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Três docentes da UFSM recebem prêmio Pesquisador Gaúcho 2023

Solenidade de entrega foi realizada no dia 31 de outubro, em Porto Alegre



Fotografia colorida com cinco pessoas, uma ao lado da outra, e os três do meio segurando prêmios
Luciano Schuch, Anselmo Peres Alós, Maria Rosa Chitolina, Leandro Michels e Cristina Nogueira

Foi realizada na terça-feira (31) a solenidade de entrega do Prêmio Pesquisador Gaúcho 2023, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). Três docentes da UFSM foram contemplados neste ano: Anselmo Peres Alós, na área de Artes, Letras e Linguística; Maria Rosa Chitolina, na área de Ciências Biológicas; e Leandro Michels, na área Pesquisador na Empresa. Com o tema “Ciência e Inovação: alicerces do futuro”, o Prêmio buscou reconhecer o trabalho de pesquisadores e profissionais que se destacaram na academia, nos setores público, industrial, empresarial e na área de comunicação. 

Na cerimônia de entrega, realizada em Porto Alegre, além dos três pesquisadores premiados, estiveram presentes representando a UFSM o reitor, Luciano Schuch, e a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa, Cristina Wayne Nogueira. Para o reitor, a premiação é motivo de orgulho para a instituição: “Tivemos a alegria de acompanhar a entrega dos prêmios para três dos nossos professores. Um reconhecimento da sociedade gaúcha pelo empenho destes profissionais que dedicam parte de suas vidas para a pesquisa e o desenvolvimento social. Queremos parabenizar Anselmo, Maria Rosa e Leandro pelo reconhecimento e, em nome dos três, agradecer a toda a comunidade da UFSM, que tanto se empenha no ensino aos nossos jovens, sem deixar de lado a pesquisa e a inovação, focos do evento de ontem”. 

Além da entrega dos prêmios, a solenidade contou com apresentações artísticas, discursos dos diretores da Fapergs, da secretária de Educação do RS, Raquel Teixeira, e da Secretária de Inovação, Ciência e Tecnologia do RS, Simone Stülp, que falou em nome do governador.

 Saiba mais sobre os premiados:

Artes, Letras e Linguística: Anselmo Peres Alós

Agraciado pelo prêmio na área de Artes, Letras e Linguística, o professor Anselmo Peres Alós, atua na UFSM como docente de graduação do Departamento de Letras Vernáculas, nas disciplinas de literatura brasileira, literaturas africanas de língua portuguesa e teoria literária. Já na pós-graduação ministra disciplinas voltadas para questões de gênero, raça e sexualidade na literatura brasileira. Em seu projeto de pesquisa, financiado com bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq, investigou especificamente questões de autoria e de representação de subjetividades transexuais na literatura brasileira.

Anselmo explica que há duas esferas fundamentais para a concessão do prêmio: a  atuação na formação de recursos humanos e a produção intelectual, ou seja, as publicações. O professor afirma que atua de forma intensa nesses dois campos, com alta produtividade e impacto e com a inserção de egressos no mercado de trabalho. “Meus orientandos e ex-orientandos, atualmente, estão em atividade em importantes instituições, como a UFPR, a UFRGS, a UEMA, a UFSSPA e a imprensa do Governo Estadual do RS, e a Secretaria Estadual de Educação. Parte da relevância da minha atuação deve ser creditada ao sucesso profissional que eles alcançaram, dando visibilidade estadual e nacional ao nosso Grupo de Pesquisa”, explica. 

Mesmo com a atuação já consolidada, o professor conta que não esperava pelo prêmio, mas afirma estar lisonjeado. Anselmo destaca a importância de todo  reconhecimento ao trabalho de pesquisa nas áreas das Humanidades, principalmente, se o conhecimento produzido estiver atrelado às questões sociais e de direitos humanos, áreas tão atacadas e desvalorizadas. Para ele, a pesquisa acadêmica não pode estar afastada da interação com o ensino e a extensão. “Produzir conhecimento na área das humanidades não faz sentido se esse conhecimento não estiver atrelado à busca por justiça social, por equidade de gênero, por uma visão de mundo antirascista, antimachista e anti-homo/transfóbica. […] Minha atuação como intelectual, educador e pesquisador só faz sentido na medida em que puder usar o espaço de privilégio que ocupo, como homem gay, branco e cis, para dar voz àqueles que ainda não dispõe da legitimidade acadêmica que eu possuo”, finaliza.

Ciências Biológicas: Maria Rosa Chitolina

A professora Maria Rosa Chitolina, homenageada na área de Ciências Biológicas, atua no Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFSM, no qual ministra aulas de Bioquímica para a graduação. Na pós-graduação atua no Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Bioquímica Toxicológica (PPGBTox) e no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências (PPgECi). Além disso, coordena grupos como o Enzitox (Enzimologia Toxicológica), que estuda o sistema purinérgico, colinérgico e estresse oxidativo em diferentes situações, dentre outros.

Maria Rosa conta que o prêmio foi uma “surpresa feliz” e avalia que seja resultado de um trabalho voltado para o avanço da ciência no Rio Grande do Sul e no Brasil, bem como sua participação na formação de gerações de cientistas – o que considera muito gratificante. “Esse prêmio é muito importante para a minha carreira, pois vem num momento de consolidação profissional. Fico muito feliz por toda a minha trajetória como docente e pesquisadora da UFSM e por todas as oportunidades de desenvolver o meu trabalho na Instituição. Fazer ciência no Brasil é um ato de coragem e também, no meu caso, de realização pessoal”, afirma Maria Rosa.

Como a única mulher da UFSM a receber o prêmio neste ano, a professora destaca o feito e diz se sentir muito feliz por poder contribuir para o desenvolvimento da ciência: “fico feliz por uma mulher pesquisadora ter ganho este prêmio. A educação e a ciência são transformadoras da sociedade e me sinto agradecida por fazer parte desse processo”, conclui.

Pesquisador na Empresa: Leandro Michels

Já o professor Leandro Michels foi agraciado na categoria Pesquisador na Empresa. Pesquisador na área de engenharia elétrica, Leandro trabalha principalmente com energia solar fotovoltaica, com foco na conexão de geração distribuída no sistema elétrico nacional de geração fotovoltaica. Também é coordenador do Laboratório de Ensaios da UFSM, maior laboratório de inversores fotovoltaicos do Brasil. 

O professor conta que ficou surpreso ao ler seu nome na lista de vencedores, mas pensa que o resultado se deu por sua atuação no setor fotovoltaico e no empreendedorismo. “Eu tenho auxiliado doutorandos e ex-alunos a criar suas empresas e negócios de tecnologia de ponta aqui no estado”. Também salienta a grande quantidade de projetos de pesquisa nos quais está inserido, que contribuem para a transferência de conhecimento entre a UFSM e o setor produtivo, incluindo a incluindo a estruturação da unidade Embrapii, a primeira da UFSM.

Para Michels, “o prêmio é uma concretização do esforço que foi feito para que conseguíssemos levar o conhecimento gerado aqui dentro da UFSM para a sociedade”. O professor ainda acrescenta que receber a premiação é um reconhecimento não só para ele, mas para a Universidade como líder e referência no estado em pesquisa e desenvolvimento na área de energia. O professor conclui com um agradecimento ao Programa de Pós Graduação em Engenharia Elétrica, à Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa e à Pró-Reitoria de Inovação e Empreendedorismo pela valorização de seu trabalho.

Texto: Júlia Weber, estudante de jornalismo e estagiária da Agência de Notícias e Gabriela de Almeida, estudante de jornalismo e bolsista da Proinova, e João Ricardo Gazzaneo
Fotos: Solange Prediger

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