Completando 42 anos em 2023, o programa Radar Esportivo promove a divulgação dos principais eventos esportivos, com coberturas jornalísticas, entrevistas, reportagens, comentários, notícias e quadros sobre o cenário esportivo local, regional, nacional e internacional. Desde 2012, foi institucionalizado como projeto de Extensão, sob coordenação da docente do Departamento de Ciências da Comunicação, Viviane Borelli. Ela explica que o projeto Radar sempre integrou discentes dos cursos de Comunicação Social – Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas e Produção Editorial.

O projeto de Extensão integra diversos programas, entre eles: o Radar na Rodada (programa de debates sobre futebol), o Planeta Oval (sobre futebol americano e rúgbi), o Radar na Copa, o Giro Olímpico, o Radar Olímpico (especial sobre os jogos olímpicos com a TV Campus). Além dos programas também são feitas coberturas esportivas, entradas ao vivo e informes de jogos das equipes de vôlei e futsal da UFSM. Os conteúdos, são transmitidos ao vivo pelas Rádios Universidade 800 AM, UniFM 107.9, e disponibilizados no Spotify.

Segundo Viviane, o projeto busca impulsionar o esporte local, regional e principalmente modalidades pouco conhecidas, além de “explorar as plataformas digitais como Twitter, Instagram e plataformas de áudio/streaming por meio de podcast”. Por meio do projeto, os discentes têm a oportunidade de produzir para diferentes mídias, já que a iniciativa tem proposta de ser multiplataforma e servir de “laboratório de experimentação”, com conteúdos produzidos para além da linguagem radiofônica. Um exemplo foram as narrações de jogos da Copa América durante a pandemia, feitas por meio de lives para o Instagram.

Discente do curso de Produção Editorial e bolsista do projeto, Carlos Eduardo Schraiber, conta que o interesse em participar do Radar Esportivo surgiu pela vontade em trabalhar com esporte desde a infância: “Encontrei uma oportunidade no Radar Esportivo, e depois de quase um ano não me vejo fora do projeto”. Ele ainda afirma que a iniciativa é “uma porta de entrada para adquirir experiências e conhecimento para o futuro, e para a vida profissional”.

O projeto tem parcerias com a Reitoria da UFSM, a Coordenadoria de Comunicação, a Rádio Universidade, o Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), e parceiros externos – como as equipes esportivas. A iniciativa realiza outras ações em contato com a comunidade, como o planejamento de oficinas em escolas públicas de Santa Maria para a promoção do esporte local e modalidades invisibilizadas. De acordo com a coordenadora, o projeto contribui com uma formação mais completa dos participantes: “Em função da experimentação de formatos, linguagens, entre outros, muitos egressos atuam profissionalmente em áreas que foram exploradas durante o projeto”.

A egressa do curso de Jornalismo, Janaína Wille, participou do Radar de 2016 até 2020, e hoje atua como repórter e produtora de podcasts de esporte na Rádio Gaúcha e Zero Hora. Para ela, a experiência no projeto foi uma possibilidade de colocar os conhecimentos adquiridos no curso em prática, e fundamental para sua formação. Comenta ainda, que na época era uma das poucas meninas que participava de pautas esportivas. “É desafiador, pois o número de mulheres no meio ainda é pequeno. Por muito tempo, a participação feminina no jornalismo esportivo ficou restrita aos bastidores ou funções de pouca visibilidade, e por isso sempre houve uma falta de referências neste meio. A Copa do Mundo Feminina deste ano ajudou a mudar muito esse paradigma”.

O docente de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) , Willian Fernandes Araújo, participou do projeto de 2005 a 2007, e fez reportagens sobre o mundial do Internacional para o Radar em 2006. Ele comenta as mudanças do radiojornalismo na área digital: “Na época trabalhávamos com blogs, sistemas de download de arquivos, e com o Orkut, mas a divulgação era muito semelhante. Hoje em dia a plataforma utilizada é o Spotify, na época nós publicávamos na plataforma 4shared”. O jornalista afirma que a participação no projeto fez com que se tornasse um profissional mais consciente sobre o papel do jornalista, e trazer uma linguagem acessível para diferentes públicos. “Contribuiu de forma fundamental, mais do que uma contribuição para a formação profissional, também para formação cidadã”, relata Willian.

O Radar Esportivo é um projeto que incentiva a promoção e a visibilidade dos esportes, proporcionando aos discentes da Universidade a experiência de produzir e informar a respeito do esporte local e nacional em distintos programas radiofônicos , trabalhar com diferentes mídias da Comunicação e expandir o conteúdo desenvolvido para a comunidade e diferentes públicos. “O nome do projeto agrega, desde o início, a ideia de multiplataforma, pois a comunicação é multifacetada e precisamos explorar, como um dos enfoques do ensino, a experimentação em diferentes formatos”, declara a coordenadora.