão social no corredor ecológico da quarta colônia”, é coordenado pela professora Ana Paula Moreira Rovedder, do Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e tem como missão fortalecer a biodiversidade e a resiliência dos ecossistemas locais, ao mesmo tempo em que gera benefícios diretos para as comunidades rurais.

 

O projeto é realizado pela UFSM em parceria com a empresa Taesa S.A. e com a Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (SEMA-RS), e conta com apoio da Fundação de apoio à tecnologia e a ciência (FATEC). Ele busca implementar soluções baseadas na natureza, especialmente por meio de sistemas agroflorestais biodiversos. “Nosso objetivo é promover a conectividade e a conservação da biodiversidade, mas também garantir que as famílias da agricultura familiar possam ter segurança alimentar e geração de renda”, destaca Ana Paula.

 

Atualmente em andamento, a pesquisa já definiu as áreas prioritárias para intervenção, todas pertencentes a famílias que, além dos desafios recorrentes, foram impactadas pela enchente de 2024. “Esse evento extremo reforça ainda mais a urgência de adotarmos estratégias que aumentem a resiliência das paisagens. Se as áreas estivessem mais conservadas, teriam tido maior capacidade de enfrentar os danos causados”, observa a pesquisadora.

 

Entre as ações já realizadas, destaca-se a primeira muvuca de sementes no Rio Grande do Sul, uma técnica de restauração ecológica que consiste na semeadura direta de espécies florestais misturadas com adubos verdes, promovendo a recuperação de áreas degradadas de forma eficiente e de baixo custo. “Foi um momento marcante, com a participação de mais de 50 pessoas da comunidade e 14 entidades. Além do trabalho coletivo, teve um papel importante na popularização da restauração ecológica como solução para os desafios climáticos que estamos enfrentando”, ressalta Ana Paula.

 

O Corredor Ecológico da Quarta Colônia, que abrange 11 municípios e mais de 124 mil hectares de áreas protegidas, é um dos mais importantes instrumentos de conservação do estado. Além de preservar remanescentes da Mata Atlântica e do bioma Pampa, o corredor inclui áreas indígenas, parques naturais e reservas particulares, conectando ecossistemas e oferecendo um espaço de integração entre conservação ambiental e produção sustentável.

 

O projeto propõe a implantação de agroflorestas multiestratos, que além de conservarem a biodiversidade, garantem cobertura permanente do solo, conservação da água, aumento dos fluxos gênicos e melhoria na qualidade do ambiente. “A agrofloresta não é só uma ferramenta de restauração. Ela é também produtiva, permitindo que as famílias colham alimentos, produzam lenha, mel, ervas medicinais e até madeiras de lei, sempre respeitando os ciclos naturais”, explica a coordenadora.

 

Além das agroflorestas, estão previstas ações como o controle de espécies invasoras, a restauração de nascentes e a capacitação das comunidades para o uso sustentável dos recursos da sociobiodiversidade local. O projeto também planeja inserir a região no mercado global de carbono, oferecendo às famílias uma nova oportunidade de geração de renda vinculada à conservação ambiental.

 

Para a UFSM, o projeto reafirma seu papel na extensão universitária e na geração de conhecimento aplicado às realidades locais. “A universidade tem uma atuação histórica junto às comunidades, e este projeto reforça isso. Estamos não apenas restaurando áreas degradadas, mas também construindo soluções conjuntas, que aliam ciência, conservação e desenvolvimento social”, destaca Ana Paula.

 

Os resultados esperados vão além do plantio de mudas e da recuperação de áreas. A meta é criar uma cultura de valorização das paisagens conservadas e produtivas, conscientes dos benefícios que proporcionam tanto para o meio ambiente quanto para as pessoas. “Queremos, sim, cumprir as metas de área restaurada e de implantação das agroflorestas, mas, acima de tudo, queremos despertar a sociedade para a urgência de adotar soluções baseadas na natureza. Só assim conseguiremos enfrentar, com mais resiliência, os desafios da crise climática que já está em curso”, conclui a pesquisadora.

Texto: Gabriela de Almeida, bolsista de jornalismo da UFSM.

Revisão: Debora Seminoti Tamiosso, Comunicação Proinova.

Foto: Instagram @parquequartacoloniars

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