O Estado do RS convive com chuvas e consequentes inundações e enchentes em muitas cidades, incluindo a capital Porto Alegre. Já foram registradas mais de 100 mortes e 200 feridos, centenas de pessoas ainda esperam por resgate nos telhados de casas ou estão em abrigos provisórios aguardando a água dos rios recuar para reiniciarem suas vidas. Outra parcela da população convive com a tristeza e a angústia causada pelas imagens que chegam, ou então com o medo da expansão do perímetro de inundação, inclusive chegando a outros municípios.
Em face desse cenário, o momento é de ajudar de todas as formas possíveis, com doações de toda ordem (água potável, medicamentos, dinheiro, alimentos, roupas, produtos de higiene, colchões), trabalho voluntário nos abrigos e também na divulgação de informações que auxiliem a mitigar os efeitos dos acontecimentos.
Nessa direção, a fim de auxiliar na assistência e no restabelecimento, além de pensar em formas de – daqui para frente – aperfeiçoarmos a comunicação em contextos extremos, elencamos algumas orientações básicas para resposta e contribuição em situações críticas e de desastres.
Tais orientações para resposta em situações de desastres ligados à crise climática foram formuladas sob a perspectiva comunicacional e são voltadas à população, às organizações públicas e privadas, governos e aos veículos de comunicação para ação em casos de tempestades, incêndios florestais, deslizamentos de encostas, tornados, ciclones, inundações e enchentes.
ORIENTAÇÕES:
– A população deve priorizar informar-se pelos canais de comunicação oficiais dos governos e de outros órgãos oficiais envolvidos (Defesa Civil, Bombeiros, INMET, Cemaden, empresas de distribuição de energia elétrica e água);
– Estar atento às notas e aos comunicados emitidos pela Sala de Situação e/ou Gabinete de Crise dos governos;
– Moradores de cada região devem se cadastrar no sistema de alerta SMS da Defesa Civil (basta enviar o CEP da localidade para 40199 por SMS);
– A população deve buscar informar-se a partir de publicações de veículos de comunicação reconhecidos pela prática do Jornalismo (impresso, digital, radiofônico, televisivo);
– Os governos podem potencializar o uso de emissoras de Rádio, sistema de alto-falantes e carros de som nas ruas, se possível, como alternativa à internet e outros meios que necessitam de energia elétrica, a fim de realizar alertas e informes sobre a situação;
– Alertas de emergência devem ser veiculados imediatamente através de plantão de notícias televisivo em redes de TV local e regional;
– Empresas devem usar seus perfis nas redes sociais digitais e seus contatos para amplificar o auxílio às vítimas;
– Veículos de comunicação devem, além da cobertura das consequências do ocorrido, relacionar com as mudanças climáticas e suas causas;
– A abordagem da mídia sobre a pauta da crise climática deve ocorrer continuamente e de forma responsável, evitando sensacionalismo, relativização, espetacularização ou esquecimento;
– Gestores de empresas, parlamentares e governantes precisam se posicionar publicamente diante do desastre, tendo em vista a responsabilidade e o capital social inerentes aos cargos que ocupam;
– Influenciadores digitais e personalidades artísticas e esportivas podem contribuir para a disseminação responsável de informações relevantes tendo em vista a grande base de seguidores na ambiência da internet;
– Empresas podem realizar campanhas que tenham a finalidade de ajudar na situação crítica, dando visibilidade para a causa e não para marca/personalidade/instituição/ empresa/produto/serviço;
– Empresas devem adiar campanhas de comunicação de caráter mercadológico, pois nada é mais importante do que salvar vidas;
– Compartilhar alertas oficiais para que as pessoas saiam das áreas de risco a fim de diminuir o número de resgates e concentrar os esforços das equipes;
– A população deve evitar registrar e postar imagens em redes sociais digitais apenas por entretenimento ou em busca de seguidores e curtidas, principalmente se houver crianças e idosos nas fotografias e vídeos;
– Não compartilhar informações inverídicas, sem checagem e sem apuração;
– Não compartilhar informações que não contribuam para ajudar as vítimas e as equipes de resgate e assistência.