Ir para o conteúdo Observatório da Comunicação de Crise Ir para o menu Observatório da Comunicação de Crise Ir para a busca no site Observatório da Comunicação de Crise Ir para o rodapé Observatório da Comunicação de Crise
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Reputação – um valor que não se compra



Por Elisa Prado (Especialista em Comunicação Corporativa e Consultora de Gestão de Reputação)

 

Você já tentou pedir a alguém um pouquinho de reputação? Ou dizer que tenho bilhões para investir e quero comprar reputação para minha empresa?

Warren Buffet, um dos maiores investidores americanos, principal acionista, presidente do conselho e diretor executivo da Berkshire Hathaway costuma reiterar em seus discursos o seguinte posicionamento: “Tire o meu dinheiro, mas não acabe com a minha reputação”.

Mas você já se perguntou quanto vale realmente tudo isso?

A reputação se constrói ao longo do tempo e baseia-se na experiência que temos com a empresa. O que ela diz em suas comunicações e publicidades, a qualidade de seus produtos e serviços, suas ofertas, seu atendimento e diálogo nas redes sociais e no call center. Ou seja, uma jornada de experiências, baseada na confiança entre as partes e que se consolida quando as promessas são cumpridas.

É aquele sentimento que você tem quando está na frente de uma gôndola no supermercado e escolhe uma marca em detrimento de outra. Ou quando você decide comprar um produto ou serviço e pergunta aos amigos, aos colegas de trabalho, checa nas redes sociais, nas plataformas de reclamação se aquela empresa realmente entrega o que promete.

A reputação se constrói com coerência no que se faz e no que se fala.  O famigerado Walk the talk.

Enfim, é algo que não se compra, não se vende, não se empresta, mas sabemos que tem muito valor de mercado, na medida que gera compra de seus produtos e serviços, atrai investidores, atrai e retém talentos.

Mas como definir o valor daquilo que é intangível? Qual o real valor da reputação?

No livro lançado em 2023 pelo jornalista, professor e renomado profissional de comunicação corporativa, Daniel Bruin, Reputação Empresarial – Armadilhas e desafios na gestão da imagem corporativa, publicado pela Editora Matrix, ele apresenta um estudo muito relevante sobre o valor do intangível e reputação das organizações.

Neste estudo, realizado em 2023, a consultoria britânica Reputation Dividend listou as 10 marcas* americanas de maior reputação no mercado e que lideram o ranking do índice S&P da Bolsa de Valores de Nova York e constatou que o intangível representado pela reputação representa mais da metade do valor de mercado dessas organizações. Por exemplo, em 2023, quase 60% do valor da Apple, a primeira da lista, se devia à sua reputação e bens intangíveis. Isso equivale a US$ 1.376 trilhão.

A questão é que, neste mundo complexo e polarizado em que vivemos, todo este valor está constantemente sob risco, pois a reputação das organizações está, em grande parte nas mãos das pessoas. Pessoas conectadas com total acesso à informação e à desinformação. Pessoas com poder de denúncia quanto à governança, modos de produção, fontes de matérias-primas, forma como funcionários e fornecedores são tratados. Hoje tudo é visível, discutido, tudo é avaliado aos olhos dos consumidores.

Esta última semana fomos impactados com as falas polêmicas do fundador da G4 Educação, Tallis Gomes, discutindo o tema das mulheres CEOs. Tallis, que pensa que jamais gostaria de ter uma mulher CEO, perdeu muito. Perdeu seu cargo e sua posição como membro do conselho da Hope.

E fico me perguntando quanto perdeu a G4 em valor de mercado, em reputação, em credibilidade e confiança? Quanto vai custar tudo isto para a G4, uma empresa que se diz voltada para a educação e treinamento de empreendedores? Fica a questão para pensarmos e só o futuro nos dirá.

Aí é que, por estas e por outras, há de se concordar com o filósofo americano Ralph Waldo Emerson: “Suas atitudes falam tão alto que não consigo te ouvir”.

 

*Apple, United Healthe group, Microsoft, Occidental Petroleum, Deere&Co, Johnson & Johnson, Procter & Gamble, NVIDIA, Visa e Amazon.

_________

Artigos assinados expressam a opinião de seus autores.

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-880-370

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes