Primeiramente, vamos deixar claro que o tipo de chocolate importa muito, o ideal seria aquele que tem 85% de cacau ou mais e possui menos gordura e açúcar do que o chocolate ao leite. O principal efeito benéfico do chocolate está justamente no cacau, que é um fruto rico em fitonutrientes como catequinas, antocianinas e flavonoides. Resumindo: é cheio de coisas boas para o organismo, então quanto maior a porcentagem de cacau no chocolate, melhor! Quanto mais docinho melhor para o paladar e pior para a saúde (triste né?)!
O chocolate possui mais de 300 substâncias químicas que atuam em nosso organismo (sim, tudo isso!). Dentre tantas, temos a feniletilamina que é um hormônio conhecido como “hormônio da paixão”.
Essa substância é responsável por provocar a sensação de bem-estar, contribuindo ainda para a liberação da dopamina, que traz a percepção de felicidade ao organismo. Por isso, sim, o chocolate te deixa feliz!
O grão de cacau é uma das fontes mais conhecidas de polifenóis dietéticos, contendo mais antioxidantes do que a maioria dos alimentos. Quando ouvimos que alguma substância tem efeito antioxidante, significa que é capaz de contribuir para neutralizar os chamados radicais livres que, quando estão em excesso no organismo, “enferrujam” nossas células. Essa “ferrugem” é considerada o primeiro passo para desenvolvermos doenças crônicas não transmissíveis como o diabetes, o câncer, etc.
Assim, consumir antioxidantes é também prevenir doenças (não esquecendo da prática atividade física, do sono de qualidade e de fugir do estresse). Os antioxidantes encontrados no cacau também têm efeitos anti-inflamatórios, melhorando o fluxo sanguíneo e diminuindo o risco de doenças cardiovasculares.
Além disso, o chocolate em geral contém teobromina, que é uma “parente próxima” da cafeína e, assim, pode ter um potencial efeito viciante (o que chamamos da constante frase que falamos de “ai que vontade de comer um docinho depois do almoço”). Por isso, sempre devemos consumir com moderação. Mas, por possuir a teobromina, o chocolate tem um grande efeito sobre o nosso Sistema Nervoso Central, sendo considerado um psicoestimulante que nos ajuda a ficar mais atentos e acordados. Ou seja, é muito útil comer um chocolatinho quando vamos estudar!
Assim, o cacau e o chocolate atuam como alimentos funcionais, pois ambos carregam uma série de substâncias que contribuem para efeitos benéficos à saúde. O chocolate combina algumas características organolépticas com propriedades afrodisíacas e antidepressivas, estendendo seus efeitos além do sistema cardiovascular, doenças metabólicas, doenças do Sistema Nervoso Central e perfis psicológicos.
Antes de encerrar, devemos ressaltar aqui que vários estudos avaliaram as propriedades promotoras de saúde do cacau e não do chocolate em si… Sim, precisamos estudar MUITO mais o chocolate!
No fim das contas, dê preferência a chocolates com altos teores de cacau e lembre-se: equilíbrio, pois tudo em excesso faz mal!
Referências Bibliográficas:
1. Montagna, MT. et al. Chocolate, “Food of the Gods”: History, Science, and Human Health. Int J Environ Res Public Health. 2019 Dec 6;16(24):4960. doi: 10.3390/ijerph16244960.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31817669/
2. Zugravu C, Otelea MR. Dark Chocolate: To Eat or Not to Eat? A Review. J AOAC Int. 2019 Sep 1;102(5):1388-1396.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31200790/
Autora:
Maria Eduarda Chelotti
Acadêmica do curso de graduação em Farmácia, aluna de Iniciação Científica no Laboratório de Biogenômica – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2273522025506933