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Alimentos industrializados podem aumentar o risco de desenvolver depressão?



A evolução da industrialização desencadeou na humanidade uma mudança no consumo alimentar e no estilo de vida, favorecendo o sedentarismo e o aumento do consumo de alimentos prontos e de alta densidade energética. A nutrição desempenha um papel fundamental na vida cotidiana das pessoas, não apenas como uma necessidade básica, mas também como uma preocupação de saúde pública. 

Conforme indicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o crescimento econômico e as transformações sociais desencadeiam alterações nas práticas alimentares. Essas mudanças resultam em taxas elevadas de sobrepeso e obesidade, e contribuem para o aumento do número de casos de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs).

Estima-se que no Brasil, 5,8% da população enfrenta a depressão, sendo o segundo país das Américas com maior número de casos, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, com 5,9%. Além disso, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é considerada a enfermidade mais incapacitante do mundo, e os dados apontam para aumento do número de casos nos próximos anos. Desse modo, ao observar esses índices é de grande importância a busca pelo equilíbrio adequado na obtenção e consumo de alimentos, pois uma dieta desequilibrada (pobre em nutrientes e com alta ingestão de alimentos açucarados e processados) pode desencadear além de DCNTs, como Obesidade, Diabetes Mellitus, Doenças Cardiovasculares, também, a Depressão.

Uma revisão da literatura, publicada em 2020, buscou investigar a ligação da depressão com a alimentação, demonstrou que vários nutrientes estão aparentemente envolvidos na origem da doença, entre eles as vitaminas do complexo B, o ômega-3, minerais e proteínas, parece que a   deficiência está intimamente relacionada no surgimento de distúrbios mentais.

 O consumo recorrente de alimentos industrializados, ricos em sódio, açúcares, gorduras trans e saturadas, e pobres em nutrientes, fazem com que o organismo entre em desequilíbrio, gerando um quadro inflamatório 

Lembrando que a reação inflamatória quando controlada e somente em respostas a ameaças às quais o organismo se expõe, é benéfica e  importante para a sobrevivência. A reação inflamatória se torna ruim, quando ela é crônica, ou seja, quando adotamos regularmente hábitos alimentares não saudáveis, sofremos de inflamação sistêmica crônica de baixo grau (inflamação que persiste por meses ou anos), o que leva a alterações significativas em todos os tecidos e órgãos e, por fim, aumenta o risco de desenvolver DCNTs.  

        Outro estudo publicado pela revista Clinical Nutrition entrevistou pacientes idosos que estavam com depressão no seu estágio inicial e analisaram sua dieta por 3 anos o qual observaram que indivíduos que seguiram uma dieta pró-inflamatória através de alimentos industrializados tiveram mais casos da doença durante o período de acompanhamento.  Em contrapartida, os indivíduos que seguiram uma dieta anti-inflamatória, buscando um consumo regular de nutrientes, como vitaminas A, D e E, ácidos graxos e ômega-3, betacaroteno, zinco, magnésio e selênio, presentes em frutas, verduras, legumes… tiveram menos pensamentos depressivos e ansiosos.

 

Desse modo, embora seja necessário realizar mais pesquisas para elucidar a relação da alimentação com a depressão, esses resultados sugerem que os hábitos alimentares podem impactar significativamente na saúde mental, não apenas de adultos mais velhos, como também de jovens. Portanto, uma alimentação natural, sem conservantes e rica em vitaminas e nutrientes é capaz de trazer mudanças significativas na vida do indivíduo, podendo atuar, inclusive, na prevenção da depressão.

Referências Bibiográficas:

1) B Bizzozero – Perini, R. Ortolá et al.  Proinflammatory dietary pattern and depression risk in older adults: Prospective analyses from the Seniors-ENRICA studies. Clinical Nutrition 41 (2022) 2614e2620, doi: https://doi.org/10.1016/j.clnu.2022.10.007Disponível: Proinflammatory dietary pattern and depression risk in older adults: Prospective analyses from the Seniors-ENRICA studies – ScienceDirect

2) Camilla dos Santos Nascimento,  Marina Georgia Lima da Silva, Gabriella Pinto Belfort. O Padrão Alimentar Influencia na Depressão? Uma Revisão Integrativa Sobre as Dietas Mediterrânea, Vegetariana e DASH. Revista Unilassale, Saúde e desenvolvimento.Publicado:2023-09-29, doi: https://doi.org/10.18316/sdh.v11i1.9663Disponível: Indexações (unilasalle.edu.br)

3) Ana Carolina Borges da Rocha et al. O papel da alimentação no tratamento do transtorno de ansiedade e depressão. Research, Society and Development, v. 9, n.9, e724997890, 2020(CC BY 4.0) |ISSN 2525-3409, doi: https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7890Disponível em: The role of food in the treatment of anxiety and depression disorders | Research, Society and Development (rsdjournal.org)

Autora:

Graziela Moro Meira

Acadêmica do curso de graduação em Farmácia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aluna de Iniciação Científica no Laboratório de Biogenômica e colaboradora do Portal Ciência e Consciência.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9393790545039879

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