O hangar do campus sede da UFSM – cuja construção foi concluída no início do segundo semestre letivo deste ano – recebeu o seu primeiro avião: um caça AMX A-1 que já não oferecia condições de voo. Por esse motivo, a aeronave foi doada à universidade pela Força Aérea Brasileira (FAB), para servir como material de estudo para alunos de diversos cursos, como os de Engenharia Aeroespacial, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia de Computação, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica. Com as asas desmontadas e também com os estabilizadores vertical e horizontais retirados, o avião foi transportado de caminhão, no dia 21 de novembro, da Base Aérea de Santa Maria (Basm) até o hangar da UFSM, com o apoio de militares do Grupamento Logístico (GLog).
O AMX A-1 tem dimensões de 13,23 m de comprimento, envergadura de 9,97 m e altura de 4,55 m. Aeronave do tipo biplace (ou seja, com cabine para piloto e copiloto), o caça ocupa o hangar acompanhado do conjunto das asas e estabilizadores, além de um jogo de pneus. Como é o destino da maioria dos aviões “aposentados” pela FAB, ele vinha sendo utilizado como fonte de peças de reposição para outras aeronaves do mesmo modelo que ainda estão em operação. Por esse motivo, não se trata de um avião completo, pois estão faltando partes importantes, como o canopi (cobertura da cabine de pilotagem) e, principalmente, o motor.
Para compensar essa falta, a FAB doou para a universidade um outro motor (de um caça F5), que se encontrava na Basm, transportado na última segunda-feira (27) para o Departamento de Material e Patrimônio (Demapa) da UFSM. A universidade também recebeu da FAB várias peças em desuso – principalmente sistemas eletrônicos de aviões – provenientes do Parque de Material Aeronáutico de São Paulo. Essas peças, que também se encontram no Demapa, serão transferidas em breve para o hangar, juntamente com o motor. De acordo com o professor Marcelo Zanetti, a universidade continua negociando com a FAB a doação de outras aeronaves em desuso.
Além disso, há no hangar da UFSM um espaço reservado para o túnel de vento que atualmente ocupa as instalações do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia Elétrica (Nupedee). Essa transferência tem como razão principal o barulho produzido por esse equipamento, o qual pode ultrapassar 100 decibéis, atrapalhando as outras pesquisas e trabalhos desenvolvidos no Pavilhão de Laboratórios do Centro de Tecnologia. Está prevista ainda a instalação, no hangar, de dois laboratórios: um deles mais direcionado para a eletrônica e o outro, para a mecânica. Esses laboratórios servirão, por exemplo, para o projeto e construção de aeronaves experimentais, sistemas de comunicação e de radar.
Texto e fotos: Lucas Casali