O dia 25 de janeiro de 2019 será lembrado para sempre pelo que aconteceu em Brumadinho (MG), a maior tragédia ambiental e humanitária do Brasil (e do mundo). As consequências do rompimento da Barragem 1 da Mina do Córrego do Feijão são percebidas até hoje. O ocorrido resultou em 270 pessoas mortas, contaminação da bacia do Rio Paraopeba, degradação da paisagem, redução da biodiversidade, e uma série de outros efeitos como o comprometimento de abastecimento de água potável, prejuízos para o turismo, destruição de uma aldeia indígena, de uma pousada e de áreas de cultivo agrícola e de pecuária, entre outros impactos sociais, ambientais e econômicos de longo prazo para as pessoas e para a região.
A partir desta tragédia constatou-se mais uma vez a inexistência ou a incapacidade de prevenção, mesmo com tecnologia avançada, profissionais altamente especializados e recursos financeiros disponíveis. Faltou a devida gestão de riscos e a comunicação destes de forma efetiva (e responsável) antes do evento crítico. Da mesma forma, o gerenciamento da crise após o ocorrido foi protagonizado pelo Corpo de Bombeiros, que inclusive foi porta-voz da crise. Parecia não haver por parte da Vale um plano de contingência para respostas a emergências em nenhuma área. Já no pós-crise, grande parte do que se refere à comunicação dedica-se desde o ocorrido à gestão da marca e da reputação por meio de publicidade e propaganda em rádio, TV, jornal e internet. Enfim, faltou prevenção, ação e comunicação voltadas especificamente à crise.
A fim de expandirmos a discussão e a reflexão sobre uma das maiores crises ocorridas no Brasil, selecionamos alguns estudos, artigos de opinião e notícias. Tais textos suscitam debates sobre comunicação de riscos, transparência, comunicação de crise, sustentabilidade, crise de imagem, gestão de riscos, cobertura midiática, entre outros tópicos. Nessa direção, cumprem o papel de relatar os acontecimentos, analisar a gestão de risco e de crise, além de elencar os aprendizados e documentar o ocorrido a fim de que eventos semelhantes não se repitam.
Confira abaixo:
As lições que a Vale ainda não aprendeu sobre evitar tragédias
Vale conta com 60 profissionais de comunicação para atender caso Brumadinho
A comunic(ação) da Vale S.A. e da ONG Gabinete de Crise pós-rompimento em Brumadinho-MG
Vale teve gastos milionários em propaganda já na primeira semana pós Brumadinho
Vale: a maior crise corporativa do Brasil
Quando a Sustentabilidade (ou seu discurso) se desfaz com uma crise: o caso Vale
Sociedade civil cria gabinete de crise para Brumadinho e critica Zema
Vale tem perda bilionária e enfrenta crise de imagem com tragédia em Brumadinho
Brumadinho sob a ótica da comunicação e informação em saúde
Boate Kiss, 7 anos; Brumadinho, 1 ano: memórias e aprendizados sobre prevenção e gestão de crise