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Micromachismos: pequenos gestos, grandes impactos na vida das mulheres



Thayssa Kruger, UFSM/FW

Fazendo parte da programação do evento “Pensando Verde”, organizado pelo projeto institucional “Grupo Agenda 2030″, no dia 4 de junho, a professora Vera Martins realizou uma palestra que abordou as pequenas violências contra mulheres, conhecidas também como “micromachismos”. A palestra contou também com a organização de uma roda de conversa com aquelas que estavam presentes, a fim de promover o compartilhamento de experiências e luta.

Embora o movimento feminista tenha conquistado muitos direitos desde a década de 1960, marcada pela primeira onda feminista, ainda há muito a ser feito na luta pela equidade de gênero. As discussões públicas sobre o gênero não ser um obstáculo na contratação de mulheres para cargos de liderança, na ocupação de espaços físicos ou na liberdade sexual têm se tornado mais frequentes e visíveis. No entanto, o machismo ainda representa um desafio diário na vida das mulheres. “O machismo é o sistema de privilégio dos homens no mundo sobre as mulheres”, declara Martins, que além de ser professora e chefe do Departamento de Comunicação da UFSM/FW, coordena o projeto institucional “Promoção de Justiça de Gênero na UFSM/FW”.

Os micromachismos, como denomina o movimento feminista, são aquelas pequenas ações que as mulheres enfrentam diariamente: o homem que senta com as pernas exageradamente abertas no ônibus, o parceiro que a diminui em público, o irmão que coloca todas as responsabilidades de cuidado da família sobre ela, etc. Essas atitudes, embora pareçam isignificantes, precedem violências extremas, como o abuso sexual e o feminícidio. Elas formam a base de um projeto político que estabelece relações de poder na sociedade. “Há uma rede que é sutil, que por isso a gente não percebe, que mantém essa relação hierárquica entre homens e mulheres”, afirma Martins.

O primeiro passo a ser dado é a compreensão das mulheres de que esses pequenos comportamentos contribuem para a manutenção do sistema patriarcal que as subjuga. É importante reconhecer também que homens e mulheres não são iguais, e que a diferença em si não é o problema, mas sim a alegação de que as características que definem um homem, sejam biológicas ou sociais, são superiores do que definem uma mulher. 

A intimidação, o controle do dinheiro, a pouca participação na rotina doméstica, o uso abusivo do espaço físico e o uso social do tempo são algumas das violências que constituem o que as pesquisadoras feministas vão chamar de  micromachismos coercitivos. Ou seja, são um conjunto de ações que criam obstáculos nas tomadas de decisões das mulheres. Para a professora, “esses micromachismos vão vir de basicamente todas as figuras masculinas com as quais nós convivemos”. 

Foi pensando nisso que o projeto Justiça de Gênero passou a realizar rodas de conversas exclusivas para mulheres, a iniciativa tem como objetivo acolher e conectar as mulheres do campus através da troca de experiências. “Todos os encontros de mulheres são celebrações feministas”, reitera Martins. 

 

Thayssa Kruger – Bolsista FIEX UFSM

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