Ir para o conteúdo CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA Ir para o menu CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA Ir para a busca no site CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA Ir para o rodapé CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA
  • International
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Protegendo a pele dos efeitos do sol: importância dos protetores solares.



A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo essencial para a interação com o ambiente externo, estando, portanto, suscetível aos efeitos ambientais. Entre esses agentes, se destaca a radiação solar. A exposição às radiações solares apresenta efeitos benéficos para o organismo, como a oxidação da vitamina D, entretanto como efeitos prejudiciais, a exposição exacerbada e sem a proteção adequada a esses agentes aumenta o risco de desenvolvimento de doenças como, por exemplo, câncer de pele, e fotodermatoses (reação ao sol, causando coceiras, manchas, vermelhidão ou bolhas) e outras alterações, como queimaduras e envelhecimento prematuro. É importante destacar que os sinais do envelhecimento variam com base na idade, gênero, tipo de pele e etnia.

Os protetores solares atuam como uma barreira contra os raios ultravioleta (UV), os quais são classificados em radiações ultravioletas do tipo A (UVA) e do tipo B (UVB). Os raios UVA são responsáveis pelo fotoenvelhecimento da pele (envelhecimento prematuro devido à exposição ao sol), enquanto os UVB causam queimaduras e possui potencial de penetrar a pele, danificando o DNA das células, o que favorece o surgimento de câncer. Há também a radiação ultravioleta do tipo C (UVC), a qual é altamente prejudicial ao organismo humano, mas é bloqueada pela camada de ozônio, não sendo capaz de provocar danos à pele. Desse modo, a utilização dos protetores solares ajuda a manter a pele saudável e reduzem o surgimento de manchas e rugas, especialmente nas áreas que são mais expostas ao sol como a face, o pescoço e o dorso das mãos.

O Brasil é um país com alta exposição solar, sendo assim, a preocupação com a proteção da pele deve ser constante, devido à alta incidência de câncer de pele. Estudos vêm sendo realizados para evidenciar os benefícios do protetor solar e para escolher o Fator de Proteção Solar (FPS) mais adequado para a exposição aos raios UV. É possível compreender que o FPS indica o tempo permitido de exposição ao sol após aplicação do protetor, ou seja, se o filtro solar tiver FPS 30, ele permite a exposição ao sol por um período 30 vezes maior do que se estivesse sem proteção. Dessa forma, o ideal é o FPS a partir de 30. A maneira correta para aplicar o produto é de 20 a 30 minutos antes da exposição ao sol, tempo necessário para alcançar a proteção desejada. A quantidade indicada de protetor solar é uma colher de chá por membro (braços e pernas), e para cada parte do tronco (frente e costas), com reaplicação a cada duas ou três horas. Dessa forma, a utilização do protetor solar em spray é a forma menos indicada pelos especialistas, uma vez que o produto em spray dificulta a aplicação uniforme e na quantidade recomendada, resultando em proteção inadequada contra a radiação UV.

 Há relatos que a maioria dos consumidores raramente utiliza a quantidade recomendada de protetor solar, logo não se atinge a proteção desejada. Entretanto, é essencial entender que o protetor solar deve ser combinado com outras medidas de proteção, como evitar a exposição direta ao sol nas horas intensas dos raios UV (geralmente das 10 horas às 16 horas), usar acessórios como chapéus e roupas que contenham a proteção UV (tecidos específicos com uso de corantes especiais que absorvem ou refletem raios UV, como o dióxido de titânio diminuindo os danos da exposição solar).

Um estudo avaliou os efeitos do protetor solar em 46 pacientes caucasianos com histórico de câncer de pele. Metade deles aplicou protetor solar FPS 30 diariamente por 24 meses, enquanto a outra metade utilizou placebo. Após 24 meses, o grupo que fez uso do protetor solar apresentou uma diminuição na elastose solar (condição da pele causada pela exposição excessiva ao sol ao longo do tempo. Ela é caracterizada pela degeneração das fibras de elastina na pele em que resultam em formação de rugas, linhas finas, pele flácida e áspera) em comparação ao grupo placebo, observado por biópsias da pele de cada paciente. O estudo mostra que o uso de protetor solar pode ajudar a reduzir os efeitos do envelhecimento da pele causados pela exposição ao sol, além de diminuir as chances de desenvolver melanoma, considerado o câncer de pele mais agressivo devido à sua alta possibilidade de provocar metástase (disseminação do câncer para outros órgãos) na qual tem sua origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele), pode aparecer em qualquer parte do
corpo, na forma de manchas, pintas ou sinais.

       O uso de protetores solares é importante na proteção contra os raios UV, ajudando a manter a pele saudável. Entretanto, a eficácia depende da aplicação correta, e a reaplicação regular. A prevenção e a proteção solar consistente são fundamentais para manter a saúde da pele e minimizar os riscos associados à exposição ao sol. 

Referências Bibliográficas:

Henderson SI, King KL, Karipidis KK, Tinker RA, Green AC. Effectiveness, compliance and application of sunscreen for solar ultraviolet radiation protection in Australia. Public Health Res Pract. 2022.
Disponível em:
https://www.phrp.com.au/issues/march-2022-volume-32-issue-1/sunscreen-effectiveness-compliance-and-application/

Jean Krutmann, Sérgio Schalka, Rachel Elizabeth Beatrice Watson, Liu Wei, Akimichi Morita. Daily photoprotection to prevent photoaging. 2021 Nov;37.
Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33896049/#:~:text=There%20is%20no%20conclusive%20clinical,can%20effectively%20reduce%20extrinsic%20aging

Sociedade Brasileira de Determatologia.
Disponível em:
https://sbdrs.org.br/dermatologista-explica-como-escolher-o-protetor-solar-ideal/

CAMELO, P. T. L.; KELLERMANNI, R. C. S.. Uso de fotoprotetores na prevenção de danos por exposição solar: conceitos, avaliação histórica e recomendações. Scire Salutis, v.11, n.2, p.171-180, 2021.
Disponível em:
https://sustenere.co/index.php/sciresalutis/article/view/CBPC2236-9600.2021.002.0020/2814

 

Instituto Nacional de Câncer – INCA.
Disponível em: 
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/pelmelanoma#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20pele%20melanoma,de%20manchas%2C%20pintas%20ou%20sinais

Autora:

Gabriela Acunha Razzera

Acadêmica do curso de graduação em Farmácia, aluna de Iniciação Científica no Laboratório de Biogenômica – Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7312380567761561

Divulgue este conteúdo:
https://ufsm.br/r-910-253

Publicações Relacionadas

Publicações Recentes