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Sim! O uso de antiparasitários necessita de recomendação médica.



As verminoses são um grupo de doenças causadas por parasitas, popularmente conhecidos como vermes, que podem ser transmitidas por meio do consumo de água e alimentos contaminados ou pelo fato de se andar descalço, por exemplo. Em geral, eles se alojam nos intestinos, mas podem abrigar-se também em órgãos como o fígado, pulmões e cérebro.

 

Dessa forma, devemos ficar em alerta com os principais sintomas de verminoses que normalmente envolvem o sistema gastrointestinal, após o consumo de água ou alimentos contaminados com ovos ou cistos, ou seja, as formas do parasita liberadas pelas fezes dos pacientes infectados. 

Os sintomas podem variar de acordo com o agente infeccioso, mas, de forma geral são: dor e desconforto abdominal; náuseas e vômitos; diarreia ou prisão de ventre; perda de peso e/ou de apetite; anemia; fraqueza e cansaço excessivo; fezes muito escuras, brancas ou amareladas; coceira no ânus, em alguns casos. Há também a infecção que acontece por meio da entrada do parasita na pele, através de um pequeno ferimento, sendo possível notar vermelhidão e coceira no local.

Na presença desses sintomas, é necessário consultar um médico para realizar a avaliação e prescrição de exames parasitológicos para o diagnóstico, identificando o parasita responsável pela infecção. A forma mais comum de fazer o diagnóstico é por meio do exame de fezes, em que se analisa uma amostra em busca de ovos, cistos ou parasitas adultos. Também é realizado o teste sorológico, que detecta anticorpos específicos produzidos pelo organismo em resposta à infecção; ou em casos de suspeita de infecções causadas por larvas de parasitas, exames de imagem como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética para visualizar a localização e extensão das larvas no corpo também são realizados.

O tratamento é feito de acordo com a intensidade dos sintomas apresentados pela pessoa e com o agente infeccioso responsável, sendo normalmente indicado pelo médico o uso de antiparasitários eficazes e seguros, que podem ser de dose única ou indicados por um período de até 5 dias. Os mais comuns e fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita, são albendazol, mebendazol, ivermectina e nitazoxanida (Annita). Entretanto, é evidente que para prevenir as doenças parasitárias, é necessário saneamento básico, educação sanitária e hábitos simples de higiene pessoal e familiar, como lavar bem as mãos ao usar o banheiro e ao manusear alimentos.

Há algumas décadas, era comum o uso de antiparasitários, também chamados de vermífugos, no mínimo uma vez ao ano, principalmente para as crianças, a fim de mantê-las protegidas de parasitas, já que viviam em áreas que não tinham saneamento básico. E isso fez com que muitas pessoas, até hoje, acreditem que é importante consumir o medicamento periodicamente. Porém, nos dias de hoje não faz mais sentido o uso do medicamento sem prescrição, principalmente em locais com saneamento básico o risco de contaminação é menor. Logo, a prática de ingerir vermífugos regularmente deve ser adotada em áreas de risco aumentado de contrair algum parasita, em que há recomendação dos órgãos de saúde determinando a frequência e o fármaco que deve ser usado para o tratamento.

·       Mas, se uma pessoa da casa toma o antiparasitário, todos precisam tomar?

Não é que haja necessidade, mas geralmente uma família tende a ter os mesmos hábitos alimentares e se um estiver com verminose, pode acabar passando para os outros. Por isso, orienta-se que ao tratar quem está com suspeita de verminose, os que dividem a casa também façam o tratamento.

 

·       Há riscos para a saúde tomar antiparasitário sem necessidade?

Sim, tomar o antiparasitário sem necessidade expõe a pessoa a efeitos colaterais, como desconforto gástrico, enjoo, tontura e sonolência. Além disso, essas medicações podem alterar a microbiota do organismo, que é crucial para regular o sistema imunológico e absorver nutrientes. Portanto, o uso de vermífugos deve ser feito apenas com prescrição médica, após a detecção de sintomas claros ou confirmação por exame de fezes, ou conforme recomendação de órgãos de saúde.

 

·       A partir de que idade é indicado que as crianças façam uso de antiparasitários?

Crianças entre 6 meses e 1 ano devem usar quando a verminose prejudica o seu desenvolvimento ou estado nutricional. Para crianças entre 12 e 24 meses, o albendazol pode ser utilizado após avaliar o risco benefício do seu uso. É sempre importante levar em consideração as condições do acesso ao saneamento básico no local em que a criança vive.

 

 

Antiparasitários são fármacos, portanto o uso deve seguir recomendação médica. Seja responsável e consciente com a sua saúde, respeitando as doses e as frequências recomendadas para evitar problemas de saúde como resistência por parte dos parasitas, reações alérgicas ou desequilíbrio da microbiota intestinal.

Referências bibliográficas:

Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8. ed. rev. São Paulo: SBP, 2020. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Diretrizes para o Tratamento Antiparasitário em Crianças. São Paulo: SBP, 2020. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-a-saude/verminoses-mitos-e-verdades/

 

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: RENAME 2020. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sectics/daf/uso-racional-de-medicamentos

Autora:

Gabriela Acunha Razzera- Acadêmica do curso de Farmácia da Universidade Federal de Santa Maria. Aluna de iniciação cientifica do Laboratório Biogenômica.

 

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7312380567761561

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