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O que fazer em casos de parada cardiorrespiratória?



A parada cardiorrespiratória é uma emergência que pode acontecer a qualquer pessoa, em qualquer lugar. Saber como agir rapidamente pode ser a diferença entre a vida e a morte. Mesmo sem treinamento médico, uma pessoa orientada pode realizar manobras simples que aumentam consideravelmente as chances de sobrevivência, até a chegada do socorro. Aqui, vamos explicar o que é o Suporte Básico de Vida e como usar o Desfibrilador Externo Automático — por vezes presentes em locais públicos — dois procedimentos relativamente simples, mas de grande potencial.

A parada cardiorrespiratória, quando ocorre fora do hospital, é fatal em cerca de 90% dos casos, uma vez que a falta de oxigenação cerebral tem potencial de causar danos graves em poucos minutos. No Brasil, o tempo médio de resposta dos serviços mde emergência varia entre 10 e 15 minutos, o que torna o suporte básico de vida mnecessário até a chegada do resgate. A cada minuto que a vítima passa sem ressuscitação cardiopulmonar, as chances de sobrevivência caem 10%; no entanto, a aplicação imediata do suporte básico de vida pode dobrar ou até triplicar as chances de sobrevivência. 

Então, como prosseguir em uma situação de parada cardiorrespiratória? Ao se deparar com uma emergência, a primeira ação é garantir sua segurança. Verifique se o local é seguro para você e a vítima. Pergunte-se: “Há perigo para mim ou para a vítima?”. Em algumas situações, é possível tornar o ambiente seguro, como parando o mtrânsito ou desligando a rede elétrica. Em seguida, verifique se a pessoa está consciente. Tente chamá-la em voz alta, tocando nos ombros. Se ela não responder, chamar ajuda é prioridade: o próximo passo é ligar para o serviço de emergência (SAMU 192). Se houver um desfibrilador externo automático nas proximidades, peça para alguém buscá-lo enquanto você continua com os procedimentos de suporte básico de vida.

Mas o que é o Desfibrilador Externo Automático? É um dispositivo portátil que detecta ritmos cardíacos perigosos e, quando necessário, aplica um choque elétrico para restaurar o ritmo normal. Ele é projetado para ser fácil de usar, com instruções de voz que guiam o usuário durante todo o processo. Por isso, mesmo pessoas sem treinamento podem utilizá-lo com segurança.

Com a ajuda a caminho, é hora de iniciar as manobras de suporte à vida. Primeiramente, deite a vítima de costas em uma superfície rígida, como o chão. Incline suavemente a cabeça para trás e levante o queixo para abrir as vias aéreas. Certifique- se de que não há obstruções visíveis na garganta — se houver, é necessário removê- las. Verifique se a pessoa está respirando, observando o tórax; se não estiver, é hora mde iniciar a ressuscitação cardiopulmonar. A ressuscitação cardiopulmonar é a combinação de compressões torácicas e ventilação de resgate. Para as compressões torácicas, coloque as mãos no centro do peito da vítima e comprima com força, afundando o tórax cerca de 5 cm em adultos (4 cm em crianças). Mantenha um ritmo de 100-120 compressões por minuto – algumas músicas populares, como “Staying Alive” e “Baby Shark” podem ajudar a manter o ritmo adequado. Depois de 30 compressões, faça duas ventilações de resgate. Feche o nariz da vítima, sele os lábios em torno da boca dela e sopre suavemente, observando se o tórax se levanta. Continue o ciclo de compressões e ventilação até que o socorro especializado chegue ou até que o desfibrilador externo automático seja conectado. Quando o desfibrilador externo automático estiver disponível, ligue o aparelho imediatamente. Ele vai dar instruções claras e automáticas para que você possa utilizá-lo com segurança. Coloque os adesivos (eletrodos) no peito da vítima: um abaixo da clavícula direita e outro na lateral esquerda, logo abaixo do peito. O desfibrilador analisará o ritmo cardíaco da vítima; durante essa análise, afaste-se para evitar interferências. Se o aparelho indicar a necessidade de choque, ele irá orientar a aplicação. Certifique-se de que todos estejam afastados da vítima antes de aplicar o choque. Enquanto a ressuscitação cardiopulmonar mantém o fluxo sanguíneo e oxigena os órgãos, o desfibrilador externo automático pode identificar ritmos cardíacos anormais e aplicar o choque necessário para restaurar o funcionamento adequado do coração. Se o desfibrilador não indicar a necessidade de choque, continue com as compressões torácicas e siga as instruções do aparelho até a chegada do socorro.

Assim, mais importante do que querer salvar é ter o conhecimento de como salvar. O suporte básico de vida e o desfibrilador externo automático são exemplos claros de como ações simples e bem orientadas podem, de fato, salvar vidas. Cada indivíduo que aprende esses procedimentos se torna uma peça-chave em uma cadeia de sobrevivência, capaz de atuar até que o socorro especializado chegue.

Referências Bibliográficas:

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Suporte Básico de Vida. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/samu- 192/publicacoes/protocolo-de-suporte-basico-de-vida-1-2.pdf/view. Acesso em: 06 out. 2024.

2. QUILICI, Ana P.; TIMERMAN, Sergio. Suporte Básico de Vida: Primeiro Atendimento na Emergência para Profissionais da Saúde. Barueri: Manole, 2011. E-book. p.47. ISBN 9788520444924. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520444924/. Acesso em: 06 out. 2024.

3. SOUSA, Lucila Medeiros Minichello. Suporte Básico a vida. Rio de Janeiro: Érica, 2014. E-book. p.53. ISBN 9788536530604. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536530604/. Acesso em: 06 out. 2024.

Autora:

Fernanda Lavarda Scheinpflug

Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e colaboradora do Portal Ciência e Consciência.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6410211951302845

 

 

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