Um projeto desenvolvido na UFSM prevê a melhoria na prestação de cuidados de saúde na região do Centro-Oeste gaúcho, em especial o gerenciamento de pacientes, utilizando tecnologias de telessaúde. Surgido a partir das condições climáticas adversas enfrentadas recentemente no estado, o “Programa Integrado de Telessaúde: Resposta à Crise Climática no Rio Grande do Sul” é uma parceria entre os Programas de Pós-Graduação da UFSM de Ciências da Saúde, Bioquímica Toxicológica, Tecnologias em Rede e Educação. O projeto é um dos selecionados pelo Edital PROEX-PG UFSM Além do Arco e é coordenado pelo professor Gustavo Dotto, do Departamento de Estomatologia da Universidade.
“A iniciativa também busca desenvolver um modelo de telessaúde que seja replicável e possa ser implementado em várias regiões do Brasil”, destaca o coordenador do projeto, que ainda está em sua etapa inicial. Na entrevista a seguir, Gustavo Dotto dá mais detalhes sobre a iniciativa e o impacto previsto na sociedade.
Como o projeto pretende impactar a sociedade?
A iniciativa aspira revolucionar o gerenciamento de pacientes na macrorregião Centro-Oeste do Rio Grande do Sul, aproveitando as tecnologias de telessaúde. Prevê-se que melhore a prestação de cuidados de saúde, facilitando o telemonitoramento dos pacientes durante as fases de pré-admissão e pós-alta, mitigando assim as complicações e readmissões. As ramificações sociais se manifestarão na maior eficiência dos serviços de saúde, no desenvolvimento profissional dos profissionais e na qualidade de vida geral dos pacientes atendidos.
Por que isso é importante?
A importância do projeto reside em abordar as exigências de saúde intensificadas pela crise climática na região. Fenômenos climáticos adversos, como inundações e secas, obstruem o acesso aos serviços de saúde. A telessaúde apresenta uma solução viável para garantir a continuidade e a qualidade do atendimento, mesmo em meio a condições adversas.
Qual a importância de um edital como o Proext-PG para incentivar a extensão na pós-graduação?
Editais públicos como o Proext-PG facilitam a integração de ensino, pesquisa e extensão, essenciais para o avanço acadêmico e social. Ao endossar iniciativas que enfrentam desafios como a crise climática, o edital promove a aplicação prática da pesquisa, gerando soluções que geram um impacto social direto. A ênfase do projeto na colaboração interdisciplinar e interprofissional, envolvendo vários programas de pós-graduação na UFSM, garante uma estratégia abrangente e multidisciplinar que é crucial para o sucesso e a viabilidade a longo prazo do projeto. Também gostaria de ressaltar que o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) desempenha um importante papel neste projeto como unidade vinculada participante. O HUSM, com sua infraestrutura e expertise em atendimento hospitalar, será um componente essencial na implementação e operacionalização do Programa Integrado de Telessaúde. Sua participação permitirá a integração direta das tecnologias de telessaúde desenvolvidas no ambiente hospitalar, facilitando o monitoramento de pacientes na pré-internação e pós-alta, e contribuindo significativamente para a redução de complicações e reinternações.
Como a participação em projetos de extensão influencia sua carreira?
O envolvimento em projetos de extensão fornece aos estudantes e profissionais uma plataforma pragmática para aplicar insights teóricos a cenários autênticos. O envolvimento na telessaúde, por exemplo, prepara os profissionais para lidar com as crescentes demandas por tecnologias digitais de saúde, dotando-os de competências inovadoras e indispensáveis para o mercado de trabalho.
Por que estudantes de graduação e pós-graduação deveriam participar de projetos de extensão?
O envolvimento em projetos de extensão, como esta iniciativa de telessaúde, oferece aos estudantes a chance de enfrentar os desafios do mundo real e cultivar habilidades práticas em saúde digital, um campo de crescente relevância. A combinação de experiência prática com conhecimento teórico prepara os alunos para se envolverem ativamente na inovação e no progresso tecnológico no setor de saúde.
Em 2026, quando os meses designados para a execução do projeto forem concluídos, quais mudanças você imagina que terão ocorrido nas comunidades identificadas como o principal público-alvo do projeto?
Prevê-se que, até 2026, haja uma integração mais efetiva dos serviços de saúde, caracterizada por uma estrutura de telemonitoramento e teleconsulta totalmente funcional. Espera-se que esse desenvolvimento leve a uma diminuição substancial nas complicações e readmissões hospitalares, juntamente com uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes. Os profissionais de saúde estarão mais bem preparados para utilizar tecnologias digitais, e a comunidade exibirá maior autonomia na gestão de sua saúde.
Imagem: Evandro Bertol, designer
Aluata Comunicação e Ciência