No Dia Mundial do Meio Ambiente, data comemorada no dia 05 de junho, o grupo institucional “Agenda 2030” promoveu uma roda de conversa sobre as mudanças climáticas e seus impactos na sociedade com as docentes Aline Passini e Gizelli Moiano. A ação fez parte do evento “Pensando Verde”, que organizou aulas abertas acerca das temáticas ambientais durante a primeira semana de junho, na UFSM/FW.
Mas afinal, o que é mudança climática?
O primeiro passo a ser dado para entender o tema é saber diferenciar tempo de clima. Tempo é o agora, é se hoje está fazendo sol ou chuva em Frederico Westphalen. O clima, por outro lado, é uma análise das condições de temperatura, precipitação e umidade relativa, ao longo de muitos anos. As mudanças climáticas podem ser observadas a partir desse estoque de dados levantados por pesquisadores, que comprovam o aquecimento do planeta.
As mudanças do clima podem ser causadas por dois fatores: naturais e antrópicos. Os fatores naturais são, por exemplo, vulcões, incidência solar, variação orbital, entre outros. Já os fatores antrópicos, causados pelo homem, são o desmatamento, queimadas, poluição do solo, etc. São essas condições que contribuem significativamente para com o aumento da temperatura global.
Um relatório realizado pelo Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) aponta que, no Brasil, o setor agropecuário, somado ao desmatamento e outras mudanças de uso da terra, é o principal contribuinte para as emissões de gases de efeito estufa, disparando 75% das emissões. Em seguida, observa-se que a energia (17%) e resíduos (4%) também estão entre os principais responsáveis que asseguram as mudanças climáticas. Para a professora Gizelli Moiano, uma das formas de diminuir os problemas ambientais é apostar na agricultura sustentável. “Se eu estou fazendo uma agricultura sustentável, eu não estou contribuindo para o aumento de temperatura, de mudança climática, do aquecimento global”, afirma Moiano.
Qual é o impacto das mudanças climáticas?
Eventos climáticos extremos, como as chuvas fortes que ocorreram a partir da última semana de abril no Rio Grande do Sul, serão cada vez mais recorrentes. Consequentemente, milhares de pessoas terão que abandonar suas casas, cidades natais e memórias de uma vida inteira.
Além das chuvas, problemas como ondas de calor, seca e incêndios florestais associados à seca também se tornarão frequentes. Algumas áreas podem se tornar inabitáveis, à medida que as terras agrícolas se transformam em desertos, e o número de refugiados climáticos aumentará drasticamente.
O que pode ser feito?
As transformações mais expressivas devem ser implementadas por grandes empresários, proprietários agrícolas e pelo governo. É importante exigir políticas públicas focadas na mitigação e na adaptação climática, além de fiscalizar projetos de leis que possam flexibilizar a proteção ambiental. A mitigação se refere a todas as ações realizadas para diminuir a emissão de gases de efeito estufa e o aquecimento global, enquanto que a adaptação está mais voltada para a forma que lidamos com as consequências da crise climática já em curso.
No entanto, a professora Aline Passini ressalta que “não deve ser só coisa de governo, existem ações que nós, como cidadãos, podemos fazer”. Entre essas ações estão a separação de resíduos orgânicos e recicláveis, o descarte adequado de pilhas e óleo de cozinha em pontos de coleta e a conscientização de amigos e familiares sobre a importância de cuidar do meio ambiente. “Pessoas pequenas fazendo coisas pequenas podem mudar o mundo, é assim que a gente tem que pensar”, declara Passini.
Thayssa Kruger – Bolsista FIEX UFSM