O projeto de extensão Requalificação Paisagística da UFSM apresentou para representantes da Prefeitura de Agudo a proposta de renovação das avenidas Concórdia e Paraíso, na manhã desta sexta-feira (19), no auditório do curso de Arquitetura e Urbanismo, no campus sede. O projeto tem como objetivo transformar as principais avenidas do município em um espaço público de lazer, interação e integração social, além de valorizar o patrimônio cultural local, como a Paróquia São Bonifácio e a Casa Charlotte, construída em estilo colonial no século 19 e que hoje abriga o museu do Instituto Cultural Brasileiro Alemão da cidade.
A elaboração da proposta levou em consideração as seguintes diretrizes: entorno,mobilidade urbana, sociabilização, estruturas físicas e mobiliários urbanos, arborização e identidade. Por conta disso, o projeto foi pensado para valorizar e integrar espaço urbano e paisagem, melhorar a estrutura viária e circulação de pedestres, criar espaços de lazer, valorizar o verde urbano com qualidade ambiental, valorização estética e adequação à estrutura, além de fomentar a circulação de pessoas nos pontos turísticos, visuais e históricos do município presentes nas avenidas.
Segundo o professor de Arquitetura da UFSM Luis Guilherme Pippi, foi o Poder Executivo municipal que procurou a universidade para a realização do projeto. O acordo de cooperação técnica foi firmado em abril do ano passado.
Para transformar as avenidas em um espaço onde a população permaneça e desfrute, em vez de uma simples via de deslocamento, a proposta prevê a ampliação da calçada e canteiros, instalação de vegetação urbana, bancos, floreiras, bicicletários, pergolados e estações de exercício. “O projeto vai gerar uma nova identidade única para Agudo, com qualidade urbana ambiental e paisagísticas que raramente são encontrados em outros lugares”, destaca o arquiteto Alessandro Diesel, da Pró-Reitoria de Infraestrutura.
“Nós não temos esse tipo de arquitetura na cidade de Santa Maria, apenas dentro da universidade por conta dos projetos que realizamos. Isso vai gerar uma identidade polo para Agudo e sua comunidade, além de ser um diferencial para o turismo”, completa o professor.
A proposta apresentada hoje será avaliada pelo Poder Executivo de Agudo. Após sua aprovação, começa a etapa de detalhamento técnico da planta, onde ocorre a determinação de onde serão alocados os elementos previstos nesta primeira apresentação. A entrega do anteprojeto para o poder público está prevista para outubro deste ano, o que vai marcar o encerramento do projeto de extensão.
Integram o projeto de Requalificação Paisagística: o Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Urbanismo e Paisagismo (PPGAUP), o Grupo de Pesquisa Planejamento e Projeto de Paisagem (GP Paisagem) e o Laboratório de Paisagem e Arquitetura (Parq), bem como as pró-reitorias de Planejamento (Proplan) e Infraestrutura (Proinfra).
Proposta inovadora, sustentável e viável
O projeto se diferencia por visar a criação de um espaço que, além da melhoria da mobilidade urbana por meio da criação de novos estacionamentos, ofereça mais segurança para os pedestres com esquinas compartilhadas e cruzamentos. A circulação alternativa (a pé ou de bicicleta) será incentivada por meio de uma pista multiuso, também destinada para pessoas com deficiência.
A sustentabilidade também está entre os aspectos principais da proposta, que conta com uma infraestrutura verde, com foco em arborização com plantas nativas, que além da função estética facilitam a permeabilidade do solo e tornam a drenagem mais eficiente por meio de valetas naturais.
O professor de Arquitetura destaca que essas características incentivam a população a frequentar e circular neste espaço, o que também pode favorecer comércios e serviços localizados nas avenidas. Para a elaboração do projeto foram utilizadas referências estaduais e também internacionais em arquitetura humanizada e verde, como as cidades de Porto Alegre, Gramado, Montevidéu e Buenos Aires, bem como Raleigh e Cary, nos Estados Unidos.
“O objetivo é transformar a avenida em um polo atrator, um espaço de permanência, como se fosse um grande parque. Isso beneficia moradores, comércio e valoriza o espaço público”, afirma o professor de Arquitetura.
Texto: Bernardo Silva, estudante de Jornalismo e Bolsista da Agência de Notícias
Imagens: slides da apresentação no evento
Edição: Lucas Casali